Noite de Natal continua a ser sinónimo de família reunida à mesa e de troca de presentes

Bacalhau ou peru à mesa, família reunida e desembrulhar presentes à meia-noite, ou na manhã de Natal, são algumas das tradições que se mantêm nestes dias festivos, ano após ano. Com o objetivo de perceber o que simboliza o Natal, que tradições ainda vão marcando a reunião das famílias à mesa para a celebração da noite de consoada, assim como os gastos que são feitos com as habituais prendas, a Rádio ELVAS/Rádio Campo Maior saiu à rua.

“O Natal é a festa da família”, diz Constança Rodrigues, que garante que o mais importante é o clima de paz e harmonia que se sente por estes dias. Esta ouvinte, que passa a noite de Natal em casa do filho e que dá primazia às prendas para os netos, relativamente àquilo que não pode faltar à mesa, aponta, desde logo, o bacalhau, tal “como manda a tradição”.

Já para David Gama as prendas ficam para “segundo plano”. “A parte importante é juntar a família, que não se reúne o resto do ano, mas acho que as crianças são preferenciais para as prendas e nós adultos vivemos a festa”, comenta. Quanto à ementa desta noite de consoada, este ouvinte diz não ter “pré-requisitos” e que, embora seja sempre o habitual e típico, por si, até poderia ser “uma surpresa a cada ano”.

Florença Salgado, por sua vez, conta que, para si, o Natal “já não significa nada”, depois de ter visto o marido partir. Ainda assim, irá passar a noite com os filhos e netos. “Para os pequeninos, o Natal é alegria, mas para a gente está cá esta tristezazinha no fundo”, diz ainda esta ouvinte, que adianta que a tradição, na sua família, na noite de Natal, é comer-se sopas de cação e cação frito, ficando o bacalhau para o almoço do dia de Natal.

Para Marcelo Castro, natural do Brasil, o Natal “é uma festa que simboliza o nascimento de Jesus, é uma festa cristã”, que celebrava, antes, sempre no calor típico da Terra de Vera Cruz, com a família. “Como eu sou imigrante, hoje comemoro do jeito possível”, refere, assegurando que, na consoada, a par do bacalhau e o peru, não podem faltar, sobretudo, “empatia, amor e companheirismo”.

Celebrando o Natal em família, com os filhos, netos e o marido, Maria de Lurdes Dias garante que o mais importante é a alegria e a união desta quadra. Relativamente às prendas, confessa que “sempre se gasta” algum dinheiro. “Sempre falta uma pessoa, sempre há-de faltar uma coisinha, sempre se gasta”, comenta, assegurando que, da sua parte, não só os mais novos recebem presentes, como também os mais velhos.

Saiba os horários e locais das Missas da Véspera e do dia de Natal em Elvas, com o Padre Ricardo Lameira

A Véspera de Natal, celebrada na noite de 24 de dezembro, constitui o momento fundamental das tradições natalícias em Portugal e em vários países.

O dia de hoje é dedicado ao convívio familiar, sendo marcada pela reunião à volta da Ceia de Natal. É o ponto culminante do período de preparação, onde se trocam presentes à meia-noite, simbolizando a generosidade e a união.

O padre Ricardo Lameira fala-nos da Missa do Galo, “um momento importante, porque marca o cume de um dia de penitência. Nós, hoje não temos essa perceção, mas porque é que se come bacalhau, porque é que se come peixe na noite de Natal? Porque, a Igreja fazia jejum e abstinência, até à Missa da noite. E a partir desse momento é que se comia, é que se fazia festa. A missa da meia-noite, ou a missa da noite de Natal, era o grande momento de festa”

Em Elvas, no sentido de manter a tradição, acrescenta o Padre Ricardo, “vamos ter às 10 horas, na cadeia, o Natal com os presos e com os guardas que estão de serviço. O nosso arcebispo vem estar connosco. Às 5 e meia da tarde, iremos celebrar a Missa da Vigília, para as pessoas que já não podem ir à noite, na Igreja de São Domingos”.

