Quercus alerta para impactos ambientais negativos com construção da Barragem do Pisão

Está a decorrer até dia 11 de agosto uma consulta pública sobre o estudo de impacto ambiental do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, ou seja, a Barragem do Pisão.

Foi apresentada pela Agência Portuguesa do Ambiente, em que todos podem participar, como as entidades oficiais com o ICNF, e a Quercus está a analisar toda a documentação. A consulta pública está disponível através do site participa.pt.

No entanto, a Quercus lamenta que esta consulta decorra no verão, altura em que “a maioria das pessoas está de férias”, adianta José Janela, da associação ambientalista, dizendo que “não é algo benéfico para a participação dos cidadãos, como se pretende”.

Para além desta questão, a Quercus também evidencia os diversos impactos negativos que a construção da Barragem do Pisão tem, nomeadamente ao nível da destruição da área florestal de montado.

José Janela afirma que “aquilo que está planeado é que a construção da barragem, naquele local, vai provocar a destruição de todo o habitat na Ribeira de Seda, ou seja, centenas de hectares de montado de azinheira, onde há uma grande biodiversidade, e estima-se que, talvez, sejam abatidas cerca de 40 mil azinheiras, só com a construção da barragem”.

“Afirmam que a construção da barragem é necessária para o abastecimento humano, mas sabemos que a população do distrito de Portalegre não tem estado a aumentar”, pelo que a Quercus considera que “haverá outras possibilidades, em vez se fazer toda essa destruição.“

José Janela acrescenta que está previsto que esta barragem sirva para rega, no entanto, o ambientalista afirma que “a rega no Alto Alentejo tem servido, essencialmente, para instalar culturas superintensivas de olival e amendoal, ou seja, não é uma agricultura sustentável, que venha responder às necessidades que existem”. Ao nível da paisagem também haverá “uma grande destruição”, garante José Janela.

Também está prevista a instalação de uma grande central solar terrestre, “alterando o uso do solo numa zona agroflorestal ao invés de se utilizarem as coberturas de edifícios de áreas já artificializadas”.

Quercus a demonstrar o seu descontentamento com os impactos negativos que a construção da Barragem terá ao nível ambiental. Este é o tema do Ambiente em FM desta semana, que pode ouvir na emissão às 12.45 horas e às 16.30 horas ou no podcast abaixo: