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Agricultores do Alto Alentejo exigem demissão de Maria do Céu Antunes

Foi para contestar “a competência de quem nos governa”, segundo os agricultores, que várias centenas de agentes do setor se reuniram, na manhã desta quinta-feira, 9 de fevereiro, em Portalegre, para se manifestar, num protesto que teve início junto à Associação de Agricultores do Distrito, no Parque de Leilões de Gado, seguindo-se uma marcha até à sede da Direção Regional de Agricultura.

A participar nesta manifestação, convocada pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), encontram-se cerca de 60 associações do setor, na sua maioria oriundas dos distritos de Portalegre e Évora, mas não só.

A presidente da Câmara de Portalegre e da Associação dos Agricultores do Disitrito de Portalegre, Fermelinda Carvalho, assegura que esta é “uma das maiores manifestações de sempre” na cidade, sendo que os agricultores estão “muitos descontentes” com aquilo que consideram ser o desmantelamento do Ministério da Agricultura. “Os agricultores têm sido muito desrespeitados e mal tratados e não acompanhados por parte do Ministério da Agricultura, que está a ser destruído, com a perda da secretaria de Estado”, acrescenta.

Entre aqueles que quiseram, por esta ocasião, manifestar a sua insatisfação perante a atual situação vivida, a Rádio Campo Maior encontrou o presidente da Câmara de Arronches, João Crespo, que “a apoiar a causa”, lembra que a agricultura “é fundamental ao desenvolvimento da região e do país”. “É uma causa mais que justa, porque sem agricultura o país não pode progredir. É chegada a hora do Governo olhar para este setor fundamental da nossa economia e apoiá-lo como deve ser”, garante.

Já Luís Machado, agricultor do concelho de Campo Maior, lembrando que uma manifestação com esta envergadura não acontecia no distrito de Portalegre não acontecia há cerca de 20 anos, lamenta o “estado” a que o Ministério da Agricultura chegou: “a ministra não dialoga com a agricultura, não põe cá fora os regulamentos pelos quais nos vamos reger nos próximos quatro anos”. “Vivemos um momento que é pior que a pandemia. Neste momento não sabemos com que linhas nos cosemos, nem sabemos qual é a direção, nem o que pretendem de nós”, diz ainda.

Os agricultores, que protestam contra aquilo a que apelidam de “desmantelamento do Ministério da Agricultura”, e que está a levar ao “desnorte governativo no setor agrícola e florestal”, exigem a demissão de Maria do Céu Antunes do cargo de ministra da Agricultura. “A ministra não percebe rigorosamente nada de agricultura”, garante uma das agricultoras presente nesta manifestação, lembrando que, neste momento, não há secretário de Estado e que, com a abertura de candidaturas aos fundos comunitários a 1 de março, ainda não há qualquer informação sobre o assunto.

“Eu espero que esta quantidade de pessoas que está nesta manifestação mostre o descontentamento em relação ao ministério da Agricultura, que é um ministério inexistente, que não procura uma estratégia para a agricultura em Portugal e os agricultores sofrem na pele a incompetência desta ministra”, diz outro agricultor.

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