A Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza, defende uma adaptação dos métodos agrícolas convencionais, que podem constituir verdadeiras ameaças à preservação da vida selvagem, da qualidade do solo e das águas.
Nuno Sequeira, da Quercus, garante que a agricultura, hoje em dia, tem um papel destrutivo do meio ambiente: é dependente de combustíveis fósseis e agroquímicos, reduz a biodiversidade selvagem, contamina os solos e polui a água e a atmosfera.
Felizmente existem alternativas, que consistem na criação de sistemas agrícolas adaptados localmente, à semelhança dos agroecossistemas tradicionais, fazendo um uso otimizado dos bens e serviços dos ecossistemas para os processos produtivos, garante Sequeira. A agricultura sustentável, que surge como uma das dessas alternativas à agricultura industrializada, é um sistema de produção que respeita o ambiente, as pessoas e os recursos naturais.
A agricultura depende de condições e processos naturais alheias à vontade e ao controlo humano, tal como o clima, o solo, as interações entre cultivares e outros seres vivos. A agricultura industrializada tenta maximizar o controlo sobre todos os fatores que afetam a produção, criando um sistema uniforme, com baixa biodiversidade, e altamente dependente de energia externa, explica Nuno Sequeira.
Os alimentos produzidos pela agricultura sustentável ou biológica podem sair mais caros, inicialmente, ao bolso do consumidor. No entanto, garante o ambientalista, o meio ambiente sai beneficiado.
A agricultura sustentável não deve ser vista apenas como uma forma de produzir alimentos com um impacto ambiental mínimo, mas as dimensões sociais e económicas são fulcrais para que uma agricultura adaptada às condições locais possa ser mantida a médio/longo prazo.