Cão resgatado de esgoto pela GNR em Portalegre

O Comando Territorial de Portalegre da GNR, através do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) de Ponte de Sor, resgatou, no passado sábado, dia 4 de dezembro, um cão que se encontrava em perigo, em Portalegre.

“Na sequência de um alerta que um cão se encontrava em perigo num ramal de esgoto com cerca de dois metros de altura, os elementos do NPA deslocaram-se ao local, tendo sido possível resgatar o animal”, explica a GNR em comunicado de imprensa. Após o resgate, o animal foi entregue ao seu proprietário.

A Guarda Nacional Republicana, através do Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), tem como preocupação diária a proteção dos animais. Para o efeito, poderá ser utilizada a Linha SOS Ambiente e Território (808 200 520), funcionando em permanência para a denúncia de infrações ou esclarecimento de dúvidas.

Um óbito e cinco novos casos Covid em Elvas

Elvas regista esta quinta-feira, 9 de dezembro, um óbito e cinco novos casos de Covid-19.

Nas últimas 24 horas, foi ainda reportada uma recuperação.

No concelho, encontram-se agora 32 casos ativos de infeção.

Desde o início da pandemia, o concelho registou 1.833 casos positivos, 30 óbitos e 1.771 altas.

42 anos dedicados ao Ensino: reforma à porta não é motivo de satisfação para todos

Professora de Físico-Química há praticamente 42 anos, Fernanda Claro, atualmente na direção da Escola Secundária D. Sancho II, em Elvas, está a um ano de ir para a reforma.

“Eu sempre gostei muito de ensinar, senti-me realizada, toda a vida, nessa função. Quando vim para a direção, apesar das minhas tarefas não serem só lecionar – e continuo a ter uma turma – há muito trabalho aqui, de organização e gestão, pelo que tenho menos contacto com os alunos e a sala de aula, mas continuo a gostar muito dos alunos, da sala de aula, e acho que era essa a minha vocação desde o início”, começa por revelar a professora.

Agora, “nesta altura do campeonato”, depois de uma vida inteira dedicada ao ensino, Fernanda Claro diz não ter muita vontade “de ir embora para casa”, apesar dos momentos de maior desânimo, em que o seu trabalho e a postura, enquanto profissional, assim como de toda a classe, não são valorizados pelo Ministério da Educação.

Esta é apenas uma professora, entre um total de 18, do Agrupamento nº 3 de Elvas, que no decorrer dos próximos quatro anos irão deixar o Ensino, por entrarem na reforma. Sem uma aposta na formação inicial de professores, estas escolas, à semelhança do que irá acontecer em todo o país, irão, com estas saídas, enfrentar uma séria falta de docentes.

Para que esta situação esteja a verificar-se, Fernanda Claro garante que tem contribuído, sobretudo, as colocações de professores, em início de carreira: um dos maiores problemas na profissão, que, acaba por afastar os estudantes, depois do 12º ano concluído, das áreas do ensino. “São seres humanos, têm família, e é como se tivessem que montar uma outra casa, num outro sítio, para além da despesa que tudo isso acarreta”, explica.

No início de carreira, diz ainda, “trabalha-se quase para aquecer para que contem aquele tempo de serviço para ficar no quadro mais facilmente, porque há professores que andam anos e anos a contrato”. Há mesmo professores há 30 anos a contrato, conta Fernanda Claro. “Em quase nenhuma profissão isto existe”, assegura.

Relativamente à “solução” encontrada pelo Governo para colmatar a falta de professores – a contratação até 2030 de mais de 34 mil diplomados em áreas que não ao do Ensino – Fernanda Claro não tem dúvidas que será o própria Educação do país a sair prejudicada, acabando por perder qualidade.

Contratação de diplomados noutras áreas para o Ensino é “um retrocesso”

Duas mãos cheias não chegam para quantificar o número de professores que, no Agrupamento de Escolas nº3 de Elvas, no decorrer dos próximos quatro anos, irão reformar-se e, com isso, deixar a Secundária de Elvas e a Escola Básica de Vila Boim com falta de docentes: uma realidade que, por esta altura, já se verifica.

Ao todo, revela a diretora do agrupamento, Fátima Pinto, serão 18 os professores a entrar na reforma, sendo que, por outro lado, por esta altura, já faltam docentes nas áreas de Inglês, Mecânica e Eletricidade. “Temos grupos já muito carenciados, como o de Inglês, com o horário sem colocação desde outubro; noutros horários que tínhamos, como das Mecânicas e Eletricidade tivemos que distribuir por horas extraordinárias, para outros professores, porque não temos professores nessas áreas”, começa por explicar.

