“Caso único” na Europa, PT.23 leva a Montemor o melhor da arte perfomativa portuguesa

Foto de Alípio Padilha

18 dos espetáculos de dança, teatro e perfomance mais relevantes, criados em Portugal, nos últimos dois anos, são apresentados, entre terça-feira e domingo (de 6 a 10 de junho) naquela que é já a oitava edição da Plataforma Portuguesa de Artes Performativas (PT.23), promovida pel’ “O Espaço do Tempo”.

Dar outra “visibilidade” aos artistas, para que possam vir a apresentar também os seus trabalhos no estrangeiro, é um dos grandes propósitos do evento que, desta vez, arranca com dois espetáculos (performances de Gaya de Medeiros e Vânia Doutel Vaz), no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa. A restante programação será apresentada em Montemor-o-Novo, com cinco espetáculos por dia.

O diretor artístico d’ “O Espaço do Tempo”, Pedro Barreiro (na imagem), que promete uma oferta de espetáculos “extraordinária”, recorda que o evento acontece, de dois em dois anos, em Montemor. Pela cidade, vão estar, durante o certame, cerca de uma centena de “programadores internacionais e nacionais de teatros, de festivais, de casas de dança, de pessoas da curadoria”, para que possam conhecer os artistas e o trabalho desenvolvido no país.

A seleção das 18 peças que compõem a edição deste ano do evento, adianta Pedro Barreiro, foi feita por um “júri bastante alargado, com pessoas muito conceituadas: desde pessoas da curadoria independente, a artistas, a jornalistas, a diretores de teatros, como do Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro Municipal do Porto”.

Durante quatro dias, de 7 a 10 de junho, “O Espaço do Tempo” dá a possibilidade ao público em geral de assistir, de forma gratuita, mas mediante reserva, a um total de quatro espetáculos no cineteatro Curvo Semedo: “C A R C A Ç A”, de Marco da Silva Ferreira, na quarta-feira, às 18h30; “Versa-Vice”, de Tânia Carvalho, na quinta-feira, às 18h30; “A minha vitória como ginasta de alta competição”, de Lígia Soares, na sexta, às 18h30; e “Vära”, de Daniel Matos, no sábado, às 18 horas.

Pedro Barreiro lembra que Portugal acaba por ser caso “único” na Europa, uma vez que, o normal, seria a Plataforma Portuguesa de Artes Performativas acontecer, não em Montemor-o-Novo, mas sim em Lisboa ou no Porto. “Se olharmos para as plataformas europeias, acontecem nas capitais dos próprios países”, assegura. “Montemor-o-Novo é um lugar extraordinário que, do ponto de vista do acesso às infraestruturas, não é como Lisboa ou Porto, mas tem outro tipo de coisas, que tanto nós como quem nos visitam anualmente, reconhecem como mais-valias, nomeadamente o seu capital humano”, remata.

Para além dos quatro espetáculos promovidos no cineteatro Curvo Semedo, a programação da Plataforma estende-se por outros vários espaços associados a’ “O Espaço do Tempo”, com apresentações de Gio Lourenço, André e. Teodósio, Diana Niepce, Rogério Nuno Costa, Piny, André de Campos, Bernardo Chatillon, Mário Coelho, Carincur, Lígia Soares, Xana Novais, Keyla Brasil e Tita Maravilha & Cigarra.

A programação completa para conhecer aqui.