Protesto dos agricultores impede acesso a Campo Maior por Elvas e Arronches

O protesto dos agricultores está a impedir o acesso a Campo Maior, para quem circula a partir de Elvas e de Arronches.

Os agricultores estão a cortar o trânsito no entroncamento entre as estradas nacionais 371 e 373, bem como a saída da vila para Arronches.

Ainda assim, as viaturas ligeiras conseguem circular transitar pela Estrada do Retiro, que faz a ligação de Campo Maior a Badajoz, permitindo também, por essa via, a entrada na vila.

Ministro da Cultura na abertura da exposição “Sempre e Nunca Mais” em Elvas

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, preside este sábado, 3 de fevereiro, à inauguração da exposição “Sempre e Nunca Mais”, que se vai dividir entre o Paiol de Nossa Senhora da Conceição e o Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE).

De acordo com o comendador António Cachola, esta é uma exposição que se integra no programa nacional das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, através da qual, não se procura contar a história do 25 de Abril, até porque “já foi contada muitas vezes”, mas que, “de alguma maneira”, fala de valores associados à Revolução dos Cravos.

Nesta mostra, adianta o colecionador, serão dadas a conhecer peças de arte contemporânea que estão “associadas aos problemas que se vivem, atualmente, no mundo”, sendo que questões relacionadas com a liberdade, “ou a falta dela”, estarão representadas nas obras em exposição. Ainda que contemple momentos históricos, relacionados com o 25 de Abril, como a guerra colonial, a exposição irá “transportar para os dias de hoje” quem a visitar. “O conflito entre Israel e Palestina, por exemplo, vai estar presente através de um filme da Filipa César e há outras peças que mostram a fragilidade do mundo em que vivemos”, adianta António Cachola.

Muito muito abrangente no que toca à variedade de suportes utilizados na produção de peças de arte contemporânea, “Sempre e Nunca Mais” conta com obras de vídeo, pintura, escultura,  instalação e fotografia”.

São apresentadas nesta exposição, com curadoria de Ana Cristina Cachola e assistência de curadoria de Tiago Candeiras, obras da coleção António Cachola, em depósito no MACE, de mais de 30 artistas, como Adriana Proganó, André Romão, Fábio Colaço, Joana Vasconcelos, João Pedro Vale, Luísa Cunha, Mariana Gomes, Rui Serra e Xavier Almeida.

A inauguração, no sábado, no Paiol, está marcada para as 15 horas. Para já, a data de término da exposição ainda não está definida, sendo que, em junho, Elvas será palco de mais uma “grande festa” da Arte Contemporânea.

Agricultores cortam trânsito na A6 entre Portugal e Espanha

A A6, na fronteira do Caia, tem estado cortada nos dois sentidos, entre Portugal e Espanha, com viaturas ligeiras que impedem o trânsito, devido ao protesto dos agricultores desta quinta-feira, 1 de fevereiro.

A Estrada Nacional (EN) 4, junto a Elvas, esteve também temporariamente cortada ao trânsito esta manhã, sendo que o trânsito esteve bloqueado, uma vez que os tratores circularam em marcha lenta, entre Varche e Elvas. No nó de acesso, em Varche, à A6, o acesso esteve também bloqueado pelas viaturas.

Por outro lado, nem o acesso pela Ajuda, em Elvas, a Olivença, nem pelo Retiro, em Campo Maior, a Badajoz, estão cortados ao trânsito.

Oriundos de vários concelhos, quer do distrito de Portalegre, quer do de Évora, os agricultores começaram a concentrar-se por volta das cinco da manhã, em Varche, sendo que o protesto terá começado perto das seis e meia.

Os agricultores manifestam-se pelo direito à alimentação adequada e à valorização da atividade. Este é um protesto que se estende a outras zonas do país, sendo que, em causa está uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, que decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC). 

