Governo vai distribuir 13 veículos de combate a incêndios pelo Alentejo

Um acréscimo salarial na ordem dos 50 euros para os elementos das equipas de intervenção permanente dos Bombeiros e a entrega de 13 veículos de combate a incêndio e cinco autotanques às associações humanitárias da região do Alentejo: foram estas algumas das novidades que a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, veio este domingo, 13 de novembro, apresentar a Monforte, no decorrer das comemorações do Dia Distrital do Bombeiro e do 37º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários local.

A distribuição de viaturas que será feita, a nível nacional, garante Patrícia Gaspar, é “a maior dos últimos anos”, que serve, sobretudo, para “apostar nas zonas onde há um maior risco de incêndio rural e onde existe maior carência destes veículos”. Acreditando ser uma “medida fundamental”, a Governo espera que, com isso, possa haver “um reforço na capacitação dos corpos de bombeiros” para responder a este risco, que “é um risco muito real”.

Quanto ao aumento salarial dos operacionais das equipas de intervenção permanente, a secretária de Estado diz ser outro passo “importantíssimo”. “Temos aqui instrumentos que nos vão ajudar, nos próximos dez anos, a garantir que nos focamos e que trabalhamos juntos e em parceira num objetivo que tem de ser transversal a todos nós”, diz ainda.

Nas comemorações de hoje, Patrícia Gaspar garante que, para além de que se procurar homenagear os bombeiros de Monforte, também se quis prestar um reconhecimento a todos os bombeiros de Portugal, numa altura em que enfrentam “momentos difíceis”.

Para o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, ainda que o próximo Orçamento do Estado seja aquele que engloba a maior verba de sempre para as associações humanitárias, encontra-se “abaixo da taxa de inflação”. “Pode ser tudo e pode não ser nada”, garante, assegurando que o subfinanciamento das associações humanitárias tem de ser “encarado de frente”, sob o risco de “um dias destes não termos bombeiros voluntários em Portugal”. António Nunes diz ainda que o modelo de financiamento tem de ser “alterado”, assegurando que o orçamento ficou “aquém” do esperado.

Já o presidente da Câmara e da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Monforte, Gonçalo Lagem, diz-se “muito honrado” por ter sido a vila a receber esta celebração, no dia, precisamente, do aniversário da corporação. Quando questionado se gostaria de ver um dos veículos de combate a incêndios prometidos pelo Governo para a região Alentejo ser atribuído à corporação de Monforte, o autarca garante que fica “mais descansado” se esses veículos forem, por exemplo, para concelhos com parques naturais, como é o caso de Gavião, Portalegre e Arronches.

Para o presidente dos Bombeiros de Elvas, Amadeu Martins, presente nesta cerimónia, o aumento em cerca de 50 euros da remuneração dos elementos da equipa de intervenção permanente não faz qualquer diferença. “Não nos estão a dar nada. Vai ficar tudo na mesma”, assegura, lembrando que os Bombeiros de Elvas gostavam de ter duas equipas de intervenção permanente, lançando o repto, a “quem de direito”, para que o autorize.

Todas as associações humanitárias do distrito estiveram representadas nesta cerimónia, em Monforte, participando num desfile apeado e motorizado. A cerimónia decorreu na Rua Professor Doutor Rosado Correia, onde foram ainda distinguidos vários empresários que, de alguma forma, têm ajudado os Bombeiros de Monforte, como é o caso de Rui Nabeiro, da Construserv, e Fernando Carpinteiro Albino, da Carnalentejana.