Os presidentes das Câmaras Municipais de Crato e Fronteira, João Teresa Ribeiro e Joviano Martins, e o representante do presidente da Câmara Municipal de Avis, Jorge Martins Borlinhas, defenderam, em audiências com todos os grupos parlamentares, a construção da Barragem do Pisão, o último projeto hidroagrícola que falta concretizar para a conclusão do Plano de Rega do Alentejo, com mais de 50 anos.
Nos encontros, que decorreram na Assembleia da República (AR), os autarcas do Crato, Alter do Chão e Avis reiteraram a importância da construção da barragem, considerando ser estruturante para o Alto Alentejo e para o País.
As reuniões com todos os grupos parlamentares decorreram no passado dia 2, tendo os autarcas defendido que a construção deste empreendimento permitirá a criação de milhares de postos de trabalho, o aumento da produção agroalimentar, em milhões de euros, e a criação de uma reserva estratégica de água para consumo humano.
O último estudo efetuado para a concretização do projeto prevê um investimento na ordem dos 100 milhões de euros, que seria menos dispendioso para o Estado se fosse inscrito no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o que lhe permitiria beneficiar de uma comparticipação de 85 por cento, o que significa que a contrapartida nacional seria de 15 milhões de euros.
Por este motivo os autarcas procuraram sensibilizar todos os grupos parlamentares para que a construção da barragem seja incluída no próximo Orçamento do Estado (OE2013), dada a sua natureza estratégica para o desenvolvimento da Região e a necessidade de se aproveitarem os fundos estruturais atualmente disponíveis.
Tendo todos os grupos parlamentares manifestado recetividade ao projeto, aguarda-se agora a necessária vontade política e capacidade de decisão para a concretização desta aspiração antiga das populações do distrito de Portalegre.
Recorda-se que a construção da barragem do Pisão já foi anunciada por três primeiros-ministros, Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso, mas continua por construir, tendo sido sucessiva e incompreensivelmente adiada, com prejuízos económicos e sociais evidentes para o País e, em especial, para os alentejanos.
O projeto de construção da albufeira prevê duas componentes distintas: o abastecimento público de água e o regadio. Este projeto prevê ainda que o empreendimento conte com capacidade para armazenar 100 milhões de metros cúbicos de água sendo que o perímetro de rega poderá beneficiar cerca de nove mil hectares dos concelhos do Crato, Alter do Chão, Fronteira, Portalegre e Avis.