Campo Maior: greve na Hutchinson teve início com “adesão de 80%”

Os trabalhadores da Hutchinson, em Campo Maior, estão em greve, desde as 22 horas de ontem, 31 de janeiro, para exigir melhores salários. No decorrer desta greve, que dura até às 22 horas de hoje, 1 de fevereiro, os funcionários têm-se mantido junto às instalações da fábrica.

Para além de melhores salários, lutam pela atualização do subsídio refeição para o máximo permitido em cartão; pelo pagamento das horas trabalhadas ao sábado e feriado em horário normal, como trabalho suplementar; criação de diuturnidades; e atribuição do dia de aniversário.

“Se não houver respostas da Administração, os trabalhadores vão continuar a luta”, garante o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul. Segundo o sindicato, esta greve começou “com uma adesão de 80%”, com funcionários de “praticamente todas as áreas de produção”.

Festival dos Grous começa esta quinta-feira com atividades para o público escolar

Foto arquivo

O Festival dos Grous tem início esta quinta-feira, 1 de fevereiro, em Ouguela, no concelho de Campo Maior, para aquela que é a sua sexta edição, numa organização do Grupo de Ecologia e Desportos de Aventura (GEDA).

Esta edição tem como objetivo, à semelhança das anteriores, promover o destino birdwatching e a sua conservação, neste território”, revela João Sanguinho, um dos responsáveis do GEDA.

Esta quinta e sexta-feira, dias 1 e 2  de fevereiro, são dedicadas “a atividades direcionadas para a comunidade escolar e, os dois dias seguintes, nos quais a população em geral pode participar, contam com saídas de campo, observação de aves, percursos pedestres, jornadas técnicas e degustação de produtos regionais”. Este ano, acrescenta João Sanguinho, há uma novidade uma vez que foi estabelecida uma parceria com a AIAR- Associação de Desenvolvimento pela Cultura, “que irá desenvolver uma atividade de desenho de natureza que será apresentada ao longo das jornadas técnicas”.

A temática das jornadas técnicas para este ano está relacionada com a conservação transfronteiriça nas espécies de avifauna, dando especial atenção, explica João Sanguinho, “aquilo que é o trabalho desenvolvido, com bons exemplos do que é feitos dos lados da fronteira, na conservação destas espécies”.

Todas estas atividades vão decorrer em Ouguela. Para o responsável do GEDA é uma forma de “dar a conhecer e dinamizar esta aldeia histórica do concelho de Campo Maior”.

6ª edição do Festival dos Grous que decorre, em Ouguela, entre os dias 1 e 4 de Fevereiro. A programação completa para conhecer no cartaz abaixo:

Trabalhadores da Hutchinson de Campo Maior em greve

Os trabalhadores da fábrica de Campo Maior da  Hutchinson Borrachas de Portugal iniciaram um período de greve de 24 horas.

De acordo com fonte sindical, os trabalhadores procuram um aumento de salário e melhorar as condições de trabalho.

A concentração teve início às 22 horas desta quarta-feira, junto à portaria da fábrica, na entrada do turno desta hora.

 

Depois de Cuba Vila Galé chega este ano a Espanha

Este ano, a Vila Galé reforçará a sua presença internacional, com a chegada a Espanha, onde abrirá em abril o Vila Galé Isla Canela, junto à praia com o mesmo nome, na Costa de la Luz, Huelva, edifício com arquitetura e decoração de influência árabe, com total remodelação das áreas públicas de clientes. Em 2025 e em 2026 proceder-se-á à total remodelação dos quartos.

Trata-se de um resort “tudo incluído”, na primeira linha da praia, com 300 quartos, duas piscinas, dois restaurantes – o Versátil, com buffet, e uma pizzaria Massa Fina -, três bares (Fidélio, Soul & Blues e Splash), Satsanga Spa & Wellness, Clube Nep para as crianças, salas de eventos e lojas. A oferta gastronómica e de animação será muito vocacionada para famílias e casais.

