As hortas comunitárias da Quinta do Bispo, em Elvas, são um projeto criado, há sete anos, pela junta de freguesia de Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso e que continua a ocupar muitas pessoas, que ali cultivam os seus produtos hortícolas.
Este projeto surgiu da necessidade de “revitalizar e dar vida à zona da Quinta do Bispo, que se encontrava abandonada”, revela o presidente da Junta, Joaquim Amante, adiantando que “com as hortas comunitárias mantém-se o espaço mais limpo, ativo e dá uma imagem de natureza no centro da cidade, que é muito importante”.
Há outras hortas comunitárias em Elvas, nomeadamente na Raposeira. “Estas hortas servem para que as pessoas, daqui retirem alimentos, que vão plantando, tendo em conta a estação do ano. Plantam aqui produtos saudáveis, que hoje em dia compramos no supermercado, mas têm sempre muito mais químicos e eles aqui usam produtos naturais, os químicos são muito reduzidos”, garante Joaquim Amante.
A junta de freguesia tem colaborado com os hortelões para ir de encontro às suas necessidades. “Vamos falando aqui com os hortelões, vemos as necessidades deles, ajudamos no que é necessário, como podas de árvores, limpezas, entre outros. Tentamos ter um bom ambiente com eles, e ajudá-los no que é necessário”.
No mandato de presidência de Joaquim Amante já foi entregue mais uma horta: “temos uma outra que tem proprietário, temos muita procura, mas não temos mais área, temos sítios, mas não conseguimos fazer a horta, porque os acessos são complicados, esta zona que é mais elevada”, afirma o presidente.
Atualmente já não há vagas para novos usuários das hortas comunitárias. Joaquim Amante adianta que “há uma lista de espera e há pessoas que já estão há muito tempo inscritas para terem o espaço de uma horta”. O critério, do presidente da Junta, para novos usuários é “ir sempre pelas pessoas que estão inscritas há mais tempo, para não passarmos à frente de ninguém. Há muita procura, e portanto, se arranjarmos mais espaços as pessoas aceitam logo”, adianta.
Falámos também com algumas pessoas que têm a sua pequena horta, na Quinta do Bispo. José Fonseca revela que estas hortas servem, acima de tudo, para ocupar o tempo, e também para aliviar a economia familiar, uma vez que cultiva produtos, que acaba por não comprar. “Isto é um hobby, é muito agradável para ocupar os tempos livres, para quem gosta da natureza, para ver as plantas crescer. Hoje em dia com a crise que temos, com a inflação, na economia familiar também já se nota”, garante.
José Fonseca afirma que, nomalmente, cultiva são cultivadas “frutas e produtos hortícolas da época”.
À semelhança de José Fonseca, José Russo também considera as hortas como “um hobby, um passatempo”,garantindo que a maioria das pessoas são “quase todos reformados”.
As hortas são “uma boa ideia, nós entretemo-nos aqui um bocado, convivemos uns com os outros, há aqui um bom ambiente, e nós gostamos de estar aqui”, remata José Russo.