Uma mulher dormiu, na noite passada, à porta da Câmara Municipal de Campo Maior, com o objetivo de exigir à autarquia que lhe cedesse uma habitação social.
Ontem, terça-feira, 12 de setembro, por volta as 19h30, esta mulher, conta o presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, Luís Rosinha, quis ser atendida, revelando-lhe que precisava dessa habitação, para si e para os quatro filhos, com idades compreendidas entre os nove e os 16 anos, por ser “vítima de violência doméstica por parte do companheiro”.
“O protocolo implica que a Câmara Municipal comunique à GNR que, efetivamente, há uma vítima de violência doméstica e a GNR ativa a linha de apoio”, adianta o autarca. Mas verdade é que, segundo Rosinha, esta mulher “recusou-se a aceitar a ativação da linha”. Entretanto, a GNR fez chegar essa informação ao Ministério Público, sendo que a Segurança Social está também já a par da situação.
Esta manhã, o município, “através de todas as técnicas dos serviços municipais, entre o Rendimento Social de Inserção e o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), também chegou à conversa com a cidadã, propondo-lhe até a questão de uma cantina social, para que as crianças e ela não tivessem dificuldades na questão da alimentação. Foi intransigente na decisão e as técnicas não tiveram sucesso, porque ela recusou a alimentação”, adianta Luís Rosinha.
Os menores serão agora acompanhados por uma Equipa Multidisciplinar de Apoio Técnico aos Tribunais (EMAT), sendo que a autarquia seguiu “todos os procedimentos que devia ter seguido”. “A senhora recusou-se a seguir esses parâmetros – tem o direito de ter recusado -, mas este assunto terá agora de ser passado para outras entidades, como o Ministério Público, Segurança Social e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ)”, remata o autarca.
Os filhos desta mulher terão passado a noite, não com a mãe, à porta da Câmara de Campo Maior, mas em casa de familiares.