Familiares de bebé com dificuldades respiratórias querem explicação

AvoBebeDificuldadesRespiratoriasUm bebé, recém-nascido, teve com dificuldades respiratórias esta terça-feira, dia 22, na Feira de São Mateus.

A família da criança questiona a falta de meios no local para prestar o devido auxílio neste tipo de situações.

A avó, Caetana Dias, conta como tudo aconteceu: “O bebé tem muito pouco tempo e estava simplesmente a mamar. Mamou muito bem a primeira mamada e na segunda deixa-se dormir, o que é normal. Ao deixar-se dormir a minha filha levantou-o para ele arrotar e simplesmente quando ela olha para ele bem, ele já estava completamente sem ar. A partir daí começámos a metê-lo de cabeça para baixo e a dar-lhe palmadinhas e ele sem reagir. Então o meu genro apanhou-o e veio a correr pela avenida acima, até ao sítio onde provavelmente estariam bombeiros ou a polícia ou o INEM, e estivemos quase meia hora com o bebé com falta de ar, completamente negro, sem dar ar de vida”.

Caetana Dias lamenta o facto de nenhuma entidade estar presente no local para socorrer o bebé. “Estou muito revoltada, porque um evento destes não era para estarmos desprotegidos. O carro da polícia estava no lugar dele, mas nem havia um polícia. Os bombeiros a mesma coisa, quando foram chamados foram rápidos, atuaram como uma rapidez excecional, mas antes disso tivemos um momento com um sofrimento muito grande”, afirma.

A Rádio ELVAS falou com João Bugio, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Elvas, que justifica a ausência da corporação elvense no local da Feira de São Mateus: “Em boa verdade, eu creio que o recinto da feira deveria ter um posto de socorros, mas aos bombeiros jamais foi colocada essa situação. Ninguém nos solicitou, pelo contrário, nós até alertamos a Confraria para alguns pontos que achamos negativos e chamámos a atenção porque importava corrigir essas situações mas nada nos foi colocado. Nós estamos no recinto da feira simplesmente porque nos foi cedido um pavilhão pela câmara para demonstrarmos aquilo que são as nossas atividades. Não existe aqui qualquer socorro, é apenas um aspeto lúdico dos bombeiros”.

João Bugio realça ainda o facto de ter sido “um bombeiro que passeava pela feira, à civil, não estando de serviço” que “prestou o devido auxílio à criança”.

José Aldrabinha, juiz da Confraria do Senhor Jesus da Piedade, refere que os Bombeiros estavam contratados, mas não para estarem o dia inteiro. “Quando acontece uma tragédia não sabemos a hora. O caso da criança foi efetivamente um exemplo disso. A hora de infortúnio surge no mais inesperado possível. Quanto aos bombeiros da mesma maneira, há uma contratação dos bombeiros, não há efetivamente para estarem o dia inteiro, mas alguns bombeiros não estão aqui gratuitamente, também há custos para a Confraria. Não podemos é dizer aos bombeiros ‘estejam aqui às tantas horas, ou à hora em que aconteça alguma coisa’. A prestação dos bombeiros é fundamentalmente relacionada com o fogo”.

O devido auxílio foi prestado ao bebé através de uma ambulância do INEM, acionada através do 112 que rapidamente chegou ao local. O recém-nascido encontra-se fora de perigo.