Espanha será a quarta geografia onde a marca portuguesa estará presente, depois de Portugal, Brasil e Cuba, país onde se estreou em 2023. Recentemente, a Vila Galé assumiu a gestão do Vila Galé Jardines d’el Rey, em Cayo Paredón Grande, um resort “tudo incluído” a estrear, com 638 quartos, quatro piscinas e sete restaurantes, numa parceria com a Gaviota – Grupo de Turismo, empresa estatal cubana, em cima de uma deslumbrante praia caribenha de águas azuis e cristalinas.

Além do projeto em Isla Canela, onde decorrem obras de renovação em parceria com a Saint Croix HI, proprietária do imóvel, a Vila Galé tem vários outros empreendimentos em curso, tanto em Portugal como no Brasil.

Desses, destacam-se também:

– Vila Galé Collection Figueira da Foz (Portugal): Em abril, voltará a funcionar o emblemático Grande Hotel da Figueira, agora com gestão da Vila Galé e após uma renovação profunda de quartos e áreas públicas. Contará com 102 quartos, dois restaurantes, bar, piscina exterior e Satsanga Spa & Wellness;

– Vila Galé Collection Paço do Curutelo (Portugal): Em Ponte de Lima, a Vila Galé irá investir 20 milhões de euros para reconstruir o Paço do Curutelo, um castelo de 1126, e lançar um projeto de hotel, enoturismo e produção de vinhos verdes. O Vila Galé Collection Paço do Curutelo será uma unidade com 87 quartos, piscinas exteriores para adultos e crianças, Satsanga Spa & Wellness, salão de eventos para 600 pessoas, dois restaurantes, biblioteca, capela e um espaço museológico dedicado lançar um projeto de hotel, enoturismo e produção de vinhos verdes. O Vila Galé Collection Paço do Curutelo será uma unidade com 87 quartos, piscinas exteriores para adultos e crianças, Satsanga Spa & Wellness, salão de eventos para 600 pessoas, dois restaurantes, biblioteca, capela e um espaço museológico dedicado à história do local, além de adega e vinha;

– Vila Galé Casas de Elvas: Na cidade alentejana, surgirá mais um hotel Vila Galé decorrente da reabilitação de património histórico. Aqui, o grupo vai recuperar as casas da antiga fábrica da ameixa e os ex-edifícios do aljube eclesiástico e do conselho de guerra. Com um investimento de 10 milhões de euros, serão transformadas num hotel com 43 quartos, piscina panorâmica, restaurante/bar e salão de eventos, com abertura prevista para abril de 2025;

– Vila Galé Collection Ouro Preto – Historic Family Resort hotel, Conference & Spa (Brasil): Em Cachoeira do Campo, Minas Gerais, a Vila Galé vai recuperar o espaço histórico onde funcionou o primeiro regimento de cavalaria de Portugal no Brasil (em 1775) e, posteriormente, o colégio salesiano Dom Bosco. A futura unidade, cuja conclusão está prevista para abril de 2025, terá 298 quartos, dois restaurantes, dois bares, sete salas de convenções, auditório, capela, biblioteca, sala de jogos, Satsanga Spa & Wellness com piscina interior aquecida, clube infantil NEP com parque aquático, quinta e horta pedagógica, lago e slide e ainda plantações de vinha e olival. Este projeto representa um investimento de mais de 120 milhões de reais;

– Vila Galé Collection Sunset Cumbuco (Brasil): No Cumbuco, Ceará, onde já tem um resort – Vila Galé Cumbuco -, está em construção mais um hotel da marca, com 124 quartos, três restaurantes e bares, Satsanga Spa & Wellness, campo polidesportivo, centro náutico e clube infantil NEP com piscinas e escorregas, num investimento estimado de 80 milhões de reais, numa localização superprivilegiada sobre a Lagoa de Cauipe e ‘pé na areia’, na maravilhosa praia do Cumbuco. A Lagoa de Cauipe é o paraíso do Kitesurf, onde decorre o campeonato internacional desta modalidade.

