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Campomaiorenses já só pensam nas Festas do Povo em 2023

Ao que tudo indica, 2023 será ano de Festas do Povo, em Campo Maior. Pelo menos, é essa a intenção da Câmara Municipal e da própria Associação das Festas, depois de recebido, no final do ano passado, o selo da UNESCO que atribuiu ao maior ex-líbris da vila a categoria de Património da Humanidade.

Mas a verdade é que as Festas do Povo só acontecem quando os campomaiorenses assim o entendem. E foi nesse sentido, de perceber o que realmente as gentes da vila querem, que a Rádio ELVAS saiu à rua.

Por muito que Conceição Cardoso, por exemplo, queira que as festas aconteçam já no próximo ano, lembra que muitos dos cabeças de rua já faleceram e que, por outro lado, os mais novos “não querem assumir compromissos e essa responsabilidade”. “Eu acho que as pessoas gostam muito das festas, o problema é ter gente para trabalhar”, lamenta.

Antigamente, lembra esta mulher, as Festas do Povo aconteciam quando o povo queria e “quase todos os anos queria”. “Depois começaram a aperfeiçoar-se cada vez mais e já não podia ser todos os anos. Mas agora não vejo os jovens para fazerem esses trabalhos”, acrescenta.

O reconhecimento da UNESCO, diz ainda Conceição Cardoso, quase que obriga à realização das festas, assegurando que todos sairão a ganhar, caso se unam esforços, para que a parte velha de Campo Maior seja toda decorada e engalanada.

Já Luís Silva não esconde a sua vontade de que 2023 seja ano de Festas do Povo, assegurando que já colaborou, por diversas vezes, na organização do evento. “Para mim é uma honra e depois de termos ganho o prémio da UNESCO temos de mostrar o nosso valor”, assegura. Ao contrário de Conceição Cardoso, Luís Silva acha que os jovens de Campo Maior já sentem o peso da responsabilidade e a emoção de fazer a festa: “acho que os jovens, a partir dos 14, 15 anos, vão-se interessando pelas festas”.

Este campomaiorense lembra ainda a recente abertura da Casa das Flores, que considera “bastante interessante” para quem visita a vila. “É importante que as pessoas venham a Campo Maior e venham ver, mais ou menos, como são as festas”, assegura.

Quando questionado se está disposto a colaborar, uma vez mais, com a organização das Festas do Povo, Luís garante que sim. “Seja através da Câmara Municipal, seja através da minha rua. Eu sei o que é isso. Desde pequeno, que abria os postes às mão para por os postes e os arames”, recorda.

Apesar de espanhola, Maria Justa Lopes, a viver há oito anos em Campo Maior, já assistiu várias vezes às Festas Povo e não tem dúvidas que os campomaiorenses vão dizer “sim” à organização do evento já no próximo ano. “Todo o povo quer e já tem noção o trabalho que vão ter pela frente”, diz esta mulher, lembrando o trabalho, de verdadeiros artistas, sempre feito com “entusiamo” e durante muito tempo.

E até quem não é de Campo Maior, nem habita no concelho, acha que os campomaiorenses vão querer Festas do Povo em 2023. De passagem pela vila, Anabela Bandarra, revela que já assistiu, por uma vez, ao evento, que considera “muito bonito”. Caso possa, garante que, para o ano que vem, irá voltar a Campo Maior para assistir à festa.

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