“Os alunos só saem a perder” com ensino à distância, garante aluna do Superior

IsabelCharreuTal como o ensino obrigatório, até ao 12º ano, também o Ensino Superior se viu obrigado a adaptar aos tempos de pandemia e às aulas à distância.

Segundo o presidente do Conselho de Reitores das Universidades, o ensino à distância “é uma solução de recurso, para usar durante o mínimo tempo possível”, sendo que há quase um ano que as salas de aulas, os laboratórios, os anfiteatros e as oficinas estão quase vazias para evitar a propagação da Covid-19.

Isabel Charréu (na foto), natural de Elvas, a frequentar o mestrado em Gestão de Recursos Humanos, no Instituto Superior de Gestão e Administração (ISLA), em Santarém, de regresso a casa, tem agora, uma vez mais, aulas online. Considera que estas nada têm a ver com o ensino presencial, por mais que, do seu ponto de vista, se note uma melhoria significativa, neste sistema de aprendizagem, comparativamente àquele que foi exigido a alunos e professores no início da pandemia.

“Não tem nada a ver com o ensino presencial e acho que os alunos ficam muito a perder”, garante esta estudante, que, ainda assim, garante que alunos e professores se conseguiram, dentro dos possíveis, adaptar a esta modalidade de ensino. Quanto aos horários, Isabel revela que, na sua escola, está-se a cumprir o estipulado para as aulas em sala de aula: “o horário online é o mesmo do ensino presencial”.

Esta aluna adianta que, no ano passado, no seu último ano de licenciatura, estava a frequentar estas aulas à distância com mais cerca de 60 colegas, o que, em termos logísticos, se tornava complexo. “Só o professor é que pode ter o microfone ligado e nós vamos ligando à medida que vamos querendo falar”, explica, adiantando que sempre que, por algum motivo, algum estudante acaba por perder a ligação, “vai ter de voltar a entrar na reunião”. “Vamos ter de fazer uma pausa, para voltarmos a iniciar com esse aluno e acabamos por perder mais tempo de aula”, acrescenta.

Isabel explica ainda que, na sua turma, todos os colegas têm computador com acesso à internet, mas em casos em que não fosse essa a situação, a associação de estudantes da escola prontificou-se, de imediato, a ajudar. “Disponibilizaram-se logo para ajudar nos casos em que os alunos não tivessem possibilidades financeiras para adquirir algum equipamento”, revela.

Para realizar as frequências e restantes avaliações, os estudantes do ISLA, são obrigados, por esta altura, a utilizar uma plataforma específica. “É bastante eficaz, porque o professor dá-nos uma password para ter acesso à frequência e assim que entramos, não podemos minimizar, não podemos tirar prints, não podemos fazer nada, caso contrário saímos automaticamente do exame e não podemos voltar a entrar”, esclarece.

Ao contrário do que acontece com o ensino regular, explica ainda Isabel, não terá aulas em períodos de férias, uma vez que a sua escola nunca interrompeu a atividade letiva. “Nunca deixámos de ter aulas, assim que o Governo proibiu as aulas presenciais, nós continuámos, no dia a seguir, com aulas online”, remata.

Regra geral, os exames do ensino superior foram adiados para época especial, por ser impossível controlar “falsos alunos”. Há relatos de várias universidades e de alunos em que profissionais de múltiplas formações que se ofereciam nas redes sociais para realizarem exames mediante o pagamento de avultadas quantias.