– Vila Galé Cumbuco –  está em construção mais um hotel da marca, com 124 quartos, três restaurantes e bares, Satsanga Spa & Wellness, campo polidesportivo, centro náutico e clube infantil NEP com piscinas e escorregas, num investimento estimado de 80 milhões de reais, numa localização superprivilegiada sobre a Lagoa de Cauipe e ‘pé na areia’, na maravilhosa praia do Cumbuco. A Lagoa de Cauipe é o paraíso do Kitesurf, onde decorre o campeonato internacional desta modalidade.

“O ano que passou foi bastante intenso, de muito trabalho e até algum risco, mas ultrapassámos os desafios. E continuámos o nosso desígnio de investir no interior do país, de reabilitar imóveis históricos e de ter hotéis temáticos. Abrimos mais quatro unidades em Portugal, duas das quais foram recuperações de património, em Tomar (convento templário) e em São Miguel, nos Açores. Lançámos um conceito inovador com o Vila Galé Nep Kids, no Clube de Campo Vila Galé. E ainda inaugurámos o agroturismo Vila Galé Collection Monte do Vilar, também em Beja. No Brasil, criámos o Vila Galé Premium, no

Vila Galé Marés, na Bahia. E demos passos importantes na expansão internacional, com a entrada em Cuba e o arranque das obras de remodelação em Espanha. Este crescimento vai permitir-nos ganhar escala e massa crítica. E, dessa forma, ter mais capacidade para melhorar a vida de todos os que trabalham na Vila Galé, que é, afinal, o nosso maior objetivo. Continuaremos a apostar na maior valorização profissional e pessoal dos colaboradores”, sublinha o presidente e fundador da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida.

“Foi graças ao esforço e empenho das mais de 4.500 pessoas que trabalham na Vila Galé que superámos as expectativas e que, quer em Portugal, quer no Brasil, alcançámos o melhor ano de sempre”, adianta.

Com 42 hotéis em Portugal, Brasil e Cuba, o grupo Vila Galé teve receitas totais de 275 milhões de euros em 2023, um aumento de mais de 20% face a 2022.

Em Portugal, onde conta com 31 unidades, o grupo atingiu um volume de negócios de 158 milhões de euros, mais 16,77% do que no exercício anterior, incluindo o impacto dos quatro hotéis abertos no ano passado – Vila Galé Collection Monte do Vilar, Vila Galé Collection São Miguel, Vila Galé Nep Kids e Vila Galé Collection Tomar.

No total, registaram-se mais de um milhão de quartos ocupados e 2,15 milhões de dormidas, com os clientes portugueses a pesarem 38% neste total. Seguiram-se o Reino Unido (14,5%), Alemanha (8%), Irlanda (5%) e Espanha (5%), EUA (2,92%) e Brasil (2,77%).

Quanto às dez unidades no Brasil, somaram receitas a rondar os 629 milhões de reais, evidenciando um aumento superior a 42% quando se compara com 2022. Considerando uma taxa de câmbio de 1€ = 5,36 R$, a atividade naquele país gerou 117 milhões de euros.

Esta subida da receita, a aumentar em todos os hotéis e extraordinário crescimento do Vila Galé Alagoas.

Com três hotéis de cidade, seis resorts “tudo-incluído” e um resort urbano, no Brasil contabilizaram-se 680 mil quartos ocupados e acima de 1,6 milhões de dormidas. Aqui, Brasil (90%), Argentina (2%) e Portugal (2%) mantêm-se como as três principais nacionalidades representadas no total das dormidas.

Recorde-se que em 2023, o investimento da Vila Galé em novos hotéis em Portugal ascendeu a 47 milhões de euros e gerou acima de 150 postos de trabalho.

