De 10 a 17 de abril, vive-se em Badajoz, a Semana Santa: um conjunto de cerimónias religiosas que está retratado, em imagens e estatuetas, na Feira dos Mayores, que termina este domingo, 13 de março, ao final do dia, nos pavilhões da IFEBA.
O alcaide de Badajoz, Ignacio Gragera, para além de convidar à visita do certame e desta exposição, revela que já começaram todos os preparativos para esta Semana Santa, que não se realiza na cidade pacense de há dois anos.
“Será uma cerimónia muito especial, porque este ano teremos a Procissão Magna, que é muito importante, porque aglutina todas as irmandades da cidade. Este é o ano, também, do reencontro com a Semana Santa”, assegura o alcaide.
A Semana Santa é um dos festejos mais emotivos de Espanha. Esta comemoração conta com séculos de história e tradição, e nela é lembrada a paixão e morte de Jesus Cristo através das procissões e os desfiles solenes em que inúmeras pessoas acompanham as imagens religiosas.
A 23ª edição das Feira dos Mayores, chega hoje ao fim, depois de três dias de certame dedicado aos mais velhos, com tudo aquilo a que têm direito: atividades recreativas, desportivas e de lazer, bem como de diversos tipos de serviços de saúde e beleza.
As Festas do Povo de Campo Maior ganharam, na edição deste ano da Feira dos Mayores, em Badajoz, um grande destaque, com um stand, que na realidade é uma pequena rua totalmente engalanada e, no qual, algumas campomaiorenses procuram ensinar aos visitantes do certame a fazer flores de papel.
Para a vereadora na Câmara de Campo Maior, São Silveirinha, este stand acaba por ser “um prémio”, sobretudo para os mais velhos que, ao longo dos anos, se têm dedicado, de alma e coração, às Festas do Povo, depois da distinção destas enquanto Património Imaterial Cultural da Humanidade, pela UNESCO. “Foram eles que, sendo persistentes e empreendedores, não deixaram de transmitir aos mais novos todo o conhecimento que foram adquirindo, nunca deixando morrer esta tradição”, assegura.
São Silveirinha diz ainda que, para o ano, à partida, já se irá festejar, “em grande” a conquista do selo da UNESCO, com a realização de mais uma edição das festas.
Já o alcaide de Badajoz, Ignacio Gragera, revela que as Festas do Povo foram incluídas neste certame, que decorre até amanhã, nos pavilhões da IFEBA, dedicado aos idosos, sobretudo da Extremadura, não só pela distinção que receberam no final do ano passado, mas também devido à especial relação que a cidade pacense tem com Campo Maior.
A ensinar os visitantes da Feira dos Mayores, a fazer flores de papel, encontra-se Sol Saragoça que confessa que, até ao momento, a iniciativa tem estado “a correr bem” e que os espanhóis gostam muito de aprender a fazer flores. Fátima Clemente, outra das pessoas que está a ensina a fazer flores de papel, explica que, no decorrer da feira, ensinam apenas a fazer as mais simples.
Até domingo, 13 de março, os pavilhões da IFEBA, em Badajoz, enchem-se de atividades, de todos os géneros, e de stands, do mais variado tipo de comércios, para divertir e ocupar os Mayores: aqueles que, durante a pandemia, foram os mais prejudicados, quer pela doença, quer pelo próprio isolamento.
E é por isso mesmo que o alcaide da cidade pacense, Ignacio Gragera, descreve este certame, inaugurado ao início da tarde desta quinta-feira, dia 10, como o evento do “reencontro”, recordando que esta foi a primeira feira a ter sido cancelada, há dois anos, depois do eclodir da pandemia. “Para nós é muito importante poder recuperar esta feira, que tem muitas atividades e na qual se procura ajudar os mais velhos a aprender em setores difíceis para eles, como é o tecnológico”, acrescenta.
Para além de todos os motivos de atração que levam os mais velhos até esta feira, como bailes, atividades desportivas, culturais e de lazer, Ignacio Gragera revela que, até domingo, e de forma gratuita, os idosos vão poder ter acesso, entre outros, a cuidados de saúde, bem como a serviços de cabeleireiro. “Todos aqueles que aqui venham vão ter acesso a serviços que são importantes para a sua saúde, como a serviços relacionados com a mobilidade e a ortopedia”, adianta o autarca.
A feira, diz ainda Gragera, “abarca todos os âmbitos”. “É um orgulho realizar esta feira mais um ano”, remata, recordando que esta é já a sua 23ª edição.
