O incêndio florestal vai deixar de ser um “crime de investigação prioritária”. A lei que define os objetivos e prioridades da política criminal até 2017 foi aprovada em Junho e entra em vigor em Setembro.
Jaime Marta Soares, Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, classifica esta medida de aberração legislativa. Critico todos aqueles que a votaram favoravelmente e, com todo o respeito que tenho pela Assembleia da República, considero que foi um momento infeliz da sua vida partidária quando numa situação destas não tiveram consciência de que com os seus erros podem vir a perigar mais vidas e isto é inadmissível e inaceitável.
O comandante lamenta esta situação uma vez que a maioria dos incêndios em Portugal são de origem criminosa, portanto têm mão humana e a negligência não pode intervir para capear tudo. Muitos desses incêndios têm incendiários que o fazem propositadamente e por isso é necessário utilizar todas as armas que estejam à disposição das polícias para se poderem detetar e deter esses cidadãos que, ao longo dos anos, têm criado tanta instabilidade ao país.
Jaime Marta Soares considera que para combater estas situações é necessário que a polícia esteja no terreno, em quantidade e qualidade. Quando se pensava que seria uma grande prioridade do nosso país deter esses criminosos vai que a lei da Assembleia da República faz exatamente o contrário.
Recorde-se que desde Janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) já deteve 68 pessoas suspeitas de terem ateado incêndios, um número três vezes superior ao do ano passado.