O presidente do Sindicato de Profissionais de Polícia (SPP/PSP), Mário Andrade, que se diz a par da situação, garante que “é recorrente” e que acontece “em quase todos os comandos do interior”, tendo em conta “o défice de candidatos na PSP, a nível geral”.
Caso fossem cumpridos os estatutos da PSP, a esquadra de Elvas, tendo em conta o seu efetivo, estaria mesmo encerrada, garante. “Todos os comandos do interior estão iguais, quer no envelhecimento, quer falta de efetivos. A nível geral a idade dos agentes já ronda os 47, 48 anos. É uma média muito elevada”, acrescenta Mário Andrade.
A situação, em Elvas, durante a noite, garante Mário Andrade, para além de não ser uma garantia de segurança, para a população, também não o é para os próprios polícias. “Ficam inseguros, porque existe uma diretiva do Ministério da Administração Interna, em que não podem estar na esquadra em número inferior a dois – dois têm de estar sempre: um graduado de serviço e um sentinela, para lhe dar apoio. Ora, tendo só três, se foram a uma ocorrência, fica um sozinho”. Assim, adianta, “ou se fecha a porta, e só se abre quando tiver o carro de patrulha de reforço, mas isto não é eficaz, e nem os polícias, nem a população se podem sentir em segurança”.
Para que os comandos mais envelhecidos, e com menos agentes, como acontece em Elvas, sejam reforçados, diz ainda o presidente do sindicato, seria necessário retirar polícias a efetivos como o de Lisboa, onde há mais ocorrências.
“Efetivos com mais de 55 anos têm todo o direito de pedir dispensa do serviço noturno. Se efetivassem esse pedido, e fosse cumprido, durante a noite, não teríamos ninguém”, diz ainda.
A única forma possível para que se consiga reforçar os comandos é “através de incentivos para os possíveis candidatos”. No último concurso, para 1200 vagas, apenas mil candidatos foram aprovados. “Se não completarmos os concursos, não temos efetivos para reforçar e corremos o risco de, cada vez mais, haver menos efetivos no interior”, remata o presidente do SPP/PSP.