A Missa do Galo celebra-se na Sé Catedral de Elvas “às 23 horas, pois a chamada Missa do Galo ou Missa da Noite de Natal será um momento importante do dia”, mas o pároco finaliza informando “as pequenas alterações ao horário no dia 25, onde a grande missa da parte da manhã será na Sé Catedral. Então, em vez de celebrarmos a Eucaristia às onze horas no Salvador, onze e meia em Santa Luzia e meio-dia e um quarto na Boa Fé, celebraremos uma Eucaristia só, da parte da manhã, na Sé Catedral. É a igreja-mãe da nossa cidade. É a igreja-matriz de Elvas e a Igreja Mãe do nosso Concelho. Vamos ter toda a comunidade reunida para celebrar também a Missa de Natal. À tarde, celebraremos às 15h30 na Igreja de Varche e às 18h celebraremos no Santuário do Senhor Jesus da Piedade”.

“União”: a palavra-chave da mensagem de Natal de Luís Rosinha

O presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, desejando um feliz Natal e um excelente 2026 a todos, destaca, numa mensagem que deixou aos microfones da Rádio ELVAS/Rádio Campo Maior, a palavra “união”. O autarca garante que só com união será possível levar por diante as Festas do Povo, no próximo ano, da mesma forma que aconteceu com o “Jardim de Natal”, organizado, pela primeira vez, pelo Município em parceira com a Associação de Empresários e Jovens Empreendedores de Campo Maior.  

“Eu acho que a união nos dá sucesso. Quando nós nos juntámos à Associação Empresarial e a todos os comerciantes que quiseram participar, de uma forma unida, no Jardim de Natal, nós conseguimos, se calhar, levar para a frente aquilo que às vezes poderíamos pensar que não seria possível. E quando toco na tónica da união, também tem muito a ver com aquilo a que nos propomos neste momento, que tem a ver com as nossas Festas do Povo, no ano de 2026. Portanto, a palavra união, eu acho que é a palavra certa para o ano de 2026, achando eu que, da parte do município, temos tido sempre as portas abertas para essa mesma união. Sentimos que com união nós conseguiremos, com certeza, atingir mais objetivos e é importante essa mesma união em torno, não de um projeto político, mas de uma comunidade”, começa por dizer Luís Rosinha.

“A Câmara Municipal, claro, tem a responsabilidade de gestão dos destinos do concelho – os campomaioresnes confiaram em nós –, mas o importante é nós olharmos para aquilo tudo que podemos fazer se olharmos bem para a palavra união”, acrescenta o autarca.

Dirigindo-se a todos os campomaiorenses e aos ouvintes da Rádio ELVAS/Rádio Campo Maior, Luís Rosinha deseja “um santo Natal e um feliz ano de 2026”. “Que tenham muito sucesso, mas, fundamentalmente, que tenham muita saúde, porque é isso também que nos permite a nós concretizar essa mesma união e todos os projetos. Deixar também uma palavra especial à Rádio ELVAS e à Rádio Campo Maior, neste caso aos colaboradores, pela forma também sempre disponível e cordial com que têm trabalhado com o Município de Campo Maior. Boas festas para todos”, remata.

Mensagem de Natal do nosso Diretor

Nesta altura não há muitos consensos na nossa sociedade, no entanto, relativamente à época de Natal existe um consenso alargado entre nós: é um tempo de fé, de esperança, de partilha e de reencontro com aqueles que nos são mais próximos.

Nesta quadra, muitos regressam a casa, ao Alentejo, às suas terras de origem, para junto das famílias, onde se mantêm vivas as tradições e as vivências tão próprias desta época do ano. É um momento propício para deixar para trás os atritos e as dificuldades, olhar o futuro com positividade e preparar a entrada num novo ano com renovada confiança, na esperança de que a vida nos possa correr melhor.

O ano de 2025 foi, acima de tudo, um ano de grande esforço e de enormes desafios. No interior do país, torna-se cada vez mais difícil levar por diante projetos como este, nomeadamente no setor da rádio, num contexto marcado pela diminuição da população, pela escassez de empresas e pela falta de atenção ao interior, apesar dos alertas sucessivos dos censos. Ainda assim, continuamos a acreditar e a olhar de forma positiva para os grandes eventos da nossa região, acompanhando tudo o que de bom se faz no Alentejo. Oxalá mais pessoas partilhassem este olhar sobre a nossa terra.

Agradeço sinceramente aos nossos ouvintes e aos nossos anunciantes pois sem o seu apoio não seria possível estarmos no ar.

Desejo a todos um Santo e Feliz Natal, um excelente Ano Novo e que 2026 seja um ano ainda melhor do que 2025.

Um abraço do António Ferreira Góis