Uma largada de pombos, numa alusão à paz, bem como a iluminação de um laço azul, no Castelo de Campo Maior, marcaram o início do mês da prevenção dos maus-tratos na infância, que teve a sua abertura oficial esta terça-feira, 5 de abril, no Centro Interpretativo da Fortificação Abaluartada.
A sessão contou com declamação de poemas alusivos a esta temática, por parte de dois alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, seguindo-se um momento musical com Roberto Cabral e Catarina Pereira.
Para Francisca Russo, presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Campo Maior, a entidade organizadora da iniciativa, este dia “é o arranque de toda uma programação para este mês e abril, porque a CPCJ teve a preocupação de envolver as crianças e jovens”, considerando que, estes devem ser envolvidos nas tomadas de decisão e “serem eles o veículo de tomada de transmissão para iniciativas de proteção, prevenção e intervenção, na sociedade”.
Os maus tratos a crianças e jovens, depois da pandemia, aumentaram, principalmente aqueles que estão relacionados com violência doméstica. Questionada sobre o que ainda falta fazer, Francisca Russo afirma que, “infelizmente, muita coisa e, nesta altura não deveríamos estar a assinalar a prevenção dos maus-tratos, porque era sinal de que estas situações estavam erradicadas, mas se houver conjugação de todas as entidades de primeira linha, como escolas, centros de saúde, entre outros, são eles que, no terreno, podem fazer ações de prevenção e evitar que as situações não cheguem à CPCJ”.
Presente na sessão de abertura esteve também o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, que espera que, este, “seja um mês de prevenção e de erradicação, pleno de atividades por parte da CPCJ e, nas quais o município é parceiro”. Rosinha considera que abril “deve ser um mês de consciência, devemos olhar para o laço azul e termos presente a erradicação dos maus-tratos na infância”.
O envolvimento da comunidade, bem como o trabalho em equipa, entre todas as entidades é fundamental, revela ainda Luís Rosinha. “A CPCJ tem a sua forma de atuação, mas nós, enquanto comunidade, devemos estar, de forma atenta e comunicativa, com aquilo que é o trabalho da CPCJ, seja um mero alerta ou comportamento desviante, e comunicar”.
“Esta é uma sinergia conjunta em que tem que existir a capacidade da CPCJ, do município e de toda a comunidade, em geral”, acrescenta o presidente da Câmara de Campo Maior. A seu ver, “é muito importante este trabalho de equipa, porque se não for feito em equipa, não terá os devidos frutos”.
Já João Cruz, presidente da Associação de Estudantes da Secundária de Campo Maior, revela que este mês aborda “um assunto muito importante” e, apela aos alunos que caso saibam de alguém ou, se eles próprios, passam por algo deste género, “devem comunicar connosco porque se nos calamos estas situações vão continuar a acontecer”, caso contrário, diz, “se não nos calarmos vamos conseguir ultrapassar este problema”.
Depois da sessão de abertura oficial do mês da Prevenção dos Maus-tratos na infância houve ainda a entrega de laços azuis, em tamanho grande com o objetivo de serem colocados em estabelecimentos de ensino, bem como instituições públicas.