Oficina da Flor: Festas do Povo têm nos jovens uma garantia de continuidade

15 de dezembro de 2021: uma data que ficará marcada na história de Campo Maior e na memória de cada um dos campomaiorenses, com a elevação das Festas do Povo a Património Cultural Imaterial da Humanidade.

A decisão foi tomada, no decorrer da 16.ª reunião do Comité do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO, em Paris.

Realizadas pela última vez em agosto de 2015, as Festas do Povo de Campo Maior são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo no centro histórico da vila, engalanadas com milhares de flores de papel, feitas pela população de forma voluntária. E é isso, acima de tudo, que faz delas tão especiais.

Este, que foi um importante reconhecimento e que deixa a fasquia mais elevada, implica agora que a Câmara de Campo Maior, juntamente com a Associação das Festas do Povo, trace todo um trajeto, no qual se procure “incentivar as novas gerações”, para que, no final de contas, “não se deixe morrer esta tradição secular”. Quem o diz é a vereadora da Cultura, São Silveirinha.

A verdade é que, ainda antes do eclodir da pandemia, Campo Maior preparava-se para realizar mais uma edição das Festas do Povo. 29 de agosto a 6 de setembro de 2020: seria uma semana e um dia de festa e alegria, para os campomaiorenses, mas também para aqueles que, por esta ocasião, enchem as ruas da vila. A 25 de março, desse mesmo ano, Câmara e Associação anunciavam o adiamento das festas, para data incerta, ou não tivesse sido, por essa altura, declarado Estado de Emergência no país.

A continuidade do evento, não tem dúvidas a presidente da Associação das Festas, Vanda Portela, está assegurada, por mais que seja necessária “uma partilha de conhecimento” entre os mais velhos e os mais novos. E isso já está a ser feito, através daquilo a que, no Agrupamento de Escolas, chamaram de Oficina da Flor.

Vanda Portela é a principal responsável por ensinar os jovens a fazer flores de papel

Com o reconhecimento a uma tradição que tem passado de geração em geração, garante o diretor do Agrupamento de Escolas de Campo Maior, Jaime Carmona, é hora “de se começar a preparar o futuro”. Com este trabalho agora a ser desenvolvido com algumas turmas, quer-se mostrar aos alunos, acima de tudo, que as flores, as festas e o espírito de entreajuda que as caracteriza são “algo que lhes pertence”.

Para já, a Oficina da Flor envolve duas turmas PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação), uma do PCA (Percursos Curriculares Alternativos), e outras duas de Ensino Especial. Mas este projeto já era para ter começado ainda antes do reconhecimento e da elevação das Festas do Povo a Património da Humanidade, de acordo com a técnica de intervenção local, Letícia Garcia. Com os atrasos provocados pela pandemia, mas entretanto estabelecida a parceria com a Associação das Festas do Povo, o trabalho, com estes alunos, na Oficina da Flor, tem vindo a ser desenvolvido desde o primeiro período letivo.

O projeto quer envolver, para além dos alunos, os seus pais e avós, por mais que, recorda Jaime Carmona, em tempos de pandemia, a escola tem estado muito fechada à comunidade.

José, Daran, Rodrigo, Tiago e David são apenas alguns dos exemplos, no seio de um conjunto de alunos que “não tem grande interesse” pelas atividades escolares, pelo que se procura transmitir, a estes jovens, nesta Oficina da Flor, e noutras disciplinas, alguns conhecimentos e ferramentas, que possam vir a ser úteis, através de atividades mais práticas.

Mas em Campo Maior já só se pensa na próxima edição das festas. São Silveirinha garante mesmo que a população “está sedenta” da realização daquele que é o maior ex-líbris festivo do concelho, por mais que ainda tenha de esperar até 2023. Com esta elevação, revela a vereadora, é agora preciso, entre outros, que se mantenha vivo o espírito de voluntariado que caracteriza as festas. Depois da conquista da classificação enquanto Património da Humanidade, há outro passo importante a dar: o da certificação da flor. Esta certificação servirá, sobretudo, para evitar cópias destas flores de papel, que são “únicas e genuínas”. Já para Vanda Portela, a elevação das festas a património da UNESCO acaba por ser como a abertura de “uma janela para o mundo”.

