O novo Regulamento do Internato Médico deverá entrar em vigor em 2017 e prevê a extinção do Ano Comum.
Esta medida está a ser contestada pela Ordem dos Médicos, depois do ministro da Saúde, Paulo Macedo, ter referido, em entrevista ao jornal Diário Económico, que existe uma portaria que elimina, a partir de 2017, o ano comum, este ponto já estava previsto no grupo de trabalho há mais de três anos, segundo Paulo Macedo.
Para Jaime Azedo, presidente da Ordem dos Médicos de Portalegre, a formação médica é uma formação que é complexa e completa e esse ano comum é um ano que dava aos médicos uma visão prática da medicina no geral, de várias especialidades. Independentemente da especialidade que o médico viesse depois a escolher para fazer a sua formação específica.
Esse encurtamento faz com que os médicos depois não tenham essa visão global da prática da medicina e portanto que tenham uma visão mais restrita, e por outro lado dá impressão que o Governo quer acelerar o processo de pôr mais médicos no mercado, portanto encurta aí a formação dos médicos e com as dificuldades que existem poderá haver mais médicos disponíveis para poderem ser contratados ou não, porque não sabemos o que vai acontecer aos médicos depois de obterem a sua especialização, porque se as condições se mantiverem como estão em Portugal, muitos deles acabam por emigrar, afirma ainda o presidente da Ordem dos Médicos de Portalegre.
Relativamente ao interior, o ano comum era um ano em que muitos dos médicos escolhiam hospitais e centros de saúde mais afastados dos grandes centros e portanto acabavam por ter uma visão não só da prática clínica mas também da realidade social do país e conhecer novas práticas da medicina em determinados sítios e quem sabe alguns até interessarem-se por se fixar nesses locais, isso vai acabar e acabam por ir para os grandes centros onde são formados, garante Jaime Azedo.