Arcebispo de Évora pede Páscoa pessoal e familiar com Jesus

Arcebispo PascoaO Tríduo Pascal volta mais uma vez a ser comemorado de forma atenta e cumpridora das normas prescritas pelas entidades responsáveis. As tradicionais procissões religiosas, desta altura pascal, não se podem realizar, como é o caso da procissão do Enterro do Senhor e da Ressurreição.

De acordo com o Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, os cristãos são este ano desafiados a “viver uma Páscoa que sublinha a intimidade pessoal e familiar com Jesus. Sem manifestações exteriores, fica o espaço do nosso coração disponível para que a Graça de Deus habite em nós de modo mais consciente e profundo. Será na nossa interioridade que poderemos viver a Páscoa de modo mais profundo, contemplativo, libertador e, por isso, com
renovada alegria interior e compromisso comunitário, com todos os irmãos de Jesus, os seus discípulos.

Estes tempos são convite à escuta, à oração e a uma certa e saudável quietude contemplativa. É vital, que nestes momentos difíceis, e marcados ainda pelo confinamento, tenhamos tempo, disponibilidade e disposição para acolher o que o Espírito quer dizer à Igreja (Ap 2,7). Não será que nestes tempos o Senhor nos pede para sermos mais uma Igreja confidente, Igreja que escuta, na certeza de que este é suporte imprescindível para sermos uma Igreja cooperante que anuncia? Não será que poderemos investir mais em nós, pela leitura, estudo bíblico, cursos catequéticos, aproveitando tantas propostas digitais também da nossa Arquidiocese e do ISTE? Convido todas as comunidades cristãs a aproveitar estes tempos menos activos a apostarem na formação, crescendo para dentro, servindo-se para isso de todos os meios técnicos seguros ou legítimos.

No nosso quotidiano não é possível encontrar as soluções para todos os problemas, porém não é impossível encontrar Deus no meio das dificuldades e experimentarmos que Ele está vivo, permanece connosco, é nosso contemporâneo e está do nosso lado, ajudando-nos a ajudar; Ele envia a sua luz e ilumina as grandes cruzes da humanidade.

Com Maria, a Igreja reaprenderá a construir-se sempre como comunidade orante e, simultaneamente fraterna. Ela não se destaca tanto pela palavra proferida com os lábios, mas sobretudo com a palavra pronunciada com a vida. Eis o que há-de acontecer na nossa vida, pois Ela é o paradigma e o ícone da Igreja. Havemos de ser simultaneamente Homens, Mulheres e Jovens de Deus para podermos estar com qualidade ao serviço da Humanidade.

Santa e Luminosa Páscoa para todos!”