A Oficina da Flor envolve, para já, turmas PIEF, de PCA e de Ensino Especial

Prestes a ser inaugurada está a Casa das Flores que, na prática, será um Centro Interpretativo das Festas do Povo, um espaço que, segundo São Silveirinha, será “muito digno”. Com ele, quer-se, acima de tudo, potenciar ainda mais o turismo de Campo Maior, sendo este um lugar onde não faltarão atividades alusivas às festas. Com a Casa da Flor, Campo Maior fica com um equipamento capaz de mostrar a quem visita a vila, sempre que não há festas, aquilo que elas são.

Mas enquanto não houver festas, nem Centro Interpretativo inaugurado, os alunos, que frequantam a Oficina da Flor vão continuar a trabalhar… No final do ano letivo, a expectativa é que estes jovens façam, mesmo na escola, uma pequena rua, em jeito de amostra daquilo que são as Festas do Povo.

Os primeiros trabalhos, para realizar o certame, em 2023, já começaram. Contudo, é necessário voltar a contactar a população, lembra Vanda Portela, até porque as festas só acontecem quando o povo assim entende.

Em 2023, os campomaiorenses, ao que tudo indica, voltam a sacrificar as suas horas de descanso, agora com esta ajuda extra dos mais novos, para dar forma às flores e demais arranjos sem os quais Campo Maior não se poderia transformar, da noite para o dia, no mais belo dos jardins.

A reportagem, na íntegra, para ouvir no podcast abaixo.

 

Dia dos Namorados celebra-se esta segunda-feira (c/áudio)

Hoje celebra-se o dia mais romântico do calendário, o Dia de São Valentim, ou dia dos namorados. Em Portugal esta data assinala-se no dia 14 de Fevereiro, dia da morte do Bispo Valentim que, no século III d.C, desrespeitou a ordem do Imperador Romano Cláudio, de proibir casamento, ao realizar estas cerimónias.

A Rádio Campo Maior esteve na rua a recolher alguns testemunhos dos ouvintes sobre este dia especial.

Desde piqueniques, jantares à luz de velas, mensagens ou uma ida ao cinema, as ideias para assinalar esta data, com alguém de quem se goste, são muitas e com certeza, não vão faltar.

Dia Mundial da Rádio celebra-se a 13 de fevereiro (c/áudio)

Hoje, 13 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial da Rádio. Foi neste mesmo dia, no ano de 1964, que, pela primeira vez, foi emitido um programa para seis países em simultâneo, pela Rádio das Nações Unidas. Ainda assim, a data só foi proclamada, pela UNESCO, em 2011.

A rádio, que muitos ditavam o seu fim com o aparecimento da internet, sendo um meio de comunicação de baixo custo e bastante popular, tem vindo a adaptar-se ao desenvolvimento de novas tecnologias, continuando a chegar às áreas mais remotas e às pessoas mais marginalizadas ou isoladas.

O objetivo deste Dia Mundial passa por consciencializar o público da importância da rádio e sensibilizar os decisores políticos para disponibilizarem informação através deste meio e promoverem a cooperação internacional entre emissoras.

Neste dia, saímos à rua e fomos ao encontro dos ouvintes da Rádio Campo Maior e Rádio ELVAS, para perceber o que mais gostam de ouvir e conhecer os seus hábitos de consumo:

As experiências com este meio de comunicação, em Portugal, começaram nos anos 20 do século passado, sendo que a Emissora Nacional de Radiodifusão, atual Antena 1, nasceu em 1935. Um ano depois começam as emissões experimentais da Rádio Renascença.

Após a revolução de 25 de Abril de 1974, são nacionalizadas todas as rádios em Portugal, exceção feita à Rádio Renascença.

