O maestro campomaiorense Vasco Pereira, membro do grupo internacional “Três Elementos Essenciais”, composto por nove compositores de oito países diferentes, como França, EUA, Suíça e Rússia, deu a conhecer, no início deste mês, em Berlim, na Alemanha, a sua mais recente obra, “All’Alba”.
A peça foi escrita para a flautista italiana Rita D’Arcangelo, “uma das maiores da atualidade”, revela o maestro. “Já trabalho com ela há cinco ou seis anos”, adianta, explicando que, neste grupo que integra, vão sendo convidados vários ensembles e instrumentistas, para irem tocando as suas obras.
Vasco Pereira adianta que esta nova peça foi apresentada pela flautista a um grupo de alunos de música, sendo que, com estes concertos, o maestro e os restantes membros do grupo pretendem “voltar a encher as salas de espetáculos com música contemporânea e clássica”, música que, como revela, se “quer agradável e mais amiga do público”.
Escrever uma obra para um único instrumento, como foi o caso, é sempre “uma tarefa difícil”. “As pessoas pensam que quanto menos instrumentos tem uma peça, mais fácil se torna. É precisamente o contrário, porque uma obra com um único instrumento solista, que não é polifónico, exige ter melodia e escrever a harmonia, sem ter acompanhamento nenhum”, esclarece. Para escrever este trabalho, confessa Vasco Pereira, levou mais de três meses, iniciado depois de escutar o chilrear dos pássaros.
Quando questionado sobre a forma como consegue inspiração, para produzir as suas peças, o maestro garante ser como o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos: não a tem, escrevendo sempre que necessário.
Antes desta peça para flauta, estreada, no passado dia 5, na Alemanha, Vasco Pereira compôs o tema “Chegando, veio março”, apresentado em julho, em Madrid, por Rita Moldão e Teresa Cos.