Presente na inauguração do evento, em representação do Município de Campo Maior, esteve a vereadora São Silveirinha, que confessa ter intenção de replicar, na vila, ainda que de uma forma mais modesta, o certame, no mês de outubro, em que se faz, habitualmente, a festa dedicada aos idosos do concelho.
Campo Maior tem um grande destaque nesta feira, em Badajoz, ou não estivesse representada nela uma rua florida, numa alusão clara às tão famosas Festas do Povo. Para a vereadora, é “uma honra” que as festas e todo o trabalho a elas associado sejam valorizados por quem organiza o certame e quem, por outro lado, procura aprender a fazer as flores de papel.
“Gaitas, mantas e chouriças” é o nome da peça de teatro que foi apresentada, esta quarta-feira, 9 de março, aos alunos do primeiro ciclo do agrupamento de Escolas de Campo Maior, no Centro Cultural.
Uma sessão divertida e que teve como objetivo retratar três lendas: a gaita mágica, os três irmãos e, chovem chouriças.
Uma das atrizes da companhia Teatro à Solta, Jaqueline Mota, foi a juíza deste espetáculo, com o objetivo de fazer com que as restantes personagens tenham respeito pelo tribunal, algo que como revela, não é tarefa fácil. “É uma personagem diferente, com um lugar sério, e tenta fazer com que as pessoas tenham respeito pelo tribunal, algo que não têm muito, mas ela consegue conduzir e entender, em cada caso e em cada lenda, quem de facto tem razão, mas é um pouco complicado, e todo o espetáculo é uma nova tentativa”.
A atriz destaca o facto de os alunos de Campo Maior serem “muito diferentes, recetivos e atentos às peças apresentadas”, o que a seu ver demonstra que “estão habituados a assistir a espetáculos culturais, o que é muito bom”.
Já Cristóvão Carvalheiro tem três personagens: o gaiteiro, um dos irmãos e um aldeão. “Como é a mistura de três contos, acontecem muitas coisas e, sou uma das pessoas que tentar destruir a parte séria da juíza”, revela o ator.
Tânia Catarino representa também três personagens: a mãe da juíza, que é caricata, uma das irmãs e a mulher do aldeão, que fala muito, e revela que em todos os espetáculos, “há ma componente de comédia, tentando chegar a todos os públicos e que, estes, se identifiquem com o que fazemos e que não achem que vir ao teatro é uma seca, queremos sempre que eles se divirtam muito”.
O ator Marco Paiva, nesta peça, é vendedor de loiça, pai de três irmãos e um homem rico, e garante que é ele “o causador dos interrogatórios no tribunal, que leva a que os miúdos muitas vezes não gostem da minha personagem”, considerando que esta peça demonstra às crianças que “é necessário usar a criatividade para criar novas coisas e não estarem presos ao que foi dito e ir ao teatro é fazer parte integrante da peça”.
Já a vereadora na Câmara de Campo Maior, São Silveirinha, refere que “é importante formar as crianças e jovens para este tipo de dinâmicas educá-las pela arte”, daí o público estar incluído no mês do teatro.
Quanto à peça, a vereadora refere que “está de acordo com os programas curriculares, pelo que juntámos uma série de questões, e assim faz todo o sentido que o público escolar esteja aqui contemplado”.
As bibliotecas de Campo Maior acolhem, até final deste mês de março, aquele que é o primeiro Festival das Leituras Floridas, que teve hoje, dia 7, o seu arranque no Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro, com uma apresentação oficial, tendo contado ainda com alguns momentos de leitura, música e dança, por parte dos mais pequenos.
Este, garante o diretor do Agrupamento de Escolas de Campo Maior, Jaime Carmona, é mais um passo para incentivar a leitura, até porque os livros são um “mundo infindável de sonhos, alegrias e de tristezas, que também temos de lidar com elas”. Defendendo sempre a leitura “até ao limite”, o diretor revela ainda que este novo evento, que vem na sequência daquela que era a antiga Semana da Leitura, resulta numa “sinergia” entre as várias instituições de ensino do concelho: o Agrupamento de Escolas, o próprio Município de Campo Maior, o Centro Educativo Alice Nabeiro e o jardim de infância “O Despertar”.
