No início deste novo ano letivo, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, recomendou aos agrupamentos que proibissem o uso e a entrada de telemóveis nas escolas, para os 1.º e 2.º ciclos do ensino básico.
Para o terceiro ciclo, embora não haja uma recomendação de proibição, foram solicitadas medidas que restrinjam ou desincentivem a utilização de smartphones nos espaços escolares.
Considerando que é “muito complicado erradicar, por completo, as tecnologias das escolas”, a diretora do Agrupamento nº 1 de Elvas, Paula Rondão, explica que, ao nível de 2º e 3º ciclos, o uso dos telemóveis é “estritamente proibido” em sala de aula. “Dentro da sala de aula, haverá um local destinado para colocar os telemóveis e a escola não se vai responsabilizar por qualquer dano ou extravio”, adianta. No caso do 1º ciclo, revela a professora, a questão não se coloca, dado não têm existido problemas. “O 1º ciclo não usa telemóveis e, no nosso agrupamento, não temos tido problema nenhum”, garante.
Com vista a que os alunos, mesmo nos intervalos das aulas, não estejam “colados” aos telemóveis, a escola está a preparar um conjunto de atividades. “Eles próprios depois escolhem entre estar ao telemóvel ou participar nessas atividades”, diz ainda Paula Rondão.
Já no caso do Agrupamento nº 2 de Elvas, o telemóvel só pode ser usado, em caso de alguma urgência ou, explica a diretora Brígida Gonçalves, se for necessário para a realização de alguma tarefa, em termos curriculares ou pedagógicos. “As crianças podem trazer o telemóvel para a escola, mas fica guardado”, revela a professora.
“O telemóvel fica guardado nos intervalos, para que os miúdos possam conviver, que é aquilo que deixou de existir. Chegavam aos intervalos, pegavam nos telemóveis e não havia mais nada. Nem comer iam”, lembra Brígida Gonçalves, dando conta que estas medidas foram implementadas ainda antes das recomendações do Governo.
No Agrupamento nº3, de acordo com a diretora Fátima Pinto, já no ano passado, os alunos de todos os ciclos de ensino estavam proibidos de usar o telemóvel em sala de aula, algo que se vai manter neste novo ano letivo.
“O telemóvel é colocado numa caixa própria, na carteira do professor, na sala de aula, e o aluno só usa o telemóvel quando o professor entende que o telemóvel é um instrumento de trabalho. Caso contrário, fica desligado ou em silêncio”, explica Fátima Pinto. Novas medidas, ainda assim, poderão vir a ser deliberadas em Conselho Pedagógico.