As lacunas dizem também respeito às áreas de Português e da Informática. “No grupo de Português, ainda tivemos colocação de professores, mas é um grupo muito carenciado, assim como o de Informática, porque é muito solicitado: são técnicos muito solicitados para empresas, em que a remuneração é muito competitiva relativamente à educação”, adianta Fátima Pinto.

No decorrer dos próximos quatro anos, um “número elevadíssimo de professores”, com idades entre os 60 e os 62 anos, irão reformar-se. “Só aqui no nosso agrupamento são 18 pessoas. É muito”, assegura.

Ao todo, na Secundária de Elvas, atualmente, falta apenas um professor de Inglês, sendo que não faltam mais, noutras áreas, dada a atribuição de mais turmas e horas extraordinárias a outros docentes.

Fátima Pinto assegura que o problema da falta de professores, que já se sente, resulta do desinvestimento, por parte do Ministério da Educação, na formação inicial de docentes. “É muito raro, num conjunto de alunos que terminem o 12º ano, ouvirmos um que diga que queira ir para a formação inicial de professores”, revela a diretora, lembrando as dificuldades que os docentes enfrentam nos primeiros anos de serviço: “isto tem a ver com o incentivo da classe profissional dos docentes, com as remunerações que são pagas, assim como com as colocações, porque os professores andam sempre com a casa às costas e, em quatro anos estão aqui, no ano de contratação, e depois vão para outro lado, que muitas vezes é do norte para o sul”.

Quanto à contratação que o Governo pretende fazer, ao nível de licenciados em áreas, que não as do ensino, para Fátima Pinto trata-se de “um retrocesso”, uma vez que estes profissionais não estão habilitados para a docência. “São pessoas que não têm o estágio, não tiraram a profissionalização, mas que vão entrar para colmatar falhas, que a educação e a contratação de professores têm”, diz ainda, lembrando que “quando se diz que qualquer é professor, não é bem assim”.

Com o final do primeiro período letivo à porta, a Fenprof estima que entre 20 a 30 mil alunos, no país, continuem sem aulas a pelo menos uma disciplina por falta de professores: um problema que está identificado e que levou já o Governo a anunciar a contratação de cerca de 34 mil profissionais, até 2030, para compensar reformas.  Com isto, o Ministério da Educação quer atrair diplomados de áreas que não a do ensino para serem formados dentro das próprias escolas e terem assim acesso à carreira docente.

Alentejo com mais 126 casos Covid e duas mortes

No Alentejo, são identificados, esta quinta-feira, 9 de dezembro, 126 novos casos de Covid-19 e reportadas duas mortes, associadas à doença.

Desde março do ano passado, na região foram reportados 43.331 casos de infeção e 1.069 óbitos.

Mais um caso Covid e seis altas em Campo Maior

Campo Maior regista esta quinta-feira, 9 de dezembro, mais um caso de Covid-19. Por outro, registaram-se também mais seis recuperações da doença, pelo que estão agora 39 casos de infeção, ativos.

Desde o início da pandemia, Campo Maior registou 845 casos positivos, 12 óbitos e 794 recuperações da doença.

“Com 40 anos de serviço tinha corte de 300 euros”, diz professor Manuel Cabacinho

Manuel Cabacinho (na foto) é natural de Estremoz e é professor de Educação Tecnológica. Tem 66 anos e oito meses de idade, mais dois que a idade de reforma exigida para os professores, atualmente fixada nos 66 anos e seis meses.

Apesar de já ter ultrapassado a idade de reforma, o professor, com 40 anos de serviço, acabou por recusar a reforma que lhe foi atribuída porque iria sofrer “um corte de cerca de 300 euros.

“Eu quando comecei a ser professor, abracei a profissão mesmo de coração, porque era algo que eu gostava muito e gosto. Mas hoje em dia já não consigo dar as aulas como dava antigamente. Eu sou da área das artes e esta é uma profissão que se está a tornar bastante desgastante, a todos os níveis”.

De acordo com o professor, quando começou a lecionar, a idade de reforma era de “55 anos ou 36 de serviço. Com o passar do tempo, a idade tem vindo a aumentar cada vez mais”. Manuel Cabacinho lamenta que já não consiga ter o mesmo empenho e dedicação nas aulas, “devido ao desgaste da profissão”.

Duas viaturas embatem contra a porta do Hospital Tierra de Barros de Almendralejo

Foto: El Periodico Extremadura

Duas viaturas embateram, na madrugada desta quinta-feira, 9 de dezembro, contra porta do Hospital Tierra de Barros de Almendralejo, tendo provocado um grande susto ao pessoal que ali trabalha, bem como os pacientes.

Segundo revela o El Periódico Extremadura, os veículos passaram pelas portas automáticas de vidro que dão acesso ao edifício, às 3.45 horas desta madrugada, supostamente com a intenção de roubar uma caixa multibanco, Cajalmendralejo, que está no seu interior.

