As associações de apicultores do Alentejo reuniram-se, no passado dia 14 de junho, com o diretor regional de Agricultura do Alentejo, na Quinta da Malagueira, em Évora, para lhe exporem “as graves dificuldades pelas quais o setor apícola está a atravessar neste momento”.
A Apicultura em Portugal, dizem os apicultores em nota de imprensa, “está a ser ignorada pelo Ministério da Agricultura já há vários anos e, ao perpetuar este tratamento diferenciado com um setor que é fulcral para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas devido à importância vital que as abelhas representam em termos de polinização no mundo rural, vai acentuar-se cada vez mais o declínio já observado dos polinizadores naturais e, com isso, um problema gravíssimo para a alimentação humana e animal no futuro”.
“É completamente incompreensível que Portugal seja o único país da União Europeia que não contemple a Apicultura nas medidas Agro-ambientais, nem tenha qualquer tipo de apoio direto aos apicultores que, num ano como este, em que a quebra da produção de mel no Alentejo pode chegar em alguns casos aos 90%”. A preocupação, garantem, “é comum e transversal a todos os que estão envolvidos no sector e prende-se como se poderão manter as colmeias vivas até à próxima época”.
Perante todas estas dificuldades, as associações de apicultores não têm dúvidas que “nenhum jovem irá querer abraçar uma atividade que, testemunhada pelos que a ainda exercem agora, não permite ter nenhuma segurança no rendimento anual e, por conseguinte, não permite investir, nem planear uma pequena empresa de sucesso prolongado”.
A continuar assim, lê-se no referido comunicado, “a Apicultura terá o fim anunciado e, com ele, um já inútil reconhecimento da importância desta atividade milenar que, muito mais do que produzir mel, representa a maior força polinizadora controlada pelo Homem”.
“Sem polinização não há produção de frutos, sem frutos não há sementes, sem sementes não há plantas que produzam alimentos. Em suma, sem alimentos não haverá certamente Ministérios, nem da Agricultura, nem quaisquer outros”, dizem ainda.