O Engenheiro Mira Amaral refere que com a morte do Comendador Rui nabeiro “o país que perdeu um grande empresário, um grande homem, um visionário, que esteve sempre muito à frente no seu tempo”.

O Comendador Rui Nabeiro tinha uma grande capacidade social, “um respeito pelas pessoas, pelos trabalhadores, o que fazia dele um homem com uma dimensão moral ímpar” é assim que o Engenheiro Mira Amaral o define. “Eu conheci-o bem no governo, como ministro da indústria e energia, vim inaugurar uma das fábricas dele”, conta ainda.

O fundador da Delta Cafés, esteve sempre envolvido na área empresarial, contudo, nunca perdeu a preocupação pelos problemas sociais. Assim, a “homenagem prestada aqui, é sentida, com muito calor humano, porque as pessoas reconhecem esta figura como um exemplo” diz o Engenheiro Mira Amaral.

O Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre recebeu no passado sábado, 18 de março, a Reunião Plenária para a eleição da Comissão de Coordenação da Mesa do Plenário das Associações Distritais e Regionais de Futebol. Vila Real, Setúbal e Ponta Delgada foram reconduzidas para um segundo mandato com 74% de votos, com Vila Real a reassumir a presidência para mais dois anos de mandato, até 2025.

Em jeito de balanço sobre o encontro interassociativo, o presidente da Direção da Associação de Futebol de Portalegre mostrou-se “muito satisfeito por receber os colegas dirigentes das associações nesta região”. Daniel Pina reforçou ainda que “continuamos todos determinados em fazer valer a importância do desenvolvimento e promoção de tudo o que diz respeito ao futebol e futsal amador”. O dirigente enalteceu também “a produtiva reunião de trabalho” e deixou “um agradecimento ao município de Portalegre pela cedência do Centro de Congressos” que acolheu a reunião interassociativa.

Já o presidente da Associação de Futebol de Vila Real, António Marques da Silva, que se mantém na liderança da Comissão de Coordenação da Mesa do Plenário, demonstrou “gratidão pelo voto de confiança, o que aumenta a responsabilidade na defesa dos interesses institucionais do movimento associativo ligado à família do futebol, futsal e futebol de praia” e deixa a promessa de que “as ADR estão focadas em poder apoiar ainda mais os clubes”.

O alcaide de Badajoz, Ignacio Gragera, presente esta terça-feira, 21 de março, nas cerimónias fúnebres de Rui Nabeiro, garante que, à semelhança de Campo Maior, também Badajoz e toda a Eurocidade sentiu a “enorme perda” do comendador.

Por isso mesmo, o alcaide quis estar presente, “ao lado da família e amigos, bem como de todos os campomaiorenses”, desejando que “o seu legado perdure durante muito tempo, porque temos muito a agradecer-lhe”.

Ignacio Gragera recorda que Badajoz homeageou, ainda em vida, o Comendador dando o seu nome a uma Avenida, algo que considera “mais do que merecido porque é uma pessoa que sempre sentiu que Badajoz também era a sua casa”.

O arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, que presidiu esta terça-feira, 21 de março, à missa de corpo presente de Rui Nabeiro, na Igreja Matriz de Campo Maior, lembra o bem que o comendador fez, ao longo da sua vida, assegurando que foi até Campo Maior, neste dia, “buscar conforto no meio das dificuldades”.

“Ele é um livro aberto, de sabedoria comprovada, e nós aprendemos com ele a vencer as dificuldades e a ter coragem, a sorrir com os olhos e com o rosto e a olhar para as pessoas como pessoas”, garante o arcebispo

D. Francisco Senra Coelho recorda que Rui Nabeiro custeou muitas próteses dentárias “a quem não podia”, bem com cirurgias, tendo sempre a preocupação de ligar às pessoas, para saber como se encontravam. Para além, lembra ainda, criou um jardim de infância para as crianças de Campo Maior.

O líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), em Badajoz, Ricardo Cabezas, relembra o Comendador Rui Nabeiro como um homem “muito importante para a Eurocidade” e no panorama político.

“Começou no contrabando de café, na sua época de juventude. Passava muitas vezes na cidade de Badajoz e eu tive oportunidade de o conhecer, pois parava muitas vezes no café do meu bairro”, recorda Ricardo Cabezas.

“Era um homem muito carinhoso, muito humilde, muito sensível. Devia haver mais homens como ele no mundo”, diz ainda Ricardo Cabezas, que se tornou ainda mais próximo do Comendador, devido aos comícios do Partido Socialista.