Mais tarde, em 1976, a Emissora Nacional passa a chamar-se Rádio Difusão Portuguesa (RDP) e, desde então, muitas outras rádios foram criadas no país. Mais recentemente, passaram a ocupar um lugar importante nas emissões pela internet.

Ouguela, a aldeia esquecida que quer ganhar uma nova vida

João Carapinha

No alto dos seus mais de 70 anos, João Carapinha é uma das 58 pessoas que habita, hoje, em Ouguela: uma aldeia histórica, de Campo Maior, que, de alguma forma, parece esquecida e parada no tempo, onde não há nada, para além de ar puro, património militar, uma bonita paisagem, um verdadeiro sentimento de paz de espírito e gente simpática e acolhedora, que na sua maioria, já carrega aos ombros muitas décadas de vida.

Depois de 30 anos no Algarve, João decidiu voltar à terra onde tem as suas raízes para gozar da sua pequena reforma, juntamente com a mulher, até porque, dado os baixos rendimentos, não tinham como continuar fora da terra que os viu nascer, onde têm também habitação própria. Já a filha do casal acabou por se fixar em Lisboa, uma vez que, segundo João, pessoas com a mesma idade, ainda jovens e no ativo, não têm como viver e trabalhar em Ouguela. No seu tempo, e até ir para o Algarve, este homem trabalhou sempre na agricultura.

Augusto Encarnação

Vindo de mais longe que João, também Augusto Encarnação regressou a Ouguela, há cerca de quatro anos, depois de 45 em França, onde deixou filhos e netos, mas onde regressa regularmente. Aqui, Augusto e João são, diariamente, a companhia um do outro. Para além das voltas que dão pela aldeia, todos os dias, improvisaram uma esplanada, onde, em dias de sol, jogam às cartas e bebem o seu copo de vinho.

E só mesmo a companhia uns dos outros para que o tempo custe menos a passar em Ouguela. Aqui, não há um café, uma mercearia e a rede, nos telefones, não é muita. Internet, nem sinal dela. De jovens e crianças, também não. Mas esta terra já teve muitas crianças. A escola, recorda outra das habitantes desta pequena aldeia, Graça Amiguinho, chegou a ter as suas duas salas completamente cheias. “Vinham as crianças dos montes, as duas salas que temos ali abaixo não chegavam e a professora ainda tinha de dar aulas na sala de espera”, conta, assegurando que, aqui, “havia muita vida”.

Graça Amiguinho

A missa aos sábados, revela esta mulher, é das poucas coisas que ainda acontecem em Ouguela, sendo que, para fazer as compras, precisa de se deslocar sempre a Campo Maior. Felizmente, o marido tem carro e facilmente vão à até vila. O mesmo não podem dizer pessoas mais velhas que Graça, apesar da ajuda da Câmara e da Junta de Freguesia de São João Batista, nesse sentido, ao disponibilizar transporte.

Nascida e criada em Ouguela, e apesar das saídas com a família para França e Campo Maior, é em Ouguela, onde esta mulher passará, ao que tudo indica, o resto da sua vida. “Nasci, cresci e casei aqui. Estive quatro anos em França, mas não nos demos lá bem, porque tinha uma criança deficiente, viemos embora para Portugal outra vez, fomos para Campo Maior. Tivemos um táxi, mas o táxi também não deu, e voltamos para aqui outra vez, a fazer regadios e a colher azeitona”, explica.

Manuel Molano

Manuel Molano, outro dos habitantes desta aldeia, com idade avançada, e já sem a companhia da mulher, teve de aprender a fazer tudo sozinho. “Sempre aqui vivi, nasci aqui e aqui hei de morrer”, garante, recordando que “só os velhos” continuam em Ouguela, de onde não sai desde que a pandemia surgiu nas nossas vidas. “Se me faz falta alguma coisa, peço aos meus filhos e eles vêm-me trazer”, conta ainda, explicando que os dois filhos vivem em Campo Maior e a filha em Fronteira. Na sua juventude, recorda Manuel, Ouguela tinha duas tabernas, duas mercearias e muita vida. Agora, só mesmo os espanhóis, que todos os fins de semana, animam a aldeia, por mais que, depois de visitada a aldeia, rapidamente se vão embora. “Nem um sítio para lhes vender uma garrafa de água aqui há”, lamenta.