Neste festival, assegura, por sua vez o presidente da Câmara, Luís Rosinha, cultura e educação, de mãos dadas, incentivam à leitura, num mês de março com uma programação ao nível educacional “muito forte”. “Ler é fantástico, pode transportar-nos para todos os lados que nós queiramos, e a leitura vai ser, com certeza, um fator decisivo naquilo que é o sucesso escolar dos alunos”, garante o autarca.
Já o coordenador pedagógico do Centro Educativo Alice Nabeiro, Joaquim Mourato, destaca, com este arranque do festival, o regresso ao convívio e ao reencontro dos vários parceiros desta rede de bibliotecas de Campo Maior, assim como a importância da leitura como “um bem e uma ferramenta” para um “crescimento integral”. O festival, garante ainda, conta com um programa “riquíssimo”, esperando que, com isto, “o hábito da leitura se instale em cada uma das crianças”.
A sessão terminou com um momento de homenagem ao povo ucraniano, com a formação de um cordão humano, com as crianças a segurarem balões com as cores da bandeira daquele país em guerra. Para Jaime Carmona, conflitos como este que se vive na Ucrânia “deviam ficar apenas nos livros de História”. Também Luís Rosinha diz ser importante alertar os mais pequenos para situações como esta, lembrando que a guerra “nunca será solução” para nada.
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, foi hoje, 4 de março, a Campo Maior, assinar os contratos relativos às áreas de acolhimento empresarial de nova geração, quer de Campo Maior, quer de Beja, no âmbito do financiamento conseguido pelas duas autarquias ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Tanto para Campo Maior, como para Beja, dois de dez projetos aprovados, em todo o país, ainda que com maior incidência no interior, vão ser canalizados cerca de 15 milhões de euros, num total de 30 milhões para o Alentejo.
Para a ministra, este é um dos caminhos que o Governo tem vindo a traçar, com o objetivo de diminuir as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal, adiantando que, com este investimento público, as zonas industriais serão requalificadas e dotadas de novas infraestruturas, ao nível das “comunicações 5G, de energia barata e de proteção contra incêndios”, que as áreas mais antigas não têm.
Apesar das “muitas candidaturas boas” apresentadas, apenas dez foram aprovadas. Contudo, adianta Ana Abrunhosa, no próximo quadro comunitário será dada prioridades a esses projetos e investimentos, que são “muito importantes para quebrar as assimetrias, porque dão maior competitividade às empresas e tornam o território mais atrativo para as empresas se instalaram”.
Atualmente, muitas empresas, garante a ministra, já instaladas no país, algumas delas estrangeiras, procuram “aumentar a sua produção e deslocar-se para estes territórios”. Não o fazem, diz ainda, por não haver estas condições que, dentro em breve, Campo Maior e Beja passam a ter.
De acordo com presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, este é o maior investimento, de sempre, feito no concelho, assegurando ainda que este “é um dia muito importante para Campo Maior”. Dos 15 milhões, adianta o autarca, dez estão “afetos à questão das energias renováveis, com sistemas fotovoltaicos e sistemas de armazenamento”. “Temos uma solução resiliente ativa de incêndios, que dará maior segurança aos investimentos que os empresários irão fazer, assim como àqueles que já estão na nossa zona industrial, temos a cobertura 5G, que é também um fator diferenciador sobretudo aqui no interior e que irá proporcionar a vinda de novas empresas para o nosso território”, assegura.
Através deste investimento, a zona industrial de Campo Maior vai contar com uma central fotovoltaica de sete hectares, “terrenos propriedade do município”, que irá produzir cerca de sete megawatts. Das 40 empresas já instaladas na zona industrial de Campo Maior, 24, adianta Rosinha, manifestaram interesse em vir a usufruir desta comunidade energética.
Quanto às obras a levar a cabo, revela o autarca, terão de estar prontas em 2023. Luís Rosinha diz ainda acreditar que, com este investimento, a juntar a todos os esforços de desenvolvimentos turísticos na vila, Campo Maior vai começar a atrair população jovem e qualificada.
Ricardo Pinheiro, secretário de Estado do Planeamento, diz ser muito importante que Campo Maior tenha conseguido captar este investimento, lembrando que, com isto, os empresários da região vão poder comprar energia a preços mais baixos. Outro motivo de satisfação para Ricardo Pinheiro é o projeto-piloto da construção de um eletrolisador, na zona industrial de Campo Maior.
