Os 30 militares destacados como a segunda força nacional no teatro de operações do Iraque realizaram a entrega do estandarte nacional ao Regimento de Cavalaria 3, de Estremoz.
A Rádio Campo Maior realizou uma reportagem com alguns dos militares, onde nos contaram alguns episódios vividos no Iraque e também o que mais os angustiou durante estes meses.
Houve um primeiro impacto que, segundo o sargento-chefe de cavalaria Miguéns, de Elvas, fica na memória de todos os militares: a primeira grande situação, ainda em Bagdad, no aeroporto militar, enquanto estevámos a aguardar o embarque no helicóptero que nos levava à base, houve um ataque cirúrgico do daesh, através do lançamento de rockets sobre uma zona residencial, e esse ataque foi a poucos quilómetros de onde nós estávamos, e o rebentamento surpreendeu-nos a todos.
A filha do capitão Carreira, Sofia, nasceu enquanto o pai estava no Iraque. O capitão relata como recebeu a notícia e explica o que sentiu: no dia do parto nós saímos de manhã, mais ou menos cinco da manhã, para irmos para um exercício. Ou seja, nos seis meses o único dia que treinámos mais horas foi aquele, e quando cheguei ao telemóvel tinha lá uma data de chamadas e mensagens, à minha procura, porque o normal é chegarmos à hora de almoço e, nesse dia, chegámos às cinco da tarde. É muito estranho, é um sentimento esquisito, de sabermos que somos pais, mas não conhecemos o cheiro nem o som.
Esta é uma entrevista para ouvir hoje, na Rádio Campo Maior, às 17 horas.