A doença de Alzheimer afeta cerca de 90 mil pessoas em Portugal, na grande maioria, pessoas com idade superior a 65 anos.
Maria Isabel Caldeira, natural de Elvas, é apenas um dos exemplos dos mais de 35,6 milhões de pessoas que no mundo sofre desta doença degenerativa. A doença tem lhe retirado, aos poucos, muitas das suas capacidades cognitivas: hoje não se lembra da idade que tem, de muito daquilo que já fez, por onde já passou e até da própria família.
O Alzheimer é uma doença que não tem cura, mas existem tratamentos que permitem melhorar a qualidade de vida de pessoas como Isabel. É nesse sentido que esta senhora, também portadora da doença de Parkinson, se desloca, todas as semanas à piscina Municipal de Elvas, para juntamente com a fisioterapeuta Raquel Guerra, fazer alguns exercícios.
Todas as semanas, Raquel, a quem Isabel, quando se lembra, chama de uma forma muito carinhosa a amiga do tanque, ainda antes de dar início à sessão, aborda esta senhora sempre da mesma forma, sempre com as mesmas palavras. A repetição e a rotina, explica a fisioterapeuta, são importantes, quanto mais não seja para manter viva a esperança de que algum dia, alguma coisa, por mais pequena que seja, seja lembrada por Isabel.
Dentro da piscina, Raquel procura não só melhorar a condição física de Isabel, mas também estimular a sua memória, com pequenos jogos e exercícios.
Mas nem só a perda de memória carateriza esta doença, apesar de ser o primeiro sinal de alerta. No começo, são os pequenos esquecimentos, normalmente aceites pelos familiares como parte do processo normal de envelhecimento, que se vão agravando gradualmente. Depois, vem a perda da noção de tempo e espaço, a dificuldade em executar as tarefas mais simples.
Este é um excerto de uma reportagem da Rádio Campo Maior sobre a doença de Alzheimer, contada na voz de familiares, cuidadores e técnicos. Para ouvir hoje, às 21 horas.