A cerimónia de assinatura dos contratos das áreas de acolhimento empresarial de Campo Maior e de Beja, decorreu, ao final da manhã desta sexta-feira, no auditório do Centro Interpretativo da Fortificação Abaluartada de Campo Maior, espaço inaugurado no verão passado e dado a conhecer à ministra por Luís Rosinha, ainda antes da sessão.
Marcaram ainda presenta nesta cerimónia o secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, o presidente da CCDR Alentejo, Ceia da Silva, os presidentes das Câmaras de Beja, Paulo Arsénio, Sousel, Manuel Valério, e Ponte de Sor, Hugo Hilário.
Depois de almoço, a comitiva teve ainda oportunidade de visitar as obras do Centro de Inteligência Competitiva de Campo Maior, na Antiga Escola da Cooperativa.
Uma onda de solidariedade para com o povo ucraniano surgiu em Campo Maior, onde a CURPI, e também um grupo de Elvas, procederam à recolha de diversos bens para enviar para a Ucrânia.
A sala de convívio da CURPI encheu-se de diversos tipos de alimentos, assim como produtos de higiene, medicamentos, roupa e ração para animais, que foram recolhidos por uma empresa que os fará chegar a Évora, e daí partirão em direção à Ucrânia.
José Pedro Caldeirão, presidente da instituição revela que “não é por acaso que, em Campo Maior somos uma vila solidária, pelo que a CURPI entendeu por bem começar, no dia 28 de fevereiro, uma recolha de bens para enviar para a Ucrânia”, acrescentando que “todos os colaboradores se disponibilizaram para esta iniciativa, e numa causa destas, era impossível não partilharmos este gesto solidário”. A CURPI recolheu também numa das farmácias da vila, alguns medicamentos.
Já Francisco Orelhas, tesoureiro na direção da instituição, também ajudou na iniciativa e refere que “todo o povo se mobilizou, e temos a ajuda de todos, que se disponibilizaram para esta iniciativa, pelo que procedemos à separação dos diversos bens que foram entregues, e nunca pensámos que a adesão fosse tão grande”, adiantando também a colaboração da Junta de Freguesia da Expectação.
Isabel Martins foi, igualmente, uma promotora desta ação, a partir do seu estabelecimento de restauração, na vila, que já tem por hábito colaborar em ações de solidariedade. “Desde a primeira hora, quisemos tomar a iniciativa de fazer a recolha de bens, e a primeira entidade que vimos que se tinha associado foi a CURPI, associámo-nos e muitas coisas que as pessoas entregam no restaurante, trazemos para aqui”.
“O povo de Campo Maior é excecional e, quando há alguma necessidade, une-se e faz-me lembrar um pouco como se se unisse em torno das Festas do Povo, neste caso e infelizmente, não é pelas Festas do Povo, mas para ajudar um povo que está a sofrer”, acrescenta Isabel Martins.
No jardim municipal também esta tarde de quarta-feira, um grupo procedeu à recolha deste tipo de bens. Ana Nabeiro, irmã do responsável que organizou o transporte destes produtos para Évora e membro do grupo solidário de Elvas, adianta que as pessoas têm “aderido imenso” a estas ações, pelo que a seu ver em Campo Maior “correu muito bem”, principalmente na CURPI.
Esta ação, que foi lançada no Grupo de facebook Elvas solidária, refere Ana Nabeiro, foi organizada num curto espaço de tempo, mas como explica, “a população juntou-se e não estava a espera de tanta adesão”. Quanto ao povo ucraniano e toda esta solidariedade revela que é importante, uma vez que “nunca sabemos quando vamos estar numa situação daquelas, por isso temos o dever de ajudar estas pessoas que veem as vidas completamente destruídas”.
Onda de solidariedade para com o povo ucraniano, tanto na CURPI de Campo Maior, como no jardim municipal da vila, para a qual a população contribuiu em massa, com diversos tipos de bens essenciais.
Os campomaiorenses saíram, na tarde deste sábado, 26 de fevereiro, em peso, à rua, para no jardim municipal da vila brindar e brincar ao Carnaval. Miúdos e graúdos, uns disfarçados, outros nem por isso, tiveram oportunidade de desfrutar de um conjunto de iniciativas, organizadas pelo Município.
A Câmara de Campo Maior, que não quis deixar passar esta época festiva em branco, proporcionou à população um conjunto de espetáculos de arte circense, com malabaristas, palhaços e alguns trapezistas, um espetáculo musical, com a Banda 1º de Dezembro, no coreto do jardim, a interpretar temas alusivos à ocasião, como ainda disponibilizou dois insufláveis para as crianças se divertirem.