A verdade é que o potencial de Ouguela, sobretudo turístico, tem merecido o reconhecimento de muitos. E é precisamente da necessidade de dar outras condições a quem visita a aldeia, para além de se procurar, por outro lado, inverter o processo de despovoamento de Ouguela, que, juntamente com a Câmara de Campo Maior e a Junta de Freguesia de São João Batista, a AVOAR, a Associação para a Educação Artística e as Literacias, liderada por Rui Andrade, decidiu apostar tudo numa candidatura ao programa Bairros Saudáveis, tendo visto a mesma aprovada e financiada em quase 48 mil euros, provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência, do Fundo Ambiental e do Ministério da Saúde.

Rui Andrade

Esta associação, sediada em Castelo que Vide, que faz agora quatro anos, conseguiu já adquirir o estatuto de Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento, tendo como objetivo fulcral a literacia para todos, não só a nível regional ou nacional, mas no mundo inteiro.

E foi numa visita a Ouguela, há cerca de três anos, e com o propósito de ajudar no desenvolvimento de um percurso pedestre que Rui Andrade se apaixonou por esta localidade. Para avançar com este novo projeto, o ponto de partida estava dado, até porque, para além de todo o potencial, Ouguela tem vários espaços recuperados e, segundo diz, “em condições”. O projeto, que tem o nome de “Ouguela ConVida”, parte de uma conversa com os habitantes, numa primeira fase, para que a AVOAR conseguisse perceber o que estas pessoas pretendem para a sua terra e dotá-las de um conjunto de ferramentas. Esse trabalho de capacitação e empoderamento, que teve em início em novembro de 2021 e que se estende até agosto deste ano, é levado a cabo por uma dúzia de artistas e técnicos, sendo que, de acordo com Rui Tavares, tudo depende dos habitantes de Ouguela e da sua vontade em levar este projeto por diante.

Da lista de objetivos deste projeto constam, entre outros, a produção de um livro, assim como de vários pequenos documentários, instrumentos que, acima de tudo, têm como fim atrair pessoas até à aldeia. Pretende-se também que as pessoas, em Ouguela, descubram que serviços podem prestar à comunidade. Entretanto, a AVOAR efetuou um pedido de apoio institucional à UNESCO e à Entidade Regional de Turismo do Alentejo, sendo que de ambas recebeu uma resposta positiva, para a divulgação online dos materiais promocionais do projeto. Com o desenrolar do projeto, Ouguela será ainda integrada em duas rotas turísticas.

O objetivo é terminar este projeto, em agosto, com uma festa, em que será, entre outros, apresentada uma performance protagonizada pelos habitantes da aldeia.

Luís Rosinha

Segundo o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, este projeto surge, também, no seguimento das intervenções que têm vindo a ser feitas no património de Ouguela, como a Praça de Armas e as muralhas que cercam a aldeia. “Candidatámo-nos a fundos europeus para fazer a reabilitação da Praça de Armas, tanto como uma parte da muralha de Ouguela, sendo que as verbas a que nos podíamos candidatar não podiam contemplar que toda a muralha fosse feita”, revela o autarca. “Continuamos a trabalhar e, neste momento, estamos em condições de fechar todo o procedimento relacionado com a muralha de Ouguela e dando aqui uma perspetiva de visita muito interligada com a uma possível visita à Fortificação de Campo Maior, termos também aqui um ponto de ligação com Ouguela, até porque Ouguela, por si só, tem caraterísticas fantásticas, do ponto de vista da observação da natureza, os caminhos pedestres. Aqui, existe uma série de potencialidades por explorar”, adianta.