O Vila Galé Collection Monte do Vilar, agroturismo vocacionado para maiores de 16 anos foi o primeiro projeto a ser inaugurado, ampliando a oferta do Vila Galé Clube de Campo, onde já existia o Vila Galé Alentejo Vineyards, vocacionado para o enoturismo e experiências gastronómicas. Seguiu-se, com enorme êxito, o hotel Vila Galé Nep Kids, localizado na mesma propriedade e construído de raiz a pensar no público infantil, onde os adultos só podem ficar se acompanhados por crianças. E ainda o Vila Galé Collection São Miguel, no centro de Ponta Delgada, e o Vila Galé Collection Tomar, ambos resultantes da reabilitação de imóveis históricos e unidades temáticas – o primeiro sobre os Açores, as comunidades açorianas no mundo e a aviação, e o segundo dedicado aos Templários.

CAP anuncia acordo com Governo e reversão de cortes nas ajudas para agricultores

A Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) depois de reunir em Conselho de Presidentes, esta quarta-feira, 31 de janeiro, informa que o Governo vai reverter os cortes aos agricultores no âmbito do PEPAC e pronuncia-se sobre o protesto dos agricultores.

A CAP afirma que hoje foi assumido, pelo primeiro-ministro, “um compromisso de compensar os cortes de 35% e 25% nos montantes a pagar ao abrigo dos Ecoregimes de Agricultura Biológica e de Produção Integrada através da utilização de verbas do Orçamento do Estado”.

Relativamente aos protestos dos agricultores, na União Europeia, a CAP diz entender “a revolta dos agricultores e compreender que possam ter lugar protestos espontâneos, mas toma a posição de não organizar nem participar em ações que condicionem o normal e regular funcionamento do Mercado Único e impeçam a livre circulação de bens agrícolas”. Para a confederação, neste momento, “os agricultores portugueses devem privilegiar a sua atuação como promotores de compromissos concretos com os partidos políticos e não com ações de protesto que apenas contribuem para acrescentar instabilidade a um contexto já de si muito instável”.

O comunicado para ler na íntegra:

“A Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) reuniu com carácter de urgência, esta quarta-feira, o Conselho de Presidentes, o seu órgão consultivo máximo, que agrega Presidentes das organizações de agricultores de todo o País, com o objetivo de debater a grave crise que afeta o setor agroflorestal e o vasto conjunto de problemas e dificuldades que se vêm acumulando há anos – cujo último desfecho aconteceu, na semana passada, com a comunicação aos agricultores de inesperados cortes nas verbas que foram apresentadas nas candidaturas no âmbito das medidas agroambientais.

O compromisso assumido pelo Governo e pelo Primeiro-Ministro nas últimas horas, após extensas negociações com CAP, de compensar os cortes de 35% e 25% nos montantes a pagar ao abrigo dos Ecoregimes de Agricultura Biológica e de Produção Integrada através da utilização de verbas do Orçamento do Estado – medida que terá ainda que ser autorizada por Bruxelas – traduz-se no cumprimento das legítimas expetativas dos agricultores e representa a correção de gravosos erros de gestão do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) cometidos por parte do Ministério da Agricultura.

Reconhecendo o papel determinante do Primeiro-Ministro na reversão destes cortes, a CAP apela a que o pedido de autorização para os pagamentos seja efetuado em conformidade com as regras da Política Agrícola Comum e submetido à Comissão Europeia com a maior brevidade possível, para que os pagamentos sejam imediatamente efetuados. Muitos Agricultores, a braços com despesas já efetuadas mediante aquele que seria o expectável calendário de pagamentos e ainda com apoios ao investimento por executar, têm visto a sua situação agravar-se impressivamente nas últimas semanas. Em causa, em muitos casos, está a própria sobrevivência de explorações agroflorestais que tanto têm investido na reconversão e na resposta àqueles que são os grandes pressupostos da Política Agrícola Comum e da Agricultura Europeia. Nesse sentido, a CAP irá encetar uma ronda de contactos com as instituições bancárias com as quais tem protocolado o adiantamento de verbas aos Agricultores para procurar soluções que mitiguem os efeitos negativos dos atrasos.

