No decorrer das cerimónias militares e militarizadas das comemorações dos 366 anos da Batalha das Linhas de Elvas, na Praça da República, na manhã desta terça-feira, 14 de janeiro, o presidente da Câmara, Rondão Almeida, começou por se revelar “orgulhoso” pela “verdadeira moldura humana” que se associou a estas celebrações.

Agradecendo a colaboração do Exército, da PSP, da GNR, dos Bombeiros, da Cruz Vermelha e do Museu Militar, enquanto parceiros da Câmara Municipal de Elvas nestas comemorações, o autarca dirigiu-se depois aos elvenses para, entre outros, recordar que o município tem, em 2025, o maior orçamento de que há memória, de “mais de 50 milhões de euros”.

Fazendo um balanço dos três primeiros anos do atual mandato e traçando as metas para 2025, o autarca deixou críticas ao ministro da Agricultura, por não ceder à autarquia alguns hectares da Herdade da Comenda, para permitir o alargamento do parque empresarial da cidade. Para que Elvas tenha um “parque industrial digno”, garantiu, seriam precisos entre “20 a 30 hectares” daquela herdade.  

Contudo, mais tarde, e em declarações à Rádio ELVAS, lamentou ter-se esquecido, por outro lado, de abordar a questão dos aumentos na A6, depois do ministro da Infraestruturas ter acabado com as portagens em grande parte das ex-scuts do país.

Ainda sobre a zona industrial, Rondão Almeida garantiu que, sem o apoio do Estado, a Câmara Municipal está a pagar “40 mil euros por hectare” para a poder alargar. “Felizmente que, neste momento, já podemos dizer que temos mais de 200 mil metros disponíveis e queremos, ainda este ano, começar a infraestuturá-los”, adianta.

No que toca à área da saúde, Rondão Almeida recordou que, há precisamente um ano, o deputado Ricardo Pinheiro e Nuno Mocinha foram para a frente do Hospital de Santa Luzia, “a prometer investimentos” em Elvas, investimentos esses que, “até ao momento, não foram feitos”. “O Ricardo Pinheiro hoje devia ter estado aqui presente e não esteve, talvez porque eu iria chamá-lo à atenção para a promessa que eles fizeram de que havia 20 milhões para investir na saúde e grande parte dele em Elvas. Afinal de contas, passou o tempo, e nós não vimos nenhum tipo de investimento, nem no hospital, nem no centro de saúde”, acrescenta. Através dos fundos comunitários, está agora previsto um investimento de 300 mil euros para uma obra de requalificação do centro de saúde. Por outro lado, o autarca diz ter “excelentes expectativas” quanto ao novo conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo.

Durante o seu discurso, Rondão Almeida lembrou também o investimento “superior a sete milhões de euros” a ser feito nas freguesias rurais do concelho,  e do “reforço da qualidade” dos eventos desportivos e culturais a realizar em 2025. O autarca agradeceu também o trabalho desenvolvido pelas associações locais, que, nas suas palavras, fazem de Elvas “uma das cidades mais dinâmicas do Alentejo”.

No que toca à habitação, o autarca não tem dúvidas: “Elvas é hoje uma referência em Portugal”. Lembrando que este foi, desde o início do mandato, considerado uma “setor prioritário”, a autarquia investiu nele já mais de 40 milhões de euros.

Deixando palavras de apreço aos empresários, que nos últimos três anos têm feito “dezenas de milhões de investimento” e, com isso, criado postos de trabalho, Rondão Almeida lembrou ainda que o Instituto de Politécnico aproveitou o espaço cedido pela autarquia, no antigo Ciclo de Santa Luzia, para que a Escola Superior de Biociências, possa expandir as suas instalações, assim como a sua oferta formativa.

O presidente terminou o seu discurso dizendo que está convencido que 2025 “vai ser mais um excelente ano para Elvas e para todos os elvenses, sem exceção”. “Tudo faremos para continuar a merecer a confiança que depositara em nós”, rematou.  

No decorrer desta cerimónia, as forças em parada, sob a presidência do Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, Tenente-General Paulo Maia Pereira, incluíam um pelotão e viaturas do Regimento de Cavalaria nº 3 de Estremoz, pelotões a pé e a cavalo da GNR, um pelotão  da Unidade Especial de Polícia da PSP, elementos dos Bombeiros Voluntários de Elvas e Centro Humanitário da Cruz Vermelha Portuguesa, a Banda Sinfónica do Exército e viaturas do Museu Militar de Elvas.

Durante a cerimónia, o Coronel Américo Henriques fez a evocação histórica da Batalha das Linhas de Elvas, à qual se seguiram as intervenções de Rondão Almeida e do vice-Chefe do Estado-Maior do Exército. Seguiu-se o desfile das forças militares na Rua da Cadeia.