Segundo a vereadora São Silveirinha, esta foi celebração possível, dado que a autarquia teve receio de organizar o habitual corso carnavalesco, tendo em conta a situação pandémica. “Não quisemos correr o risco de projetar um desfile de Carnaval, com todos os custos que isso acarreta, no sentido de depois não o podermos concretizar”, revela.
As pessoas, lembra ainda a vereadora, “estão com muita vontade de poder sair à rua, de divertir-se, de confraternizar, como faziam há dois anos”, pelo que a autarquia não quis deixar de proporcionar “um momento diferente e muito especial”, na tarde deste sábado, com um conjunto de dinâmicas que animam o jardim municipal de Campo Maior.
Quisemos ainda saber o que os campomaiorenses e quem se deslocou ao jardim municipal achou da iniciativa e as opiniões são unânimes: não sendo este ainda o Carnaval a que Campo Maior está habituado, foi uma forma de, pelo menos, esquecer os problemas do dia a dia e da guerra na Ucrânia de que agora tanto se fala.
A festa termina, depois das 19 horas, com a atuação do DJ Sam.
15 de dezembro de 2021: uma data que ficará marcada na história de Campo Maior e na memória de cada um dos campomaiorenses, com a elevação das Festas do Povo a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
A decisão foi tomada, no decorrer da 16.ª reunião do Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO, em Paris.
Realizadas pela última vez em agosto de 2015, as Festas do Povo de Campo Maior são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico da vila, engalanadas com milhares de flores de papel, feitas pela população de forma voluntária. E é isso, acima de tudo, que faz delas tão especiais.
Este, que foi um importante reconhecimento e que deixa a fasquia mais elevada, implica agora que a Câmara de Campo Maior, juntamente com a Associação das Festas do Povo, trace todo um trajeto, no qual se procure “incentivar as novas gerações”, para que, no final de contas, “não se deixe morrer esta tradição secular”. Quem o diz é a vereadora da Cultura, São Silveirinha.
A verdade é que, ainda antes do eclodir da pandemia, Campo Maior preparava-se para realizar mais uma edição das Festas do Povo. 29 de agosto a 6 de setembro de 2020: seria uma semana e um dia de festa e alegria, para os campomaiorenses, mas também para aqueles que, por esta ocasião, enchem as ruas da vila. A 25 de março, desse mesmo ano, Câmara e Associação anunciavam o adiamento das festas, para data incerta, ou não tivesse sido, por essa altura, declarado Estado de Emergência no país.
A continuidade do evento, não tem dúvidas a presidente da Associação das Festas, Vanda Portela, está assegurada, por mais que seja necessária “uma partilha de conhecimento” entre os mais velhos e os mais novos. E isso já está a ser feito, através daquilo a que, no Agrupamento de Escolas, chamaram de Oficina da Flor.
Com o reconhecimento a uma tradição que tem passado de geração em geração, garante o diretor do Agrupamento de Escolas de Campo Maior, Jaime Carmona, é hora “de se começar a preparar o futuro”. Com este trabalho agora a ser desenvolvido com algumas turmas, quer-se mostrar aos alunos, acima de tudo, que as flores, as festas e o espírito de entreajuda que as caracteriza são “algo que lhes pertence”.
Para já, a Oficina da Flor envolve duas turmas PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação), uma do PCA (Percursos Curriculares Alternativos), e outras duas de Ensino Especial. Mas este projeto já era para ter começado ainda antes do reconhecimento e da elevação das Festas do Povo a Património da Humanidade, de acordo com a técnica de intervenção local, Letícia Garcia. Com os atrasos provocados pela pandemia, mas entretanto estabelecida a parceria com a Associação das Festas do Povo, o trabalho, com estes alunos, na Oficina da Flor, tem vindo a ser desenvolvido desde o primeiro período letivo.
O projeto quer envolver, para além dos alunos, os seus pais e avós, por mais que, recorda Jaime Carmona, em tempos de pandemia, a escola tem estado muito fechada à comunidade.
José, Daran, Rodrigo, Tiago e David são apenas alguns dos exemplos, no seio de um conjunto de alunos que “não tem grande interesse” pelas atividades escolares, pelo que se procura transmitir, a estes jovens, nesta Oficina da Flor, e noutras disciplinas, alguns conhecimentos e ferramentas, que possam vir a ser úteis, através de atividades mais práticas.
