Paulo Moreiras deixa comando dos Bombeiros de Campo Maior

Paulo Moreiras já não é comandante da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Campo Maior.

O também antigo 2.º comandante nos Bombeiros Voluntários de Elvas cessou ontem, 31 de dezembro, as suas funções.

Através das redes sociais, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Campo Maior agradece “o contributo” e deseja “as maiores felicidades na nova etapa” a Paulo Moreiras. O comando da corporação fica agora assegurado pelo comandante em substituição Nuno Cunha, revela ainda a instituição.

De recordar que Paulo Moreiras foi nomeado comandante dos Bombeiros de Campo Maior a 15 de novembro de 2021, pelos órgãos sociais da Associação Humanitária campomaiorense e devidamente homologado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, assumindo as funções no dia 24 do mesmo mês e substituindo no cargo Miguel Carvalho.

Ano de 2023 arranca com aumento de preços desde a eletricidade ao pão

Com a entrada neste novo ano, e como já se esperava tendo em conta a inflação, são vários os aumentos previstos, desde o pão ao gás e eletricidade.

No que diz respeito à eletricidade o preço vai aumentar 1,6%, este mês, para quem está em mercado regulado; já no mercado liberalizado, a EDP Comercial anunciou que vai aumentar cerca de 3%, em média, o valor da fatura da eletricidade; por sua vez, a Endesa prevê manter o valor global das faturas de eletricidade dos clientes em 2023; a Iberdrola informou que a fatura de eletricidade dos clientes vai descer, em média, 15% em 2023; já a Galp vai reduzir as faturas da eletricidade em cerca de 11%, em média, a partir do início de 2023, exceto taxas e respetivos impostos, que são fixados pelo Estado.

Já a fatura do gás natural vai aumentar, a partir deste mês, cerca de 3%. Quanto às portagens vão aumentar 4,9%.

As rendas da casa só poderão subir, até 2%, depois de o Governo ter publicado uma lei nesse sentido, em Diário da República.

Relativamente à alimentação e, sobretudo ao preço do pão volta a subir este ano, em função do aumento dos custos das matérias-primas e da energia, mas também impactado pela atualização do salário mínimo nacional.

D. Francisco Senra Coelho recorda Papa Bento XVI como o “colaborador da verdade”

O Papa emérito Bento XVI morreu este sábado, 31 de dezembro, aos 95 anos. Num longo texto, enviado às redações, o arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, recorda-o como o “colaborador da verdade”.

O texto do arcebispo para ler na íntegra:

“1 – Todo o Povo de Deus que peregrina por terras alentejanas e ribatejanas, neste extenso território que constitui a Arquidiocese de Évora, bem como muitos homens, mulheres e jovens que não se identificam como Cristãos Católicos, mas são pessoas íntegras e de boa vontade, unimo-nos neste último dia do ano 2022 para louvar a Deus pelo dom da vida, da vocação e do ministério concedido ao saudoso Papa Bento XVI, falecido hoje pelas 9.35 horas locais, para viver o encontro com o Bom Pastor, que como a Pedro o chamou e ordenou: “Vem e segue-me, farei de ti pescador de homens” (Mt. 4, 18-22), a fim de receber a coroa da glória, ele que soube servir como Homem Justo a causa da tolerância e da Paz e soube sempre apresentar Cristo como alicerce e coroa da humanização, junto dos mais pobres e dos sem voz.

Hoje, Sábado, Memória do Papa da Liberdade da Igreja, S. Silvestre I, último dia do ano 2022, como pastor fiel, Bento regressou da grande contenda à Casa do Pai. Paz à sua alma! Honra e Glória ao Vencedor da morte e Senhor da Vida e dos Vivos! Aleluia!

2 – Joseph Aloísius Ratzinger foi eleito sucessor de Pedro na Cátedra de Roma a 19 de Abril de 2005, contava 78 anos e escolheu como nome Bento, XVI, na sequência do Papa que acompanhou a primeira Guerra Mundial e sob cujo pontificado aconteceram as Aparições de Fátima, Bento XV. A fumaça branca saiu da chaminé da Capela Sistina quando eram 17.40 horas locais.

No dia 24 de Abril tomou posse da Diocese de Roma, a sede onde Pedro deu o testemunho supremo do martírio, afirmando-se discípulo de Cristo, seu Senhor, dia 28 de Fevereiro de 2013. Como Papa, manteve o lema do seu episcopado: “Colaborador da Verdade”.