Na reunião do Conselho de Presidentes da CAP, representantes de muitas dezenas de associações nacionais da Agricultura e da Floresta fizeram ouvir a sua voz para dar conta da situação de enorme gravidade que os seus associados enfrentam, de Norte a Sul do País, resultado da absoluta incompetência e inércia da tutela, cuja incapacidade política e de ação se traduz numa impressionante falta de visão para o desenvolvimento da agricultura nacional.

A urgência de Portugal proceder a uma reprogramação urgente do PEPAC é um dos motivos que leva a que uma comitiva da CAP, liderada por Álvaro Mendonça e Moura, se desloque à capital das instituições comunitárias, nos próximos dias 14 a 16 de fevereiro, para uma intensa ronda de contactos institucionais, que inclui uma audiência com o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Janusz Wojciechowski, um périplo de encontros formais com Eurodeputados portugueses e de outras nacionalidades, assim como uma reunião de trabalho na REPER. Nesses encontros, a CAP defenderá a tão necessária simplificação da PAC e a harmonização do cumprimento das regras ambientais entre produtos alimentares europeus e terceiros. Junto destes interlocutores, a Confederação aproveitará ainda para dar a conhecer o conjunto vasto de temas que preocupam os agricultores portugueses, nomeadamente a deplorável taxa de execução das verbas do PRR, o péssimo PEPAC, a gritante falta de medidas de apoio à produção, aliados a um propositado desmantelamento do Ministério da Agricultura, à perda de competências e à falta de uma visão minimamente estruturada para a Agricultura, para a Floresta e para o Mundo Rural.

O Conselho de Presidentes da CAP analisou também as ações de protesto que têm sido levadas a cabo pelos agricultores em alguns Estados-Membro. Sobre este ponto, sem prejuízo da razão que possa assistir aos seus congéneres para, nos seus países, se manifestarem de forma tão veemente, a CAP salienta que é essencial que se tenha presente que a União Europeia é um espaço de liberdade e que o Mercado Único assenta na livre circulação de bens. A CAP não aceita que o Mercado Único e os pressupostos do seu funcionamento sejam postos em causa através de bloqueios que impedem a circulação de mercadorias, levando à deterioração de produtos e que impõem elevados prejuízos aos produtores, incluindo portugueses.

Compreendendo os motivos dos protestos e solidarizando-se com os seus parceiros europeus, a CAP rejeita, no entanto, qualquer forma de luta que ignore ou desconsidere pressupostos essenciais do funcionamento do Mercado Único.

A CAP entende que o Governo português, apesar de politicamente diminuído no atual contexto, tem de tomar uma posição junto da Comissão Europeia e dos Estados-Membros em defesa dos Agricultores portugueses, devendo condenar de forma inequívoca comportamentos atentatórios de liberdades económicas fundamentais no espaço comunitário como aquelas que respeitam à livre circulação de bens e/ou à destruição de produtos alimentares. As exportações portuguesas de produtos alimentares devem ser defendidas pelo Governo da República. Os agricultores portugueses esperam isso do Governo de Portugal!

Salvaguardando a estabilidade nacional, a CAP não irá realizar qualquer ação de protesto em Portugal enquanto não estiver em funções um novo Governo, que se possa assumir, perante os Agricultores portugueses, como um interlocutor de plenos direitos e deveres, com efetiva capacidade de ação.

De acordo com Álvaro Mendonça e Moura, Presidente da CAP, “os agricultores portugueses têm razões para protestar e para estar descontentes com o estado de total inoperância e incompetência que têm caracterizado o Ministério da Agricultura. Mas enquanto força da sociedade civil, a CAP, entende responsavelmente que este não é o momento para ir para a rua e contribuir para acrescentar instabilidade à enorme instabilidade que já vivemos”.

