O Club Deportivo de Badajoz emitiu um comunicado onde anuncia que a empresa “Lanuspe SL (aquela que gere o clube desde fevereiro, ainda que não seja a proprietária legal) requereu ao Tribunal Mercantil uma convocatória de credores para o CD Badajoz.
Neste caso, e segundo o direito comercial espanhola, a empresa tem previsão de insolvência e faz uma convocatória no Tribunal de Comércio, antes da decretação da falência definitiva, um procedimento pode durar até três meses, ou seja, durante esse tempo a empresa negoceia com os seus credores, para que reduzam parte da dívida e para pagara a dívida, em mais tempo.
Mas para chegar a um acordo, sem necessidade de recorrer ao processo definitivo de falência, é necessário que pelo menos 75 por cento dos grupos afetados aceitem o referido acordo. Já na falta de acordo, a empresa deve requerer ao Tribunal do Comércio a falência definitiva (segundo as estatísticas, 96 por cento das empresas espanholas que declaram falência terminam em liquidação).
No comunicado pode ler-se “dada a esperada e iminente assinatura, pela família Parra, da escritura pública de venda das ações do CD Badajoz, (documento já assinado pela Lanuspe SL na última sexta-feira, 22 de abril), e a próxima convocação da Assembleia Geral de Acionistas com o objetivo de alterar a composição do atual Conselho de Administração, a SAD do CD Badajoz e a sua nova propriedade pretendem desenhar um plano de viabilidade económica, ajustado à realidade e evitar eventuais responsabilidades futuras.
“Para o efeito, foi apresentada ao Tribunal do Comércio, a comunicação do início das negociações com os credores, habitualmente designada por convocatória, enviando uma carta registada com aviso de receção aos credores máximos do Clube, para se ter a certeza do número de credores que dia após dia vão surgindo e seu valor económico”.
“Queremos transmitir a máxima tranquilidade aos adeptos, colaboradores, staff e sociedade em geral, afirmando que este procedimento será útil e benéfico para o futuro do Clube e para todos os seus colaboradores. O Clube informará prontamente das etapas e procedimentos sucessivos, dos acordos que forem firmados e das soluções que serão adotadas. Assim que o senhor Parra assinar a escritura de venda, como sempre foi dito, os novos donos convocarão uma conferência de imprensa para anunciar a composição do novo Conselho de Administração e apresentar o novo presidente da CD Badajoz SAD”.
“Os adeptos estão cientes de que a situação do Clube, à chegada da nova titularidade era caótica, financeira e desportivamente, com uma iminente paralisação total, uma dívida significativa não conhecida com clareza e uma perigosa dinâmica desportiva com descida de categoria. Foram encontrados fundos desde fevereiro, pagando as despesas diárias do Clube, desde serviços telefónicos, viagens, manutenção da relva, segurança, casas e alimentação, folha de pagamento de funcionários e folha de pagamento da primeira equipa em março e abril, portanto, o novo dono está profundamente dececionado com o protesto da equipa no início do último jogo no nosso estádio”.
Este dinheiro que foi depositado no Clube, vital para a sua sobrevivência, é um esforço financeiro arriscado e aventureiro, pois não havia certeza de que a venda seria autorizada pelo tribunal de instrução de Málaga, algo que já foi resolvido, e ainda não ocorreu a ratificação do contrato de compra e venda. Deve ficar claro que a nova titularidade continuará a apoiar o Clube até que esteja totalmente recuperado, para que possa competir na próxima época, com a calma e a força que esta instituição centenária exige.
Também é dito no comunicado que, “deve ficar claro que os problemas económicos e sociais vêm da fase anterior à chegada da nova propriedade, e que o pessoal da Lanuspe S.L. e o clube não fizeram nada além de trabalhar juntos e investir fundos num buraco insondável. Precisamos que os adeptos entendam que o CD Badajoz estava em perigo de extinção e que agora compete saudável e poderoso. Alcançar isso em três meses, contra todas as probabilidades, não foi uma tarefa fácil”.
“No entanto, nosso maior desafio e atenção neste momento é o projeto desportivo e o emocionante final de temporada que se avizinha, mas com ordem e extremo rigor, preparando o clube para enfrentar uma fase em que as despesas ficarão limitadas às receitas geradas pelo próprio clube, o que significa que o Club Deportivo Badajoz será o que os seus adeptos quiserem no futuro”.