A cada ano que passa, as condições que o Parque da Piedade, em Elvas, oferece para a realização da Feira de São Mateus, são questionadas por muitos, sobretudo no que diz respeito ao piso daquela área da cidade.
A verdade é que, há já mais de 15 anos, segundo o presidente da Câmara, Rondão Almeida, houve possibilidade de dar “outra dignidade” àquele espaço de mais de oito hectares. Nessa altura, lembra o autarca, foram muitos os municípios da região, como Estremoz, Montemor-o-Novo e Reguengos de Monsaraz, que aproveitaram os fundos comunitários para requalificarem os seus parques de feiras, sendo que também, com esse objetivo, a Câmara Municipal quis dar “uma grande ajuda” à Confraria do Senhor Jesus da Piedade.
“Era uma oportunidade, em que os fundos comunitários permitiam 75% a fundo perdido, para requalificar parques de feiras”, recorda Rondão Almeida, que explica que a Câmara Municipal lançou o desafio à Confraria do Senhor Jesus da Piedade, proprietária do Parque da Piedade, para candidatar um projeto de requalificação do parque, mas que não foi aceite. “Na proposta que eu fiz, a Câmara Municipal fazia um contrato de comodato, pelo mínimo de dez a 20 anos, e tornar-se-ia dona deste terreno durante esse tempo, mas comprometia-se a fazer um plano de pormenor e a requalificar todo este território”, lembra.
Em causa estaria um investimento de “entre oito a dez milhões de euros”, em que a autarquia assumia 25% dos custos. “Mas o projeto não foi aceite e perdeu-se uma grande oportunidade. Sei que, na altura, algumas vozes diziam que eu me queria tornar também dono da feira. Evidentemente que nunca foi essa a minha ideia ou se não que o digam todas essas instituições que estão a gerir os lares que eu fiz”, adianta Rondão Almeida.
Nos dias de hoje, e porque os fundos comunitários estão direcionados para outras áreas, como a eficiência energética e ambiente, não há possibilidade de se conseguir “um único cêntimo” para qualquer projeto de requalificação do Parque da Piedade, garante ainda o autarca.