Com os equipamentos e infraestruturas de Ouguela a ficarem prontos, aos poucos, garante Luís Rosinha, é necessário capacitar e incentivar a população, no sentido de dar a esta aldeia uma nova vida. No final de contas, diz ainda, o importante é que se perceba que, em Ouguela, “existe dinâmica”, pelo que se espera que se consiga levar os visitantes a usufruir das potencialidades e do património da aldeia.

Miguel Tavares

Com o trabalho a ser desenvolvido pela AVOAR, a população de Ouguela “vai ganhar capacidade de influenciar o próprio futuro”, um futuro que se quer “mais ambicioso”, garante, por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de São João Batista, Miguel Tavares. Contudo, lembra,  Ouguela, hoje despovoada e com uma população maioritariamente idosa, chegou a ter entre 500 a 600 habitantes. Vivendo, há muitos anos, na base da agricultura, esta aldeia não é agora, nem há muito tempo, “apetecível para os jovens”.

A aposta em Ouguela, diz ainda Miguel Tavares, depois de cerca de 20 anos sem qualquer investimento, chegou, com a disponibilização de recursos e a luta pelos financiamentos, por altura do primeiro mandato de Ricardo Pinheiro, ao leme da Câmara Municipal de Campo Maior. O presidente da junta não esconde que há vários problemas na aldeia, mas que, por exemplo, não é possível desapropriar, para se depois se recuperar as habitações degradadas que se encontram espalhadas por Ouguela.

Entretanto, conseguiu-se já instalar um serviço de internet naquele que vai ser o centro comunitário de Ouguela, a ser brevemente inaugurado, no antigo posto de saúde da aldeia, e toda a ajuda tem sido prestada à população, dentro das possibilidades. Ouguela, recorda ainda, chegou a ser considerada a primeira Aldeia dos Sonhos, pela INATEL. Muito recentemente, foi iluminada com uma estrela de Natal da Missão Continente.

Vanda Portela

E sem adiantar grandes pormenores, Vanda Portela, do atual executivo da Junta de Freguesia de São João Batista, revela que um negócio irá mesmo nascer, muito em breve, em Ouguela. “Tentámos dinamizar a parte comercial e incentivar a que existisse algum tipo de negócio, um café, qualquer coisa”, revela, por mais que se saiba que “é difícil”. “Já está previsto e a iniciar-se um projeto que se enquadra, perfeitamente, naquilo que nós pretendíamos e que vai permitir ao proprietário ter lucro com o negócio. Vamos ajudar em tudo que seja possível para que tenha sucesso”, assegura.

Para que Ouguela tivesse mais vida e atividade, desejo antigo da Junta de Freguesia de São João Batista, garante Vanda Portela, foi com muito gosto que o atual executivo, juntamente com a Câmara, abraçou este projeto da AVOAR. O antigo posto médico da aldeia mais que espaço comunitário, vai acabar por servir como um elo de ligação entre todas as parcerias que a Junta de Freguesia e a Câmara de Campo Maior têm estabelecido, ao longo dos anos.

Em todo o país, 246 projetos foram aprovados para financiamento ao programa Bairros Saudáveis, num total de 752 candidaturas, 27 dizem respeito à região Alentejo, apenas dois, incluindo este de Ouguela, no Alto Alentejo.

A reportagem completa para ouvir no podcast abaixo:

 

Minutos da Lusofonia edição de 8 de janeiro de 2022

Uma parceria entre a Rádio Campo Maior e a Rádio Capital FM da Guiné-Bissau permite a troca de programas entre os dois países de língua oficial portuguesa.

“Minutos da Lusofonia” emitido ao sábado nas duas rádios, às 19h de Portugal e às 20h de Bissau e apresenta noticias e informações quer da Guiné-Bissau quer de Portugal e do Alentejo.

A República da Guiné-Bissau, é um país da África Ocidental que faz fronteira com o Senegal no norte, Guiné no sul e no leste e com o Oceano Atlântico a oeste. O território guineense abrange 36.125 quilómetros quadrados de área, com uma população estimada de 1,6 milhão de pessoas.

Os laços com Portugal estende-se muito para além da língua, estão na economia, na música, na cultura, desporto e na amizade entre dois povos.

