Sozinha na Secundária D. Sancho II, Ana anseia pelo regresso das aulas presenciais

AnaCortesAumentam, a cada dia que passa, de acordo com os dados do Ministério da Educação, o número de alunos que frequentam as cerca de 700 escolas de acolhimento, abertas em todo o país.

Em média, nas últimas semanas, têm sido 12.500 os alunos que frequentam estes estabelecimentos escolares, na sua maioria, filhos de trabalhadores essenciais. Mas estas escolas de referência estão abertas também para alunos em risco, com necessidades educativas especiais ou que, simplesmente, não tenham as condições necessárias, em casa, para assistir às aulas, em regime de ensino à distância.

Em Elvas, na Secundária D. Sancho II, contudo, a realidade é um pouco diferente. Fomos até lá e encontrámos uma única aluna, de 11º ano, que frequenta um curso profissional. Ana Cortes (na imagem) vai todos os dias à escola, uma vez que tem um irmão também ainda em idade escolar, sendo que apenas têm um computador em casa.

“Lá em casa somos dois a ter aulas, mas só temos um computador. Como o meu irmão tem aulas a tempo inteiro, e eu só tenho ou à de manhã ou à tarde, venho eu para a escola”, explica à Rádio ELVAS num dos intervalos das suas aulas, à distância, a partir da biblioteca da secundária elvense.

Por se encontrar sozinha, todos os dias, na escola, a assistir às aulas através de um computador, esta aluna espera que o ensino presencial seja retomado o quanto antes. Para além disso, garante que este sistema de ensino não é o melhor e que em nada se compara às aulas em sala de aula, com os professores. “Mesmo em termos de atenção, acaba por ser prejudicial, porque com qualquer coisa nos distraímos”, garante.

SecundariaDSanchoIIElvasEsta estudante revela ainda que, por esta altura, os professores acabam por exigir uma maior quantidade de trabalhos aos alunos. “Somos sobrecarregados com trabalhos, pelos professores, mesmo que às vezes, sem noção”, alega, compreendendo, ainda assim, a situação: “temos que ter como ser avaliados”.

“Estou sozinha (na escola) e é horrível”, conta ainda, assegurando que, durante os intervalos, sai à rua apenas para “apanhar ar”.

As escolas de acolhimento no concelho de Elvas são as Escolas Básicas de Santa Luzia e da Boa-Fé para o pré-escolar e o primeiro ciclo e a Escola Secundária D. Sancho II para o segundo e terceiro ciclo e ensino secundário.

Os alunos beneficiários da Ação Social escolar, do pré-escolar ao ensino secundário, que estejam a frequentar as escolas de acolhimento, podem lá almoçar. Os restantes estão abrangidos por um serviço de take away.

Campo Maior regista três novos casos e uma alta de Covid-19

Covid Campo Maior 24 fevO concelho de Campo Maior regista esta quarta-feira, dia 24, mais três casos de Covid-19 e uma recuperação.

De acordo com as Autoridades de Saúde, Campo Maior regista 636 casos confirmados de Covid-19, sendo que seis estão ativos, 619 foram já dados como recuperados e 11 pessoas já morreram no concelho devido ao coronavírus.

Mais de uma dezena de alunos frequentam escola de acolhimento de Campo Maior

EscolaAcolhimentoCampoMaiorEm Campo Maior, por esta altura, são mais de uma dezena os alunos que, todos os dias, frequentam as aulas no Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro.

A falta de meios informáticos em casa e as carências de alguns agregados familiares são as principais razões que levam cerca de 12 crianças a frequentar agora esta escola de acolhimento, onde acabam por ter também aulas à distância.

“Isto funciona da mesma forma. Eles estão dentro das turmas, nos horários das turmas, assistem às aulas com os professores e depois têm toda a planificação para realizar os trabalhos que o professor marca”, revela o professor João Borrego.

João Borrego, por estes dias, ajuda estas 12 crianças, do primeiro ciclo, a nível informático e com a organização da planificação dos trabalhos. Na escola, estes alunos assistem e participam nas aulas, com os respetivos professores, por videochamada. Outras carências, como ao nível da alimentação, são suplementadas, sendo que estas crianças almoçam no refeitório da secundária de Campo Maior.

EscolaAcolhimentoCampoMaiorBEstivemos ainda à conversa com algumas destas crianças, que, segundo revelam, não se importam nada de ir para a escola, até porque ali podem, para além de aprender, brincar.

“A mãe trabalha em Espanha e a avó está a tentar arranjar-me um computador”, diz uma menina de segundo ano, que adianta que, por vezes, é mais difícil aprender através das aulas online, porque, às vezes, “a imagem para e não se percebe o que o professor está a dizer”.

Já um aluno de quarto ano garante ser divertido ir, nestes dias, para a escola. Revela ainda que não fica em casa, porque não tem computador.

Cabe ao Município de Campo Maior fazer o transporte destas crianças, diariamente, entre o Centro Escolar e a secundária, nas horas de almoço.

Monforte regista mais dois casos de infeção

Covid MOnforte 23 fevDe acordo com dados divulgados pela Câmara Municipal de Monforte, nas últimas 24 horas, registaram-se dois novos casos de infeção por Covid-19.

Monforte conta com 204 casos confirmados de Covid-19, sendo que sete estão ativos e 190 foram dados como recuperados. No concelho de Monforte morreram sete pessoas devido à pandemia.