A restauração tem sindo um dos setores mais afetados pela pandemia, uma vez que se mantiveram encerrados nos dois confinamentos a que o nosso país esteve sujeito.
Depois do primeiro confinamento, os restaurantes puderam reabrir mas com regras específicas, nomeadamente a redução para metade da capacidade máxima de clientes, foram obrigados a disponibilizar álcool gel, e todas as medidas para evitar a propagação da covid-19.
No caso do Restaurante O Faisão, em Campo Maior, e como explica o proprietário João Camélo, este segundo confinamento está a ser “mais violento que o anterior”, sendo que para si a palavra de ordem é “resistir, resistir e resistir”. O take away ajudou nesta fase, mas “não paga as despesas, porque as pessoas que estão a teletrabalho acabam por cozinhar em casa”, por isso não tem sido fácil, adianta o proprietário.
“As despesas são certas, como água, luz, renda, seguros dos funcionários, entre outros, e não é o take-away que paga estas despesas”.
As quebras, neste segundo confinamento rondam os 80%, diz João Camélo, afirmando que “os meses de janeiro e fevereiro, por norma, já são fracos, e agora mais fracos são, e as pessoas também estão com medo do que pode vir daí.
“Agora teríamos a Páscoa quer era uma coisa boa, e vamos estar encerrados, porque nós somos os primeiros a fechar e os últimos a abrir”, no entanto o proprietário compreende que tendo em conta a pandemia é necessário adotar estas medidas, “porque em primeiro lugar está a saúde”.
Apesar das quebras nas receitas, João Camélo adianta que não despediu, nem tem nenhum dos seis funcionários em lay-off, assumindo que é possível com a sua “experiência de 40 anos, e poupanças que tem”.
Quanto ao futuro, o proprietário do Restaurante O Faisão, considera que “é incerto, e que a reabertura deve ser feita com prudência, sob pena de voltar a fechar portas”. Relativamente à fronteira, apesar de necessitar que a mesma reabra, “deve ser feita com ponderação, com ordenamento e não abrir por abrir, não abrir para manhã fechar”.
De recordar que tendo em conta o novo plano de desconfinamento, apresentado pelo Governo, os Restaurantes vão poder, a partir de 5 de abril, abrir as esplanadas até um máximo de quatro pessoas por mesa. Já dia 19 de abril podem reabrir ao público no interior, mas com um máximo de quatro pessoas por mesa.