O eurodeputado Pedro Marques, presente nas cerimónias fúnebres de Rui Nabeiro, revela que o Comendador “foi uma pessoa muito importante para o Alentejo, para Campo Maior, para toda a região, pois foi um exemplo muito grande, que tem de perdurar”.

Pedro Marques recorda o Comendador Rui Nabeiro como uma figura exemplar. “Esta dor, que agora sentimos, temos que a conseguir transformar em força para transportar este exemplo a cada um de nós, para o nosso futuro”, assegura.

Para Pedro Marques, “o Comendador Nabeiro foi, de facto, um exemplo de vida, que tinha sempre uma palavra naquilo que considerava melhor para o nosso país e para os cidadãos que tinham dificuldades económicas”.

Tiago Brandão Rodrigues, presente nas cerimónias fúnebres de Rui Nabeiro, recorda a “enorme sensibilidade e generosidade” do Comendador .

O ex-ministro da Educação, que esteve muitas vezes com o Comendador Rui Nabeiro em Campo Maior, refere que este “era um homem que tinha um amor imenso pela sua terra, pela sua gente, e que tinha a capacidade de os acarinhar de uma forma muito especial, muito refinada”.

O Comendador Rui Nabeiro, que desenvolveu o seu próprio negócio desde jovem, “tornou-se uma figura proeminente no setor empresarial, mas também a nível político”: “tinha uma enorme capacidade social, com uma competência de entender a cada momento os novos tempos, porque ele sempre foi um homem do futuro, nunca esquecendo o presente das pessoas que o rodeavam. Isso é muito importante”, diz ainda Tiago Brandão.

Guillermo Vara, presidente da Junta de Extremadura, recorda o Comendador Rui Nabeiro como uma figura importante na Eurocidade: “uma ponte de união” entre o Alentejo e a região vizinha espanhola.

“Foi um bom homem, uma boa pessoa, um excelente e extraordinário homem de negócios, que tinha a medalha de Extremadura porque a merecia”, refere Guillermo Vara.

“O Comendador Rui Nabeiro viu sempre uma forte ligação entre o Alentejo e a Extremadura, uma enorme forma de oportunidade de recuperação transfonteiriça e, enquanto nós, ainda estavámos a pensar, o senhor Rui Nabeiro já estava a praticar”, diz ainda.

Celebra-se esta terça-feira, 21 de março, o Dia Mundial da Poesia, data criada aquando da realização da 30ª Conferência Geral da UNESCO, em 16 de novembro de 1999.

E neste dia, em que se comemora a “diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, da criatividade e da inovação”, recordamos a poetisa popular campomaiorense Lurdes Almeida, que, durante vários anos, colaborou com a Rádio Campo Maior e a Rádio ELVAS, com a apresentação dos seus muitos poemas, aos nossos microfones.

Falecida a 4 de outubro de 2022, Lurdes Almeida, para além dos muitos poemas que escreveu e declamou, frequentou, durante vários anos a Academia Sénior da CURPI de Campo Maior.

Para hoje estava prevista uma homenageada pela Câmara Municipal de Campo Maior e por muitos dos seus amigos, na Biblioteca Municipal João Dubraz, que acaba por não se realizar, devido ao luto municipal decretado pelo Município, pela morte de Rui Nabeiro.

Um dos muitos poemas escritos por Lurdes Almeida é “A Poesia Chamou-me”, para ler abaixo.

“A Poesia Chamou-me”

A noite ia avançando

O sono não queria chegar

Mas chamou-me a poesia para comigo falar

Saltei da cama a correr com pés silenciosos

Para não incomodar quem estava a adormecer

Abri-lhe o meu coração

Disse tudo o que sentia

Senti satisfação de alegria até sorria

Mexia dentro de mim

Tive que a mandar parar

A poesia é assim

Não me deixa descansar

Convidei-a a voltar sempre e a qualquer momento

Não me vem incomodar

Está dentro do meu peito

Não tem horas para chegar

Nem manda nenhum aviso

Convite não é preciso

Vem e volta quando quer e tem pena de abalar

É fonte que nasce

É fonte que corre

É mão a escrever

Por vezes choramos sem a gente querer

É fonte a correr

Água cristalina que mata a sede da alma que seca em qualquer esquina

É fonte que nasce

É fonte que corre

É luz que desce

É fonte que seca quando o poeta morre