
14.704 euros: é este o valor a pagar por uma operação que promete fazer a diferença na vida de Carminho, uma menina de apenas nove anos, de Campo Maior, que sofre da chamada doença de Perths.
Para fazer face a esses custos, a família desta criança lançou este domingo, 20 de julho, uma campanha de crowdfunding (aqui), que, com a solidariedade de muitos, tem vindo a revelar-se um sucesso. Ao início da tarde desta segunda-feira, dia 21, o valor angariado já rondava os dez mil euros.
Em declarações à Rádio Campo Maior, a mãe de Carminho, Cláudia Pinto, dando conta que a filha já antes se tinha submetido a uma operação, começa por explicar que doença é esta: “é uma doença, tanto quanto sei, em que a vascularização sanguínea deixa de chegar à cabeça do fémur e o osso acaba por morrer”. “A cabeça do fémur da minha filha acabou por morrer e a Carminho faz uma primeira intervenção, uma revascularização, com uma tentativa de uma irrigação forçada de sangue para a cabeça do fémur, para ser reconstruída”, adianta.
Após essa cirurgia, e até ao mês passado, Carminho registou algumas melhorias. Passou um longo período em cadeira de rodas, mas foi criando autonomia, passando a andar apenas com o apoio de canadianas. “Mas agora, no início do mês, fomos a uma consulta de rotina e, através de raio-x, o doutor verificou que o osso voltou a colapsar”, revela Cláudia Pinto.
A solução passa agora por uma segunda operação, uma artrodiastase, em que “é colocado um estabilizador externo, uns ferros que ficam de fora, na zona da perna e da anca da Carminho, que vão permitir estabilizar a parte do fémur e da cabeça do fémur, para que não haja pressão e para que o sangue consiga irrigar e circular na zona da cabeça do fémur”.
Dizendo-se “eternamente grata”, Cláudia Pinto agradece a todos aqueles que têm contribuído para tornar possível esta segunda operação da filha. “Todas as ajudas têm sido fantásticas e para nós, enquanto pais, é muito gratificante perceber que há pessoas muito boas no mundo e que têm estado a ajudar a nossa filha. Foi uma campanha-relâmpago. Estamos a falar de mais de nove mil euros em 24 horas”, diz ainda, emocionada.
A verdade é que não foi fácil chegar-se ao diagnóstico da doença de Carminho. Depois de várias consultas de pediatria em Portugal, com os médicos a apontarem apenas para dores de crescimento, o diagnóstico viria a ser traçado em Badajoz, no verão passado. A primeira hipótese, para a implantação de uma prótese, seria esperar até aos 16 anos, com esta criança a crescer com dor e numa cadeira de rodas.
A luz ao fundo do túnel surgiu pelas mãos do ortopedista Nuno Craveiro Lopes, com Carminho a submeter-se à primeira cirurgia, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, sendo que haveria sempre a hipótese de ser necessária esta segunda. A operação de Carminho está agendada, no mesmo hospital da capital, para o próximo dia 5 de agosto.