“Conversa de Artista”: curador Orlando Franco aproxima grupo de alunos de Campo Maior da arte contemporânea

Orlando Franco, curador da exposição coletiva “When The World Is Full Of Noise”, patente no espaço.arte, foi o protagonista de mais uma “Conversa de Artista”, promovida pela Câmara Municipal de Campo Maior, na manhã desta segunda-feira, 17 de novembro.

A exposição, formada por cerca de 60 obras, que vão desde o desenho à pintura, passando pela escultura, o vídeo e a fotografia, reúne trabalhos de 24 artistas plásticos: Ana Carolina Rodrigues, Ana João Romana, Beatriz Banha, Carlos Lérias, Cecília Corujo, Cristina Ferreira Szwarc, Diogo Nogueira, Duarte Amaral Netto, Jorge Lopes, Kamil Kucharzewski, Luís Silveirinha, Maria Peixoto Martins, Miguel Marquês, Nuno Gaivoto, Nuno Vicente, Orlando Franco, Ricardo Castro, Rodrigo Bettencourt da Câmara, Sofia Aguiar, Susana Anágua, Tomás Colaço, Tomás Toste, Vítor Reis e Weronika Kocewiak.

Perante uma plateia formada por estudantes de uma turma da Escola Secundária da vila, Orlando Franco procurou, tal como explica, fazer “a mediação entre aquilo que é um projeto de arte contemporânea e o interesse dos jovens”. “Vou poder também ampliar um pouco alguns dos sentidos da exposição e, no fundo, partilhar também alguma da história que me trouxe a este tema, à exposição e ao próprio processo de montagem, com um conjunto de decisões mais técnicas, também mais ligadas ao processo criativo”, adianta.

Despertando os mais novos para o mundo da arte contemporânea, o curador e artista plástico procurou “estabelecer pontes” com os jovens estudantes, desmistificando os processos associados à montagem da exposição “e à própria ideia de alguns quererem ser criativos ou mesmo artistas”.

O curador explica ainda que o processo, desde a escolha de obras até à montagem da exposição, acabou por ser “muito orgânico”. “Existem várias coisas que vão acontecendo em simultâneo, nomeadamente o sentido do tema, o começar a pensar o espaço e o tipo de obras que gostaria de ter, também o tipo de artistas, que de alguma maneira são artistas que estão num raio de proximidade e essa proximidade faz com que também seja fácil chegar até aos ateliês, chegar à conversa, trocar ideias, partilhar histórias”, revela.

Feita a escolha das obras, iniciou-se o processo de montagem. “A montagem no espaço é muito importante, porque aqui há uma ressignificação de cada obra, mantendo o seu sentido original, mas há uma conversa entre obras e isso é que foi muito interessante neste processo de montar a exposição com cerca de 60 obras, criar uma relação de tensão, criar hipóteses, verificar várias possibilidades para que elas pudessem interagir entre si”, diz ainda.

Para participar nesta “Conversa de Artista” foi escolhida uma turma de 9º ano pelo facto de vários alunos manifestarem a intenção de vir a seguir a área de Artes Visuais no Ensino Secundário, explica a professora responsável, Anabela Alexandre. “Quisemos proporcionar-lhes algum contacto com obras de arte e com diferentes artistas, dado que esta exposição é uma exposição coletiva e tem várias vertentes”, acrescenta.

Por outro lado, de acordo com a docente, procurou-se “alargar os horizontes” dos mais novos, dado que, muitas vezes, os alunos só reconhecem a pintura como forma de arte. “Eles acham que instalação, fotografia e vídeo, por exemplo, não são também formas de arte e queremos despertá-los para essas situações”, explica ainda Anabela Alexandre. “Alguns deles até acham que há coisas que eles próprios conseguiriam fazer, pela simplicidade ou pelo aspecto que têm um bocadinho mais tosco, mas queremos também que percebam que a arte é, sobretudo, transmissão de ideias e isso às vezes também se faz daquela forma mais tosca”, remata.

A exposição “When The World Is Full Of Noise” pode ser visitada, no espaço.arte, até 7 de dezembro.