Este é o programa de hoje 8 de janeiro

Ouvir programas antigos  aqui

Produção “excelente” obriga Herdade d’Alcobaça a vender excedente do melhor azeite do país

Este ano, espera-se, em todo o país, um recorde de produção de azeitona. Só na Herdade d’Alcobaça, em São Vicente e Ventosa, no concelho de Elvas, de acordo com o engenheiro responsável pela campanha, Alfredo Peneda, serão, ao todo, colhidas cerca de cinco mil toneladas de azeitona, o que se traduzirá em, aproximadamente, 850 toneladas de azeite, valores muito acima do normal.

“Nós costumamos andar nas 600 toneladas de azeite, por ano, e nos três milhões e meio, quatro, de quilos de azeitona”, adianta o responsável, assegurando que este é um “ano excecionalmente bom”, com as produções a subirem “ligeiramente”.

Com uma “produção excelente”, a Herdade d’Alcobaça deparou-se, desta feita, com a falta de mão de obra nacional: um problema que acabou por ser suprimido com recurso à contratação, sobretudo de trabalhadores de países como Ucrânia, Índia e Marrocos, através de empresas de prestação de serviços.

“Andamos a trabalhar o ano inteiro para ter uma boa produção, e agora não podemos deixá-la ficar na árvore ou que caia para o chão”, revela Alfredo Peneda. Ao todo, e após algumas contratações, são cerca de 50 pessoas, que trabalham, sobretudo, para “auxiliar o trabalho das máquinas”.

E com o excesso de azeitona, este ano, as fábricas que recebem o chamado bagaço, formado por fragmentos de pele, polpa e caroço, estão a enfrentar uma séria incapacidade de armazenamento do produto. No Alentejo, pelo menos uma destas fábricas já parou de o receber.

Ainda assim, as entregas diárias feitas, pela Herdade d’Alcobaça numa fábrica de um concelho vizinho, têm decorrido dentro da normalidade. Contudo, o engenheiro diz ter conhecimento de que “as fábricas que recebem o bagaço de azeitona estão a ficar saturadas e no limite, devido ao excesso de produção”. O bagaço desta herdade, e ao contrário do que está a acontecer com outras empresas da região, não tem sido exportado para fábricas de Espanha.

“O nosso azeite é embalado e vendido nos mercados nacionais há vários anos e continuamos a trabalhar nesse sentido. Este ano, como há um excesso de produção, vamos ter de ver algum excedente para outras empresas, que operem no mercado, para Espanha ou para Itália”, revela ainda Alfredo Peneda.

E é no lagar da Herdade d’Alcobaça que nasce aquele que, neste ano de 2021, foi considerado, pela DECO Proteste, depois de analisadas as amostras de mais 30 marcas, recolhidas nas prateleiras dos supermercados, o melhor azeite produzido no país. Neste ranking, o azeite virgem extra Ouro d’Elvas, de baixa acidez, classificado com um total de 85 pontos, deixou para trás marcas tão conceituadas como Gallo ou Oliveira da Serra. Para Alfredo Peneda, esta distinção é, acima de tudo, “uma honra”. “É muito bom para a nossa marca, para o nosso azeite e para todos que aqui trabalhamos”, remata.

A campanha da azeitona arrancou a meio de outubro, num ano em que se espera uma produção recorde de 150 mil toneladas de azeite, em todo o país. Com isto, o valor das exportações deverá aumentar e superar os 600 milhões de euros.

Portugal é o primeiro no mundo em termos de qualidade, ao produzir 95% de azeite virgem e virgem extra. O segundo lugar é ocupado pelos Estados Unidos da América, atingindo os 90%. Espanha e Itália surgem em terceiro, com 70%.

A reportagem completa para ouvir aqui:

“Visita Guiada pelo Caminho da Igualdade”: reportagem especial em Dia da Pessoa com Deficiência

Em Dia da Pessoa com Deficiência, que se assinala esta sexta-feira, 3 de dezembro, a Rádio Campo Maior e a Rádio ELVAS apresentam a grande reportagem “Visita Guiada pelo Caminho da Igualdade”, realizada na Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Elvas.

