O sprint no empedrado do centro de Castelo Branco decide quase sempre as etapas que terminam na cidade albicastrense e desta vez não foi diferente. Depois do terceiro lugar em Vila Franca de Xira e da segunda posição em Loulé, este domingo Daniel Babor chegou finalmente à vitória.
O checo da Caja Rural/Seguros RGA terminou à frente de Andoni Lopez (Euskaltel-Euskadi) e de João Matias. A bonificação de quatro segundos do homem da Tavfer/Ovos Matinados/Mortágua, que ocupava a segunda posição da Geral, catapultou imediatamente Matias para a liderança da Volta roubando a Amarela Continente a Rafael Reis /Glassdrive/8/Anicolor) por dois segundos.
Após esta quarta etapa e na véspera da subida à Torre, os dois portugueses ocupam os dois primeiros lugares com o germânico Lukas Meiler (Team Voralberg) a seis segundos. O trepador e vencedor da Volta do ano passado, Mauricio Moreira é quinto classificado a sete segundos.
Perseguição na montanha
Antes do sprint lançado na cidade albicastrense que trouxe nova liderança à 84ª Volta a Portugal Continente houve diversos momentos nesta etapa que começou em Estremoz que vale a pena referir. São acontecimentos que, como sempre, são relatados em texto ao momento no site da Volta a Portugal (www.volta-portugal.pt).
Depois da saída da cidade alentejana, o pelotão andou em andamento vivo durante muito tempo ao ponto de fazer uma média de 45 quilómetros hora. Antes, o quilómetro 34 foi marcado pela fuga de um quarteto que após muitas tentativas teve permissão para escapar ao pelotão. João Macedo (Credibom/LA Alumínios/Marcos Car), Raul Rota (Rádio Popular-Paredes-Boavista), Yanne Dorenbos (Equipo Kern-Pharma) e Unai Iribar (Euskaltel-Euskadi) foram os quatro fugitivos.
Antes da Montanha de Monte Paleiros, o espanhol da equipa axadrezada decidiu aventurar-se sozinho na frente da corrida e chegou a ter um minuto de diferença, mas acabou por esperar pelos companheiros de fuga depois de receber diversos e insistentes avisos do diretor desportivo José Santos para travar as intenções solitárias. Ainda assim foi Raul Rota a passar isolado na contagem de 3ª categoria tendo intenção de repetir esse êxito na Serra de São Miguel mãos à frente. Dessa vez encontrou rivalidade acesa de João Macedo e, por momentos, foi possível assistir a um verdadeiro mano a mano para ver quem passaria primeiro. Foi um autêntico duelo a fazer lembrar as provas de perseguição em pista. Estava em jogo a Camisola da Montanha Europcar. Nesta guerra não entraram os outros dois elementos da fuga ficando a assistir tranquilamente ao duelo.
Macedo conseguiu sprintar melhor nesta ocasião e decidido a vestir Camisola às Bolinhas Azuis forçou o andamento também na passagem de Retaxo, o derradeiro Prémio de Montanha. Aí já não teve concorrência, mesmo que o então líder da Montanha, Luís Ángel Maté (Euskaltel-Euskadi) no pelotão, já depois de anulados os outros elementos, tentasse defender o título de melhor trepador.
João Macedo devolveu camisola da montanha à equipa
Com esta movimentação, Macedo foi novamente o último a ser apanhado pelo pelotão e cumpriu o objetivo de amealhar pontos suficientes para empatar com Maté. Apesar da igualdade pontual, João Macedo leva a melhor porque tem mais primeiros lugares nas contagens de categoria mais elevada realizadas até agora. Depois de Diogo Narciso, a Credibom/LA Alumínios/Marcos Car recuperou a camisola com Macedo a tornar-se “Rei da Montanha”.
Outras trocas de camisolas
A tirada entre Estremoz e Castelo Branco trouxe várias alterações. Às já citadas classificações da Montanha Camisola às Bolinhas Azuis Europcar e Amarela Continente, também a Laranja Galp dos Pontos passou a ter novo dono. Neste caso o vencedor do dia, Daniel Babor, o mais regular em prova. Dos líderes das várias classificações, o único corredor que conseguiu começar e terminar com a mesma cor, apesar de envolvido numa queda, foi o espanhol Pablo Garcia (Bai/Sicasal/Petro de Luanda), o líder da juventude, Camisola Branca Jogos Santa Casa.
Euskaltel/Euskadi comprometida com a Montanha
A ProTeam espanhola é conhecida pelo ciclismo de ataque e pelos corredores que ganham etapas e classificações da montanha. Luís Ángel Maté é um exemplo. Trata-se do segundo homem mais velho em prova com 39 anos.
Nesta quarta etapa, mesmo com o companheiro Unai Iribar na fuga, a equipa decidiu que era hora de impor ritmo no pelotão e levar Maté aos pontos da montanha. Acabaria por perder a camisola para João Macedo, mas a verdadeira montanha ainda está por chegar.
Estreia de Mação com Torre à Vista
Esta segunda-feira a alta montanha chega à 84ª Volta a Portugal Continente e poderá começar-se a escrever já uma nova história desta edição. A 5ª etapa vai começar em Mação, vila da Beira Baixa que nunca esteve na prova e que se estreia exatamente no dia em que a corrida começa a selecionar os candidatos à vitória.
De Mação à Covilhã (Torre) correm-se, a partir do meio dia, 184,3 quilómetros com Metas Volantes bonificadas no Sardoal, Oleiros e na passagem pela Covilhã, antes da subida final para o ponto mais alto do território continental português.
A meta na Serra da Estrela, a coincidir com contagem de Montanha de Categoria Especial, vai dominar as preocupações dos protagonistas que não podem perder terreno para os adversários se quiserem estar na discussão da Volta, mas antes será haverá dois prémios de montanha quase seguidos, Portela (4ª Cat.) e Orvalho (3º Cat.) a 75 quilómetros da chegada.