A CAP não se demite de agir no espaço público e de reivindicar medidas para o desenvolvimento da agricultura portuguesa, como ficou bem patente no ano passado, quando mobilizou milhares de agricultores contra a incompetência de quem governava, mas manifestar-se perante um Governo demitido e uma Assembleia dissolvida não seria útil para o setor.

Na sequência das eleições legislativas, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) convidou os principais partidos políticos para, no próximo dia 7 de fevereiro pelas 15h00, na sua sede, participarem num debate que pretende elucidar os seus associados sobre as linhas de ação propostas para a Agricultura nos programas de governo de cada partido.

“Acreditamos que, tal como a natureza tem ciclos, a política também os tem. No momento que vivemos, quem deve ter o palco são os partidos políticos, em sede própria de debate e discussão, sem partidarizar qualquer ação de protesto por parte dos agricultores. A CAP é um parceiro social, é membro do Conselho Económico e Social e entende que o atual contexto exige diálogo com os partidos, serenidade e elevação”, esclarece Álvaro Mendonça, presidente da CAP.

Como sempre, a CAP assume-se como um parceiro institucional comprometido e participativo nas decisões que afetam a Agricultura nacional e está a trabalhar no sentido de encontrar soluções que, cumprindo as rigorosas regras comunitárias, permitam responder de forma concreta e útil às necessidades tão prementes dos Agricultores portugueses”.

Nível da Barragem do Caia sobe 12 centímetros numa semana

Foto arquivo

O volume de água armazenada na albufeira da Barragem do Caia é, ao dia de hoje, quarta-feira, 31 de janeiro, de 185 milhões e 672 mil metros cúbicos, com o nível da água à cota de 232,55 metros, de acordo com os dados da Associação de Beneficiários do Caia.

Este volume corresponde a 97,72% por cento da capacidade máxima de armazenamento (190 milhões de metros cúbicos).

Numa semana, o nível da água subiu 12 centímetros, e o volume de água armazenada aumentou 2,2 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a uma subida de 1.2%.

Agricultores podem bloquear estradas de Campo Maior

Foto ilustrativa

Os agricultores manifestam-se amanhã, quinta-feira, 1 de fevereiro, um pouco por todo o país e o Alentejo não é exceção, podendo mesmo haver bloqueio de estradas, nomeadamente nas zonas de fronteira.

Sob o mote “O nosso fim é a vossa fome”, este protesto foi convocado pelo Movimento Civil Agricultores de Portugal, um movimento “espontâneo e apartidário, que une os agricultores e sociedade civil, na defesa do setor primário”.

Amanhã, a partir das seis da manhã, segundo revela o comunicado, os agricultores vão para as estradas com máquinas agrícolas na luta “pelo direito humano à alimentação adequada, por condições justas e valorização da atividade”.

Em Elvas, os agricultores que se juntarem a este movimento, concentram-se amanhã, pelas 6 horas, na Estrada Nacional (EN) 4, junto ao nó de Varche, de acesso à A6, para iniciarem uma marcha lenta, na EN 4. Este protesto pode bloquear outras estradas na zona de fronteira, como é caso do Caia, Retiro e Ajuda.

Este Movimento Civil exige ao Governo, entre outros, “a reposição imediata das ajudas, assunção dos compromissos contratualizados; a revisão da PEPAC e adequada à realidade portuguesa; políticas agrícolas com diretrizes de médio e longo prazo; dotação orçamental adequada a cada pilar; ecorregimes adequados a cada território; convergência para a média da União Europeia; revisão do calendário de pagamentos; desburocratização dos licenciamentos; reconhecimento dos serviços ambientais; fatores de produção a preços justos e competitivos; e a entrada de produtos agrícolas de países terceiros, sujeitos às mesmas medidas da União Europeia.