Mas em Campo Maior já só se pensa na próxima edição das festas. São Silveirinha garante mesmo que a população “está sedenta” da realização daquele que é o maior ex-líbris festivo do concelho, por mais que ainda tenha de esperar até 2023. Com esta elevação, revela a vereadora, é agora preciso, entre outros, que se mantenha vivo o espírito de voluntariado que caracteriza as festas. Depois da conquista da classificação enquanto Património da Humanidade, há outro passo importante a dar: o da certificação da flor. Esta certificação servirá, sobretudo, para evitar cópias destas flores de papel, que são “únicas e genuínas”. Já para Vanda Portela, a elevação das festas a património da UNESCO acaba por ser como a abertura de “uma janela para o mundo”.
Prestes a ser inaugurada está a Casa das Flores que, na prática, será um Centro Interpretativo das Festas do Povo, um espaço que, segundo São Silveirinha, será “muito digno”. Com ele, quer-se, acima de tudo, potenciar ainda mais o turismo de Campo Maior, sendo este um lugar onde não faltarão atividades alusivas às festas. Com a Casa da Flor, Campo Maior fica com um equipamento capaz de mostrar a quem visita a vila, sempre que não há festas, aquilo que elas são.
Mas enquanto não houver festas, nem Centro Interpretativo inaugurado, os alunos, que frequantam a Oficina da Flor vão continuar a trabalhar… No final do ano letivo, a expectativa é que estes jovens façam, mesmo na escola, uma pequena rua, em jeito de amostra daquilo que são as Festas do Povo.
Os primeiros trabalhos, para realizar o certame, em 2023, já começaram. Contudo, é necessário voltar a contactar a população, lembra Vanda Portela, até porque as festas só acontecem quando o povo assim entende.
Em 2023, os campomaiorenses, ao que tudo indica, voltam a sacrificar as suas horas de descanso, agora com esta ajuda extra dos mais novos, para dar forma às flores e demais arranjos sem os quais Campo Maior não se poderia transformar, da noite para o dia, no mais belo dos jardins.
A reportagem, na íntegra, para ouvir no podcast abaixo.
“Vidas de Espuma” é o livro da autoria de Etelvina Castel-Branco, que foi apresentado este sábado, 19 de fevereiro, no Centro Cultural de Campo Maior.
Uma apresentação que contou com a atuação do Grupo Coral Ceifeiros de Cuba, localidade alentejana onde a autora cresceu.
Etelvina Castel-Branco é professora e reside em Elvas, há vários anos. Aos nossos microfones explica que “o amor é o fio condutor de toda esta obra, em que a personagem principal procura o sentido da sua vida, e neste percurso interno vê que a vida é volátil e fugaz, e há que dar-lhe um sentido e, esse sentido passa pelo amor”.
Questionada sobre o facto desta apresentação em Campo Maior, onde lecionou por vários anos, a autora revela que “quase metade” do seu coração está em Campo Maior, pelo que se sente muito feliz por apresentar ali o seu livro, recordando os tempos em que lecionava em Campo Maior. “é uma terra com muitas semelhanças psicológica se sociológica s a minha terra, Cuba, e portante, eu identifico-me imenso e adoro Campo Maior”.
Etelvina Castel-Branco confessa-se amante do cante alentejano, revelando que o seu pai foi fundador de um dos grupos de Cuba, “O Amigos do Cante” pelo que, diz que viveu no “meio do cante, que é triste, profundo, de batalhas e lutas de vida, de homens humildes que trabalhavam o campo, pelo que nada mais apropriado do que convidar este grupo, para a apresentação do meu livro”, remata.
A vereadora no município de Campo Maior, São Silveirinha, escreveu o prefácio do livro e considera esta apresentação “muito especial”, uma vez que foi aluna da autora e com ela partilha vários momentos literários. A vereadora acrescenta que, Etelvina completa hoje mais um aniversário, pelo que a seu ver, “nada melhor do que conseguirmos trazer a sua terra para este momento, tão especial para ela.
O presidente da Câmara de Elvas, Rondão Almeida, marcou presença nesta apresentação, destacando a forte amizade que tem para com a autora e esperando que a obra possa vir também a ser apresentada em Elvas. O presidente garante que a autora “recebeu Elvas no coração e é uma grande amiga minha, pelo que não poderia deixar de estar presença e de lhe fazer o convite para apresentar o seu livro, na nossa Biblioteca, que será em breve”.