“Ambiente em FM”: ondas de calor são 40 vezes mais prováveis devido às alterações climáticas

O calor extremo é cada vez mais uma realidade sentida por todos. As ondas de calor, em Portugal, estão a tornar-se mais prolongadas, mais intensas e mais recorrentes.

Segundo o grupo internacional World Weather Attribution, responsável por estudar fenómenos meteorológicos extremos, as ondas de calor que hoje ocorrem em Portugal são cerca de 40 vezes mais prováveis por causa das alterações climáticas  provocadas pelas atividades humanas. Os investigadores explicam que as temperaturas que antes eram excecionais estão a tornar-se o novo normal.

E isso tem consequências sérias: mais incêndios rurais, menos água disponível, mais problemas de saúde e maior pressão sobre a agricultura e sobre quem trabalha ao ar livre.

Tudo para saber sobre o assunto na edição desta semana do programa Ambiente em FM, com José Janela, da Quercus. Para ouvir no podcast abaixo:

Comboio entre Évora e Caia entra em operação em 2026

Portugal e Espanha deram um passo decisivo para aproximar ainda mais as capitais ibéricas, com a definição de um conjunto de ações concretas que permitirão estabelecer ligações ferroviárias entre Lisboa e Madrid até 2030, com tempo de viagem de cerca de 5 horas, e uma ligação de alta velocidade — cerca de 3 horas — até 2034.

Em termos de metas, a estratégia ibérica consiste em implementar até 2030 a viagem direta Lisboa-Madrid em cerca de 5 horas; conclusão das obras na nova linha de alta velocidade entre Évora e Caia até 2025 (operação em 2026); entrada em operação do troço Plasencia-Talayuela até 2028; início da construção da segunda via entre Poceirão e Bombel em 2026, com conclusão até 2029 (e operação em 2030) e conclusão dos estudos para a nova linha Lisboa-Évora, incluindo a Terceira Travessia sobre o Tejo até 2027.

Até 2034 definem-se ainda as seguintes metas: viagem direta Lisboa-Madrid em cerca de 3 horas; construção da nova linha de alta velocidade Lisboa-Évora, incluindo a Terceira Travessia sobre o Tejo e duplicação da linha Évora-Caia (caso se justifique a necessidade); implementação do sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário (European Rail Traffic Management System – ERTMS) em diversos trechos entre Lisboa e Madrid e estudos e eventual construção do novo troço de alta velocidade entre Caia e Badajoz e Estação Ferroviária Internacional Elvas-Badajoz, na fronteira entre os dois países.

A nova ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid representa uma alternativa mais competitiva do ponto de vista de custo e conveniência para os passageiros dos mais de 40 voos diários entre as duas capitais, promovendo também a transferência modal para um transporte com menor pegada carbónica. 

Ao reduzir significativamente o tempo de viagem para cerca de três horas até 2034, este projeto não só reforça a coesão territorial e económica, mas também contribui diretamente para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, contribuindo para uma mobilidade mais sustentável em Portugal e na Península Ibérica.

Este ambicioso projeto insere-se na estratégia europeia de mobilidade sustentável e interligação ferroviária transfronteiriça, envolvendo investimentos estruturantes em infraestrutura, modernização tecnológica e interoperabilidade ferroviária.

De recordar que o Governo português se comprometeu com a neutralidade carbónica até 2050, assumindo a descarbonização dos transportes como uma prioridade estratégica, alinhada com os objetivos do Acordo de Paris e da União Europeia. 

Neste contexto, o desenvolvimento da rede ferroviária de alta velocidade é essencial para promover uma mobilidade mais sustentável, eficiente e ambientalmente responsável sobretudo nas viagens internacionais mais curtas

Interoperabilidade com as redes europeias

Para além da implementação progressiva do sistema europeu de gestão de tráfego ferroviário até 2034, Portugal e Espanha comprometem-se a avaliar os custos e benefícios socioeconómicos e impacto para a interoperabilidade da migração da bitola ibérica para a bitola europeia padrão até 2027. No caso de avaliação favorável, os dois países apresentarão um plano devidamente coordenado para a migração de bitola.

Todas estas ações serão refletidas nos respetivos planos nacionais de investimento, garantindo o compromisso político e financeiro com uma infraestrutura moderna, eficiente e amiga do ambiente.