3 – Ordenado Presbítero conjuntamente com seu irmão George, a 29 de Junho de 1951, pelo Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique, em 1952 iniciou a sua actividade docente na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Frisinga. Aí, leccionou Teologia Dogmática e Fundamental. Em 1953, defendeu como tese doutoral o argumento “Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de S. Agostinho”. A fim de obter habilitação para docência em cátedra, apresentou a dissertação “A Teologia da História em São Boaventura”. A partir de 1969, passou a ser Professor Catedrático de Teologia Dogmática e História do Dogma na Universidade de Ratisbona. No II Concílio Ecuménico do Vaticano, foi “peritus” do Cardeal  de Colónia, Josef Frings. Perante algumas situações difíceis no diálogo teológico pós-conciliar, no ano de 1972, Joseph Ratzinger fundou a revista “Communio”, conjuntamente com Urs von Baltasar (1905-1988) e Henri de Lubac (1896-1992).

A 25 de Março de 1977, o Papa S. Paulo VI nomeou o autor da obra “Introdução ao Cristianismo”, Arcebispo de Munique e Frisinga, elevando-o a cardeal no consistório do mesmo ano, reunido a 27 de Junho. Em 1981, o Papa S. João Paulo II escolhe o Arcebispo Ratzinger para Prefeito do Dicastério da Doutrina da Fé. A 19 de Abril de 2005, é eleito sucessor de S. João Paulo II, sendo o 265º Papa da História da Igreja. Desde 2016, com a morte com a morte do Cardeal Paulo Evaristo Arns, era o último cardeal vivo criado pelo Papa Paulo VI.

4 – Nesta hora de luto iluminado pela Esperança Cristã, sentimos e agradecemos o valor da estabilidade que a serenidade deste Pastor nos oferecia a todos. Era uma companhia tão silenciosa quanto presente, uma espécie de reserva moral testada e confirmada pela preciosidade da sua sabedoria.

Perito em Humanidade, iluminava as mentes e os corações com racionalidade da Fé e com a proximidade da ternura de Deus aos vazios humanos. Profundamente conhecedor do Ocidente e da Europa doentes, encetou o diálogo Fé – Cultura através das promissoras e inacabadas iniciativas “Átrio dos Gentios”. Fica para sempre registado o seu abraço ao saudoso gigante do cinema Manuel de Oliveira no contexto do seu encontro com a Cultura realizado em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, quando da sua visita pastoral a Portugal em 2010, por ocasião da celebração dos dez anos da canonização dos Pastorinhos Francisco e Jacinta Mário, talvez a visita pastoral que mais marcou o seu pontificado.

As inesquecíveis celebrações litúrgicas vividas em Lisboa, Fátima e Porto, fizeram o encanto do nosso povo, que percebeu quão diferente era o homem Bento XVI, ao vivo, daquele que lhe pintavam os fabricantes de opinião pública. A visita de Bento XVI a Portugal foi uma festa e um gratificante encontro de muitos “afastados” com a Igreja. Afinal os verdadeiros sábios são os únicos a saberem falar dos grandes temas complexos e exigentes da vida com linguagem acessível e compreensível a todos.

Papa de Fátima, não só quando como cardeal Prefeito do Dicastério da Doutrina da Fé interpretou o Terceiro Segredo de Fátima, mas como quando, no Santuário de Fátima, com a revelação do Terceiro Segredo, nos afirmou que a mensagem de Fátima e o segredo continuavam actuais, em aberto e a ajudar a iluminar os novos tempos.

Apreciador de Mozart e seu intérprete ao piano, dizia que não o apreciava e executava apenas por motivos artísticos, mas sobretudo antropológicos: “A música de Mozart encerra todo o drama humano.” Foi esse Papa que ele tocou e compreendeu muitas vezes, iluminando-o com a Luz do Evangelho. Foi desse drama que saiu vencedor, quando com toda a Liberdade Interior a 28 de Fevereiro de 2013, perante o reconhecimento das suas limitações humanas abdicou do exercício do ministério petrino ao renunciar à Diocese de Roma.

5 – Unidos ao nosso amado Papa Francisco, acompanhemos com compromisso o seu magistério sobre os seus ensinamentos sobre a vida e obra do Papa Teólogo, bem como os seus apelos e convites à oração pessoal e comunitária por Bento XVI. Que as Paróquias incluam em todas as celebrações Eucarísticas ou da Palavra uma prece pelo eterno descanso do Papa Emérito e que no dia das suas Exéquias Fúnebres, nas Paróquias onde for possível seja oferecida a Celebração da Eucaristia em sua intenção.

6 – Nas comunidades onde é tradicional, no dia e na hora do início das suas exéquias, podem ser dobrados pelo Papa Bento XVI, os sinos “em memória de Defuntos”.

Évora, 31 de Dezembro de 2022

+ Francisco José, Arcebispo de Évora”

GNR regista quatro mortos e 11 feridos graves durante Operação Ano Novo

Imagem: GNR de Évora

No decorrer da Operação Ano Novo, a GNR registou 555 acidentes em todo o país, dos quais resultaram quatro vítimas mortais, 11 feridos graves e 106 feridos leves, entre quinta-feira, 29 de dezembro, e as 7h30 deste domingo, dia 1 de janeiro.

