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“São poucas as marcas que incluem o braille nas embalagens”, diz Isabel Lopes

Isabel Lopes, de 47 anos, nasceu com cataratas congénitas, uma turvação total ou parcial da lente natural dos olhos que está presente no nascimento ou logo após o nascimento. As alterações podem levar a pequenas distorções visuais até à cegueira.

O pós-operatório de uma cirurgia realizada aos sete meses de vida não correu da melhor forma e fez com que, com um ano e meio, perdesse por completo a visão.

Nesse sentido, desde muito cedo que o Braille acabou por se tornar na sua “única opção para ler e escrever”, sendo, de acordo com Isabel Lopes,”um meio de comunicação”.

“Felizmente, a sociedade está mais consciencializada para as diferenças e entende, cada vez mais, a necessidade do Braille estar mais introduzido na sociedade. No entanto, ainda há muitas limitações. Não é fácil, por exemplo, ir às compras sozinha. Nós não temos o mesmo acesso à informação que as restantes pessoas têm. São poucas as marcas, e aí gostava de destacar a Delta, que têm disponível o Braille nas suas embalagens”.

Para Isabel Lopes, “o evoluir das novas tecnologias tem permitido aos invisuais estar cada vez menos limitados. Por exemplo, com os sistemas operativos digitais já conseguimos ler em Braille tudo o que está no telemóvel ou no tablet”.

Por fim, neste Dia Mundial do Braille, que se assinala hoje, Isabel Lopes deixa o apelo a todos para que “antes de excluírem uma pessoa com limitações, tentem perceber e perguntem o que ela consegue ou não fazer”.

O Dia Mundial do Braille assinala-se a 4 de Janeiro, data de nascimento de Loius Braille, o criador do sistema de leitura e de escrita Braille, que permite através do toque facilitar a vida das pessoas invisuais e a sua integração na sociedade.

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