“Este projeto é mais do que uma ligação ferroviária, é uma ponte para o futuro da mobilidade sustentável e da coesão europeia”, realça o Ministro das Infraestruturas e Habitação Miguel Pinto Luz.

“Trata-se de um passo histórico na ligação entre Portugal e Espanha, com um projeto que coloca Lisboa e Madrid a apenas três horas de distância até 2034. Esta é mais uma evidência da aposta firme deste Governo na ferrovia como meio de transporte do futuro — mais rápido, mais sustentável e mais integrado na rede europeia”, diz o Ministro. 

“Com investimentos concretos, prazos definidos e coordenação entre os dois países, estamos a garantir que o transporte ferroviário de alta velocidade seja uma realidade ao serviço das pessoas, da economia e da coesão territorial. Esta é também uma evidência do nosso compromisso com uma mobilidade moderna e eficiente bem como da nossa ambição para Portugal”, acrescenta.

EuroBEC é o “aglomerado urbano mais importante entre Lisboa e Madrid”, defende Nuno Mocinha

A EuroBEC, eurocidade formada por Elvas, Campo Maior e Badajoz, é o “aglomerado urbano mais importante entre Lisboa e Madrid”, defende o vice-presidente da Câmara de Elvas e atual represente do município neste projeto de cooperação transfronteiriça.

Nuno Mocinha diz que se deve olhar para a EuroBEC, tendo em conta as suas duas dimensões – “interna e externa” –, sendo este um projeto que tem “grande expressão”, sobretudo, “fora de portas”. “É um projeto que deve ser potenciado, tal como tem vindo a ser, sempre que existe algum evento onde possamos estar os três municípios juntos e ser apresentados como uma região e não como uma cidade ou como um município. Esse é o nosso objetivo”, assegura.

Relativamente àquilo que diz serem as duas dimensões da EuroBEC, Mocinha explica que a “dimensão interna passa muito por organizar alguns eventos em conjunto e que possam envolver cidadãos dos dois lados da fronteira e dos três municípios”. Já a expressão externa “passa muito pela representação única”: “ou seja, apresentarmo-nos como uma única região, porque se nos apresentarmos como Eurocidade, somos o aglomerado urbano mais importante entre Lisboa e Madrid”.

De recordar que, na passada segunda-feira, 10 de novembro, juntamente com Luís Rosinha, presidente da Câmara de Campo Maior e da EuroBEC, e do alcaide de Badajoz, Ignacio Gragera, Nuno Mocinha visitou as várias obras que decorrem nos três concelhos, no âmbito do Projeto EUROBEC Energy.

Em causa está um investimento de mais de um milhão e 200 mil euros, em eficiência energética, valor a ser aplicado em espaços como o Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas, a sede da EuroBEC no Caia, o Complexo de Piscinas Cobertas da Fonte Nova, em Campo Maior, e a IFEBA, dois centros desportivas e a Piscina de San Roque, em Badajoz.

Município de Campo Maior investe cerca de 250 mil euros na requalificação de uma avenida de Degolados

A Câmara Municipal de Campo Maior vai investir cerca de 250 mil euros na Avenida Dr. Artur António Louro, na freguesia de Degolados.

Em causa, como explica o presidente, Luís Rosinha, está um “processo de regeneração” daquela avenida, que “necessitava urgentemente de alguma retificação do ponto de vista da mobilidade”, assim como da própria organização viária. “É isso que iremos fazer nos próximos tempos, através da assinatura do contrato e o início dos trabalhos”, acrescenta o autarca.

Luís Rosinha chama ainda a atenção para o facto de este ser o primeiro projeto de regeneração urbana do Município de Campo Maior “dentro daquilo que são os fundos comunitários do Portugal 2030”. “Portanto, isto diz bem aquilo que é a descentralização dos fundos comunitários que o Município de Campo Maior vai fazendo também em Degolados e em Ouguela e não só na sede do concelho”, assegura.

Quanto à nova casa mortuária de Degolados, Luís Rosinha revela que a obra está praticamente concluída. “Decorrem já os últimos trabalhos, de colocação de pisos, portanto, nos próximos meses, teremos boas notícias em Degolados”, conclui.