Em comunicado enviado às redações, a Guarda explica que duas das vítimas mortais derivam de uma colisão entre um veículo ligeiro de passageiros e um motociclo, na EN 374, em Bucelas, Lisboa, na sexta-feira. Também na sexta-feira uma outra colisão entre dois veículos ligeiros de passageiros, na EN 398, em Moncarapacho, Faro, resultou num morto. A quarta vítima mortal resultou de um despiste de um veículo ligeiro de passageiros, na A28, na Póvoa de Varzim, na manhã de ontem.

A GNR fiscalizou 23.360 condutores, dos quais, 193 conduziam com excesso de álcool e, destes, 101 foram detidos por conduzirem com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l. Foram ainda detidas 65 pessoas por conduzirem sem habilitação legal.

Das 5 427 contraordenações rodoviárias detetadas, a GNR destaca 1530 por excesso de velocidade, 357 por falta de inspeção periódica obrigatória; 172 por falta ou incorreta utilização do cinto de segurança e/ou sistema de retenção para crianças;  96 por uso indevido do telemóvel no exercício da condução; e 138 por falta de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

Durante a operação, que decorre até amanhã, 2 de janeiro, a GNR irá continuar a priorizar a fiscalização às seguintes infrações: condução sob a influência do álcool e de substâncias psicotrópicas; excesso de velocidade; falta de inspeção periódica obrigatória; manobras perigosas; incorreta execução de manobras de ultrapassagem, de mudança de direção e de cedência de passagem; e utilização indevida do telemóvel.

Arcebispo de Évora lembra 2022 como o ano de regresso da guerra à Europa

2022 foi um ano de muito sofrimento, marcado, sobretudo, pelo regresso da guerra à Europa. O Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, na esperança que 2023 seja um ano melhor, lembra, entre outros, que temos vindo a assistir à deterioração das condições económicas básicas, em consequência da guerra, e às mortes de crianças e populações indefesas, também, devido ao frio e à fome.

“Percebendo nós o grito da Terra e dos pobres, através da pandemia de SARS-CoV-2, da trágica guerra na Ucrânia, com cruéis desumanidades e previsto agravamento do sofrimento com mortes de crianças e populações indefesas, inclusivamente pelo frio e pela fome; sentindo-se por toda a Casa Comum a deterioração das condições económicas básicas, derivadas deste e de outros conflitos que agudizam o empobrecimento e a miséria dos mais frágeis e sem voz do nosso planeta; constatando-se a constante agudização das condições climatéricas com graves e irreversíveis riscos de danos para todo o planeta, nomeadamente ao nível do desaparecimento de espécies criadas por Deus na beleza da biodiversidade; sofrendo o nosso País o revés golpe do retrocesso civilizacional que significa a pretensa aprovação da eutanásia e da morte assistida; experimentando nós a desertificação populacional do mais extenso território diocesano de Portugal, com a perca de 14.282 pessoas no distrito de Évora e de 23.239 habitantes no território da Arquidiocese, constituído por 24 concelhos centro alentejanos, alto alentejanos e ribatejanos”, diz o Arcebispo.

“Porque tudo começa no coração de cada homem, de cada mulher e de cada jovem urge partilhar a luz de Cristo com todos os Irmãos, eis a nossa missão! Seja-me permitido lembrar os nossos queridos irmãos idosos, dos quais 44.511 foram sinalizados como sobreviventes à solidão ou ao isolamento. Fixemo-nos no nosso distrito de Évora onde 2924 idosos aguardam gestos de procura, de encontro e de presença, compromisso, promoção humana, ternura, carinho e os diversos apoios necessários às suas idades. Sinais dos tempos a pedir-nos que ultrapassemos as barreiras do egoísmo individualista e nos encontremos com a raiz desta solenidade em que Deus se faz homem para que os homens sejam filhos de Deus e irmãos entre si”, remata.

Paulo Moreiras espera que as entidades externas olhem para os Bombeiros “de outra forma”

Chegou o novo ano e com ele novos desafios para instituições, autarquias e para a população em geral. 

O maior desejo para o comandante dos Bombeiros de Campo Maior, Paulo Moreiras, é que, neste novo ano, “as entidades externas” às corporações, como poder local, populações e coletividades, olhem para os soldados da paz de uma outra forma, “não reconhecendo o seu valor apenas quando têm necessidade dos seus serviços e do seu socorro”.

Paulo Moreiras lembra ainda que as associações humanitárias de bombeiros voluntários e os seus quadros ativos estão “disponíveis e presentes 365 dias por ano, na maior parte das vezes, à distância de um único telefonema”.

Não prevendo tempos fáceis, “quer pelas carências de voluntariado, quer pelas indisponibilidades das próprias pessoas”, Paulo Moreiras diz ainda que o maior desafio será de “manter o espírito de humildade e reconhecimento”.