Aparentemente, tentaram abri-la, mas não conseguiram roubar nada, tendo apenas provocado danos materiais, com portas automáticas partidas e vasos de flores e móveis danificados.

A Polícia Científica investigou o local na manhã desta quinta-feira. Já o ministro da Saúde, José María Vergeles, lamentou o acontecimento, nas suas redes sociais.

 

Reformar-se aos 66 anos e com 41 de carreira “é muito cansativo”, diz professor José Pedro

José Pedro (na foto) vive em Elvas e é professor de sociologia na Escola Secundária de Campo Maior. Atinge idade de reforma no dia 6 de dezembro de 2022, pelo que se vai reformar com 66 anos e três meses, o que corresponde a 41 anos de tempo de serviço.

Aos nossos microfones explica que as escolas “têm uma gritante falta de professores e é evidente que o pessoal está cansado e, os da minha idade ou aproximadas, sentem-se um pouco injustiçados pela ausência de progressão na carreira”.

“O próprio contexto escolar, falta de disciplina e interesse dos alunos”, são motivos que fazem, segundo revela o professor, “com que as pessoas estejam um bocado saturadas”.

Reformar-se aos 66 anos, com 41 anos de carreira “é muito cansativo, e se olharmos para outras profissões, da função pública, que atingem uma pré reforma ou aposentação mais cedo, aquilo que fazem com os professores é nitidamente uma injustiça e as pessoas estão saturadas”.

José Pedro não diz que está saturado, porque tem funções que tem de cumprir, assim como o seu dever, e apesar de saber que tem do outro lado alunos que precisam de si, a sua disponibilidade “é cada vez menos”.

Quanto à carreira docente e à contratação de professores, José Pedro afirma que “é pouco apelativa”, porque os vencimentos são muito baixos, e os professores, sobretudo jovens, que estão deslocados de casa e têm que pagar habitação, alimentação e deslocação, as pessoas ganham mal, os ordenados são baixos, miseráveis e alguns deles é unicamente para ter tempo de serviço e se poderem aproximar em casa”.

“É uma vergonha o que se passa no sistema, quando olhamos para a carreira militar, que aproximam as pessoas de casa, aqui não, temos colegas que são do Norte ou sul, casados, com filhos, e têm de deixar a família para vir para aqui”, reforça José Pedro, terminando dizendo que “aquilo que fazem à carreira docente e aos docentes é uma vergonha”.

Jaime Carmona: falta de professores é resultado do “desinvestimento na formação” de docentes

O aumento do número de professores que se deverão aposentar nos próximos anos obrigará à contratação de cerca de 34,5 mil profissionais até 2030/2031, para assegurar que não há falta de docentes nas escolas.

Se falarmos da região Alentejo, serão precisos 2.737 para o Alentejo.

No Agrupamento de Escolas de Campo Maior, e como explica Jaime Carmona, diretor do Agrupamento “a realidade não foge da realidade nacional, pelo que urge dar uma resposta cabal”, adiantando que “há oito professores, que nos próximos dois anos se vão reformar, num universo de 130 professores, sendo que a média de idades dos professores é de 50 anos”.

Jaime Carmona refere que a falta de professores “é uma realidade que já sabíamos que ia acontecer”, muito devido ao “desinvestimento na formação de professores”, e estas medidas têm efeito a longo prazo.

Relativamente à realidade do agrupamento, esta situação revela o diretor, “terá que pôr em risco alguma coisa, uma vez que a localização geográfica não vai ajudar, havendo mesmo em Lisboa falta de professores, devido à deslocação dos mesmos da sua residência, porque ganham para pagar as contas, e apesar de ser uma realidade, não deixa de ser triste, pelo que o ensino não vai sendo atrativo para as novas gerações”.

No que à falta de professores do agrupamento diz respeito, o diretor do Agrupamento de escolas de Campo Maior refere que “felizmente”, não tem havido muitos desses casos, recordando que há dois anos estiveram dois meses sem professores de história, mas depois conseguiram, afirmando que sentem que “cada vez há mais essa dificuldade”, pelo que este ano, refere “tentámos precaver esta situação, na oferta em termos de horários para contratação, tentámos que os horários dos professores fossem completos, o que garante emprego durante o ano, mas vai sendo cada vez mais difícil porque os candidatos vão desistindo ou por já estão colocados, ou porque são de longe e não lhes compensa”.

A contratação de 35 mil professores até 2030 “é ambiciosa” por parte do ministério, lembrando que uma pessoa demora cinco anos para tirar o curso, explica Jaime Carmona, mas espera que seja “exequível”, e reafirma que “há um desencanto, mas há também um sentido de missão, deste lado”. “As pessoas com 65 anos sentem tristeza por terem tido um percurso rico e sentirem que a profissão precisava de ter outro tratamento”.