Com 32 anos de existência, a APPACDM tem um total de sete respostas sociais para os cerca de 300 utentes dos concelhos de Elvas e Campo Maior.

Da cozinha, à carpintaria, e passando pela lavandaria, onde os formandos aprendem um ofício, para, futuramente, ingressarem no mercado de trabalho; às atividades que são desenvolvidas, quer pelos utentes do Centro de Atividades Ocupacionais para a Inclusão, quer com aqueles que, no lar residencial, passam as 24 horas dos seus dias; nesta reportagem visita-se os quatro cantos da instituição e dá-se a conhecer todo o trabalho realizado.

Aqui, todos os dias, e com o trabalho de 17 técnicos, ao nível da psicologia, da psicomotricidade e de outras tantas terapias, assim como de dezenas de funcionários, se trilha, sobretudo, e dentro da diferença, um caminho pela igualdade.

Uma “Viagem Guiada pelo Caminho da Igualdade” é um trabalho que dá voz, não só a quem ali trabalha diariamente, mas como aos utentes que têm ali uma casa e uma segunda família.

Cuidados a ter com a pele em destaque no “De Boa Saúde”

DrPintaoCarlosFalcato.jpgA pele, o maior órgão do corpo humano, é essencial à sobrevivência humana, uma vez que atua como uma espécie de “escudo”, entre outros, contra bactérias ou vírus

“A pele é o nosso órgão de grande proteção. É uma espécie de armadura, que nos protege contra os micróbios e contra as pancadas”, explica o médico Pintão Antunes. Adianta ainda que quando se esfola uma parte do corpo, essa mesma zona fica bastante sensível, ardendo ao toque.

Lavar as mãos sempre que possível e, quando há ferimentos, fazer uma correta desinfeção são os conselhos de Pintão Antunes, para evitar males maiores. Este é o tema em destaque no programa “De Boa Saúde”, desta semana, com Pintão Antunes e Carlos Falcato.

A importância da higiene no “De Boa Saúde” desta semana

DrPintaoECarlosFalcato.jpgA higiene é essencial para o bem-estar de qualquer pessoa. Mas desengane-se quem pensa que ser higiénico passa apenas por tomar banho todos os dias, antes de sair de casa.

Como explica o médico Pintão Antunes, a higiene diz respeito a várias áreas, fundamentais ao equilíbrio do corpo humano: seja corporal, seja oral, seja alimentar. “Tudo o que implica no bem-estar da pessoa e na saúde, a higiene é fundamental”, garante.

“A higiene vai, não só, dar bem-estar às pessoas, bem-estar na comunidade e cria boas condições de saúde”, explica ainda Pintão Antunes. O médico lembra ainda que a higiene corporal é essencial, assegurando que doenças como a sarna surgem por falta dela.

A importância da higiene para a saúde dos seres humanos é o tema desta semana do programa “De Boa Saúde”, com o médico Pintão Antunes e Carlos Falcato.

Influência das alterações climáticas na saúde em destaque no “De Boa Saúde”

DrPintaoECarlosFalcato.jpgDe acordo com a Organização Mundial de Saúde, as alterações climáticas vão causar mais 250 mil mortos todos os anos, entre 2030 e 2050, em todo o mundo.

A verdade é que as constantes, acentuadas e repentinas alterações climáticas afetam o organismo dos indivíduos. Contudo, quem não sofre de qualquer tipo de patologia, como explica o médico Pintão Antunes, “tem a capacidade de se adaptar”, sem complicações, a estas alterações.

Estas alterações, que antes não eram tão frequentes, afetam a saúde das pessoas, sobretudo de crianças, idosos e doentes oncológicos, e provocam desequilíbrios múltiplos nos vários órgãos e sistemas.

A influência das alterações climáticas na saúde é o tema desta semana do programa “De Boa Saúde”, com o médico Pintão Antunes e Carlos Falcato.