Inaugurado em abril do ano passado, o espaço.arte, em Campo Maior, é um local privilegiado para a apresentação de diferentes trabalhos artísticos, sendo que este ano, e depois da elevação das Festas do Povo a Património da Humanidade, está dedicado, em exclusivo, à temática das flores.
Até 30 de setembro, esteve em exposição, uma mostra do campomaiorense Luís Silveirinha (“Sierra”) que, passados trinta anos, voltou a apresentar o seu trabalho ao público, na vila. Para este filho da terra, o espaço.arte, à semelhança de outros na região Alentejo, apesar de ainda escassos, com a centralização, sobretudo, em Lisboa, são de extrema importância.
“Há uma série de instituições, neste momento, no Alentejo, que estão com boas dinâmicas em termos daquilo que são as artes visuais, as artes plásticas, e que merecem todo o respeito”, começa por dizer, assegurando que o importante é que “espaços como o espaço.arte estejam a começar a criar esta dinâmicas de levar artistas e de montar um um programa interessante para o público, para as pessoas que se interessem por estes temas”. O artista lembra ainda a “necessidade de criar públicos”, algo que deve começar, desde logo, com as crianças.
Na região, para além do espaço.arte, Luís Silveira destaca a importância de outros espaços dedicados à arte, como é o caso do Museu de Arte Contemporânea de Elvas, com a coleção António Cachola. “Depois temos também em Ponte de Sor, em Évora”, acrescenta.
Com o interior do país a ficar “mais robusto e mais forte”, neste tipo de programações culturais, Luís Silveirinha garante que a aposta deve ser sempre grande na cultura. É ainda da opinião que só com cultura e educação é que “se formam os cidadãos e se mudam mentalidades”, até porque sem se apostar na cultura e na educação “seremos um deserto total”.