
Os quatro candidatos à presidência da Câmara Municipal de Campo Maior – Pedro Reis, da CDU; Luís Rosinha, do PS; Cristina Mouril, do CHEGA; e João Muacho, do movimento independente SIM por Campo Maior – juntaram-se esta quinta-feira, 11 de setembro, no Centro Cultural da vila para um debate promovido pela Rádio ELVAS e a Rádio Campo Maior.
Neste debate, conduzido por António Ferreira Góis, uma análise ao trabalho realizado neste último mandato pelo atual executivo foi o primeiro tema lançado para a mesa.
O primeiro interveniente, Pedro Reis, desde logo, apontou a gestão concessionada da água como “um dos principais problemas” que não foram resolvidos, nestes últimos quatro anos: anos que diz terem sido “difíceis” para a população do concelho.
“Foram anos difíceis porque, infelizmente, houve problemas a resolver que, na nossa ótica, não foram resolvidos ou foram mal resolvidos. A CDU defende, desde sempre, a gestão pública da água e não é por acaso: é porque essa gestão pode garantir um maior escrutínio sobre a qualidade da água, sobre o preço da água, sobre todas as condições em que a água, seja em alta, seja em baixa, é distribuída”, disse o candidato da CDU. Este, para Pedro Reis, é “um aspeto que pode e deve ser muito melhorado”.
Já o recandidato à Câmara Municipal, Luís Rosinha, em resposta a Pedro Reis, e assumindo-se como um “defensor da gestão pública da água”, lembrou que a Aquamaior tem “falhado com os investimentos” que estavam previstos no contrato. “O que é certo é que, em determinada fase, o Município de Campo Maior decidiu contratar com uma empresa 30 anos dessa mesma gestão”, recordou, assegurando que a relação com a Aquamaior tem vindo a ser “controversa”.
Ainda assim, o candidato do PS garante que sempre salvaguardou “os interesses dos campomaiorenses”, dado que nunca acionou o aumento do preço da água proposto pela concessionária. “Nós apenas aumentámos, nestes quatro anos, a água ao valor do IHPC (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor), que é claro e é justo, tendo em conta a questão da inflação”. Rosinha deixou ainda a promessa de que, se continuar a merecer a confiança dos campomaiorenses, “vai continuar a ser este padrão”.
Não fazendo, numa primeira intervenção, referência à primeira questão que acabou por ser levada a debate, Cristina Mouril disse que, ao nível do turismo e da segurança da vila, nestes últimos quatro anos, “nada foi feito”. “Foram prometidas muitas situações, a nível de turismo, e nada foi feito. A nível de segurança a mesma coisa. Campo Maior continua uma vila insegura. Ao nível das estradas municipais também foi prometido que iam ser feitos melhoramentos, mas continuam completamente degradadas”, começou por alegar.
Por outro lado, a candidata do CHEGA aproveitou o seu primeiro momento de intervenção neste debate para levantar uma questão em torno das piscinas da Fonte Nova. “Gostava de saber, como foi dito que as piscinas iam ser adquiridas por um milhão e 200 mil euros, se já passaram para a Câmara Municipal e se estão a ter retorno. Em quanto é que fica manter as piscinas, anualmente, e se tem retorno para o município”, questionou.
Alegando que das 130 medidas que foram anunciadas pelo atual executivo, em 2021, “pouco mais de 30” foram executadas, João Muacho, disse que o trabalho dos últimos quatro anos da Câmara Municipal de Campo Maior ficou “muito a desejar”. “Uma das situações que nos traz até aqui, enquanto movimento SIM, tem na verdade a ver com o desagrado que muitos campomaiorenses têm mostrado perante o executivo atual”, assegurou.
“Nós temos um centro histórico praticamente ao abandono, a limpeza das ruas, que é um dos fatores mais importantes e um cartão de visita para quem vem a Campo Maior, está também num estado muito lastimoso”, atirou o antigo presidente da Câmara Municipal de Campo Maior. Ao nível do turismo, Muacho disse que, e “depois de todos os investimentos feitos ao longo dos últimos anos”, a vila devia contar com mais “dinamismo e iniciativas”.
O debate completo para assistir na página de Facebook da Rádio ELVAS.