Cercimor no “bom caminho” para integrar pessoas no mercado de trabalho

Instituições como a Cercimor, em Montemor-o-Novo, têm procurado, ao longo dos anos, e depois de formar pessoas com incapacidades ou deficiências, em diversas áreas, ajudá-las a ingressar no mercado de trabalho.

A presidente da Cercimor, Ana Cristina Saloio, revela que, a este nível, tem sido feito um trabalho de sensibilização, para que a comunidade esteja mais recetiva a dar oportunidades a estas pessoas, embora não esconda que há ainda “um percurso grande que deve continuar a ser feito”.

“Eu acho que nos 45 anos de existência desta casa, temos feito um trabalho de sensibilização. De alguma forma, fomos mostrando as capacidades e o que é possível fazer, mas eu acho também que a própria comunidade foi recebendo esse tipo de informação e foi consolidando essas mesmas possibilidades e dando oportunidades”, assegura.

Atualmente, a Cercimor trabalha com mais de 60 empresas, no concelho de Montemor, que também beneficiam com a integração de pessoas com deficiência, através de programas a que se candidatem. “Trabalhamos diariamente na integração, no momento em que o formando tem de estar no exterior, mas depois, e na relação com o Centro de Emprego, as próprias integrações em programas que existem”, adianta, assegurando que esse trabalho conjunto “tem dado frutos”.

Ana Cristina Saloio defende ainda que é necessária uma maior sensibilidade por parte da comunidade, num processo que se deve iniciar em tenra idade, nas escolas, para que, desde criança, se olhe para os portadores de deficiência de uma outra forma. “Queremos mais, queremos que haja ainda uma maior sensibilidade relativamente a algumas minorias e há um trabalho que deve ser feito e que se inicia num processo educativo”, explica.

Num trabalho que já está a ser feito, a presidente da direção da Cercimor, não tem dúvidas que é a partir do infantário, que as crianças com dois ou três anos devem ser ensinadas a olhar para um colega, que tenha dificuldades, e perceber como o podem ajudar. “É um processo longo, mas estamos no bom caminho”, remata.

Entretanto, e desde maio, todas as pessoas com qualquer tipo de deficiência podem procurar emprego através da Valor T, uma agência que junta empresas e setor social, na procura de um trabalho estável e digno. Trata-se de um projeto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, desenvolvido em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Instituto Nacional para a Reabilitação.