Skip to content

A “atribulada” pré-campanha eleitoral em Elvas: o pontapé de saída para o debate autárquico na Casa da Cultura

Quatro dos cinco candidatos à presidência da Câmara Municipal de Elvas, nas autárquicas de 12 de outubro, estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, 12 de setembro, na Casa da Cultura, num debate promovido pela Rádio ELVAS: Margarida Paiva, da Aliança Democrática (AD); Rondão Almeida, do Movimento Cívico por Elvas (MCPE); José Eurico Malhado, do CHEGA; e Nuno Mocinha, do Partido Socialista (PS).

Embora o convite endereçado a todos os candidatos por esta estação emissora, a cabeça de lista da CDU, Ana Albergaria, não marcou presença por não se encontrar em Elvas.

A atribulada pré-campanha eleitoral em Elvas foi o primeiro tema a ser debatido, com Margarida Paiva a apontar, desde logo, a polémica em torno da “publicidade eleitoral no centro histórico, colocada pelo MCPE”: “se calhar sou um bocadinho legalista, mas se não é permitido, não consigo compreender a continuidade da sua existência”.

Por outro lado, e dizendo que a AD pugna pela “verdade e pela “legalidade”, a candidata destacou o facto de duas forças políticas não terem respeitado os diferentes momentos das candidaturas: “o PS, com um candidato que não foi admitido à Assembleia Municipal, e o MCPE, que também não tem um candidato admitido à Assembleia Municipal e outra candidatura à Freguesia de Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso”.  

Em resposta a Margarida Paiva, Rondão Almeida diz que a candidata da AD alega “pura e simplesmente aquilo que a Comissão Nacional de Eleições ainda não veio a invocar”. “Diz que se fez mal em colocar uma lona, mas o que é certo é que a Comissão Nacional de Eleições, nesse mesmo dia em que foi levantado o problema, foi questionada e, até este momento, ainda não disse nada. Mas a senhora, não só faz de Ministério Público, como de juíza, para dar a devida sentença”, diz o candidato do MCPE.

Quanto à exclusão da lista do MCPE à freguesia de Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso, Rondão Almeida questiona-se sobre a “verdadeira razão” para o facto de se estar a fazer, “pela primeira vez, o acompanhamento junto do tribunal para filtrar (as candidaturas)”. “Gostava de saber qual a verdadeira razão, uma vez que há quatro anos a Lei da Paridade também já estava em execução e duvido que houvesse algum partido que tivesse cumprido os 40% e não tivesse recorrido àquilo que era a lei antiga: duas pessoas do mesmo sexo e, logo de seguida, uma do sexo oposto”, disse ainda.

Para José Eurico Malhado, o Tribunal de Elvas decidiu a exclusão da lista à Assembleia de Freguesia de Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso do MCPE pela “legalidade” e pela “justiça”: “quando a justiça é célere, quando a justiça não olha a fações políticas nem partidárias, eu acho que o tribunal decidiu bem, apesar de poder haver recurso do MCPE para o Tribunal Constitucional”.

O candidato do CHEGA revela ainda que não se opôs à candidatura liderada por Joaquim Amante àquela freguesia da cidade pelo MCPE, porque “as vitórias têm-se no terreno”, apesar do partido que representa “andar a ser atacado veemente nas redes sociais e nas secretarias”. “O presidente não poderá, momentaneamente, concorrer. As outras listas estão legalizadas, portanto, fez-se justiça, por enquanto”, acrescentou.

Relativamente à situação da candidatura do MCPE à freguesia de Assunção, Nuno Mocinha disse que há que esperar pelo que dirá o Tribunal Constitucional: “vamos ficar à espera e depois logo se vê se vale a pena haver alguma análise, alguma pronúncia, ou não, mas cabe agora ao Tribunal Constitucional analisar aquilo que, dentro da lei, foi feito, ou seja, contestar aquilo que foi a decisão do último juiz do tribunal”.

Não querendo que restem quaisquer dúvidas, Mocinha lembrou que o PS tem “todas as listas aprovadas”. “Aquilo que houve foi com um único candidato que, por ser chefe de divisão na Câmara Municipal de Elvas, a candidatura tinha que ter tratado, com tempo, de um requerimento, onde fossem suspensas as suas funções, e isso não aconteceu”, começou por explicar. Como o candidato em causa não tratou a tempo desse requerimento, “não pôde ser candidato”. “Mas não se confundam as coisas de um candidato com uma candidatura, ou seja, o PS concorre em todas as freguesias, à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal”, acrescentou.

O debate completo, conduzido por António Ferreira Góis, para ver na página de Facebook da Rádio ELVAS.

Compartilhe este artigo: