De 24 a 30 de janeiro, decorre a primeira Satsanga Week, que tem ofertas e descontos exclusivos para usufruir nos Satsanga Spa & Wellness dos hotéis Vila Galé.
Todas as marcações de massagens ou tratamentos Satsanga feitas durante a Satsanga Week terão 10% de desconto. Há ainda a oferta adicional de uma experiência à escolha entre massagem de rosto, massagem de pedras quentes nas costas ou esfoliação de pés.
Também os vouchers para momentos de spa adquiridos entre 24 e 30 de janeiro terão uma redução de 10%. Os preços finais serão, respetivamente, 63 e 108 euros, sendo que neste caso, a validade é de um ano após a data de compra. São, por isso, ideais para usar mais tarde ou oferecer. Estes vouchers podem ser comprados em qualquer hotel Vila Galé em Portugal, ou solicitados através do preenchimento de um formulário disponível no site e posterior envio por correio.
Atualmente, as massagens e tratamentos dos Satsanga Spa & Wellness estão disponíveis em todos os hotéis Vila Galé exceto Vila Galé Porto Ribeira. Os menus estão disponíveis na plataforma online My Vila Galé. Recentemente, os Satsanga Spa & Wellness foram distinguidos com o prémio internacional de “Most Active Hotel Spa – Europe” pela sua participação no World Wellness Weekend, um evento global de saúde e bem-estar, que inspira pessoas de todo o mundo a fazerem escolhas mais saudáveis e desfrutar de um estilo de vida ativo.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera decretou, para este fim-de-semana, um período de aviso amarelo de frio, entre as zero horas de sábado, dia 22, e as 11 horas de domingo, 23 de janeiro.
A Direção-Geral da Saúde recomenda a todos os cidadãos a adoção das seguintes medidas: que se evite a exposição prolongada ao frio e as mudanças bruscas de temperatura; o uso de várias camadas de roupa, folgada e adaptada à temperatura ambiente; a proteção das extremidades do corpo (usando luvas, gorro, meias quentes e cachecol); a ingestão de sopas e bebidas quentes, evitando o álcool que proporciona uma falsa sensação de calor; especial atenção com a proteção em termos de vestuário por parte de trabalhadores que exerçam a sua atividade no exterior, e evitar esforços excessivos resultantes dessa atividade.
De acordo com as indicações do Ministério da Saúde, a modalidade Casa Aberta encontra-se disponível, este fim-de-semana, dias 22 e 23 de janeiro, para a vacinação contra a COVID-19 ou contra a Gripe de utentes com idade igual ou superior a 60 anos.
São elegíveis para a dose de reforço no regime de Casa Aberta os utentes que não tiveram Covid-19 e já completaram o esquema vacinal há pelo menos 180 dias.
A ULSNA, EPE informa que a vacinação do Distrito de Portalegre decorrerá, em Elvas, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas, sábado e domingo; em Ponte de Sôr e Portalegre, no sábado, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas; em Avis, Castelo de Vide e Nisa, no domingo, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas e em Marvão, no mesmo dia, terminando às 16 horas.
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A população com idade igual ou superior a 60 anos, residente nos restantes Concelhos, poderá deslocar-se a qualquer um dos concelhos onde haverá vacinação sem necessidade de marcação prévia.
As populações pertencentes aos grupos especiais elegíveis para vacinação poderão deslocar-se a qualquer um destes concelhos em regime de Casa Aberta.
Se tiver dúvidas sobre se está abrangido pelos grupos elegíveis para vacinação dirija-se a um destes Centros de Vacinação.
No alto dos seus mais de 70 anos, João Carapinha é uma das 58 pessoas que habita, hoje, em Ouguela: uma aldeia histórica, de Campo Maior, que, de alguma forma, parece esquecida e parada no tempo, onde não há nada, para além de ar puro, património militar, uma bonita paisagem, um verdadeiro sentimento de paz de espírito e gente simpática e acolhedora, que na sua maioria, já carrega aos ombros muitas décadas de vida.
Depois de 30 anos no Algarve, João decidiu voltar à terra onde tem as suas raízes para gozar da sua pequena reforma, juntamente com a mulher, até porque, dado os baixos rendimentos, não tinham como continuar fora da terra que os viu nascer, onde têm também habitação própria. Já a filha do casal acabou por se fixar em Lisboa, uma vez que, segundo João, pessoas com a mesma idade, ainda jovens e no ativo, não têm como viver e trabalhar em Ouguela. No seu tempo, e até ir para o Algarve, este homem trabalhou sempre na agricultura.
Vindo de mais longe que João, também Augusto Encarnação regressou a Ouguela, há cerca de quatro anos, depois de 45 em França, onde deixou filhos e netos, mas onde regressa regularmente. Aqui, Augusto e João são, diariamente, a companhia um do outro. Para além das voltas que dão pela aldeia, todos os dias, improvisaram uma esplanada, onde, em dias de sol, jogam às cartas e bebem o seu copo de vinho.
E só mesmo a companhia uns dos outros para que o tempo custe menos a passar em Ouguela. Aqui, não há um café, uma mercearia e a rede, nos telefones, não é muita. Internet, nem sinal dela. De jovens e crianças, também não. Mas esta terra já teve muitas crianças. A escola, recorda outra das habitantes desta pequena aldeia, Graça Amiguinho, chegou a ter as suas duas salas completamente cheias. “Vinham as crianças dos montes, as duas salas que temos ali abaixo não chegavam e a professora ainda tinha de dar aulas na sala de espera”, conta, assegurando que, aqui, “havia muita vida”.
A missa aos sábados, revela esta mulher, é das poucas coisas que ainda acontecem em Ouguela, sendo que, para fazer as compras, precisa de se deslocar sempre a Campo Maior. Felizmente, o marido tem carro e facilmente vão à até vila. O mesmo não podem dizer pessoas mais velhas que Graça, apesar da ajuda da Câmara e da Junta de Freguesia de São João Batista, nesse sentido, ao disponibilizar transporte.
Nascida e criada em Ouguela, e apesar das saídas com a família para França e Campo Maior, é em Ouguela, onde esta mulher passará, ao que tudo indica, o resto da sua vida. “Nasci, cresci e casei aqui. Estive quatro anos em França, mas não nos demos lá bem, porque tinha uma criança deficiente, viemos embora para Portugal outra vez, fomos para Campo Maior. Tivemos um táxi, mas o táxi também não deu, e voltamos para aqui outra vez, a fazer regadios e a colher azeitona”, explica.
Manuel Molano, outro dos habitantes desta aldeia, com idade avançada, e já sem a companhia da mulher, teve de aprender a fazer tudo sozinho. “Sempre aqui vivi, nasci aqui e aqui hei de morrer”, garante, recordando que “só os velhos” continuam em Ouguela, de onde não sai desde que a pandemia surgiu nas nossas vidas. “Se me faz falta alguma coisa, peço aos meus filhos e eles vêm-me trazer”, conta ainda, explicando que os dois filhos vivem em Campo Maior e a filha em Fronteira. Na sua juventude, recorda Manuel, Ouguela tinha duas tabernas, duas mercearias e muita vida. Agora, só mesmo os espanhóis, que todos os fins de semana, animam a aldeia, por mais que, depois de visitada a aldeia, rapidamente se vão embora. “Nem um sítio para lhes vender uma garrafa de água aqui há”, lamenta.
A verdade é que o potencial de Ouguela, sobretudo turístico, tem merecido o reconhecimento de muitos. E é precisamente da necessidade de dar outras condições a quem visita a aldeia, para além de se procurar, por outro lado, inverter o processo de despovoamento de Ouguela, que, juntamente com a Câmara de Campo Maior e a Junta de Freguesia de São João Batista, a AVOAR, a Associação para a Educação Artística e as Literacias, liderada por Rui Andrade, decidiu apostar tudo numa candidatura ao programa Bairros Saudáveis, tendo visto a mesma aprovada e financiada em quase 48 mil euros, provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência, do Fundo Ambiental e do Ministério da Saúde.
Esta associação, sediada em Castelo que Vide, que faz agora quatro anos, conseguiu já adquirir o estatuto de Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento, tendo como objetivo fulcral a literacia para todos, não só a nível regional ou nacional, mas no mundo inteiro.
E foi numa visita a Ouguela, há cerca de três anos, e com o propósito de ajudar no desenvolvimento de um percurso pedestre que Rui Andrade se apaixonou por esta localidade. Para avançar com este novo projeto, o ponto de partida estava dado, até porque, para além de todo o potencial, Ouguela tem vários espaços recuperados e, segundo diz, “em condições”. O projeto, que tem o nome de “Ouguela ConVida”, parte de uma conversa com os habitantes, numa primeira fase, para que a AVOAR conseguisse perceber o que estas pessoas pretendem para a sua terra e dotá-las de um conjunto de ferramentas. Esse trabalho de capacitação e empoderamento, que teve em início em novembro de 2021 e que se estende até agosto deste ano, é levado a cabo por uma dúzia de artistas e técnicos, sendo que, de acordo com Rui Tavares, tudo depende dos habitantes de Ouguela e da sua vontade em levar este projeto por diante.
Da lista de objetivos deste projeto constam, entre outros, a produção de um livro, assim como de vários pequenos documentários, instrumentos que, acima de tudo, têm como fim atrair pessoas até à aldeia. Pretende-se também que as pessoas, em Ouguela, descubram que serviços podem prestar à comunidade. Entretanto, a AVOAR efetuou um pedido de apoio institucional à UNESCO e à Entidade Regional de Turismo do Alentejo, sendo que de ambas recebeu uma resposta positiva, para a divulgação online dos materiais promocionais do projeto. Com o desenrolar do projeto, Ouguela será ainda integrada em duas rotas turísticas.
O objetivo é terminar este projeto, em agosto, com uma festa, em que será, entre outros, apresentada uma performance protagonizada pelos habitantes da aldeia.
Segundo o presidente da Câmara de Campo Maior, Luís Rosinha, este projeto surge, também, no seguimento das intervenções que têm vindo a ser feitas no património de Ouguela, como a Praça de Armas e as muralhas que cercam a aldeia. “Candidatámo-nos a fundos europeus para fazer a reabilitação da Praça de Armas, tanto como uma parte da muralha de Ouguela, sendo que as verbas a que nos podíamos candidatar não podiam contemplar que toda a muralha fosse feita”, revela o autarca. “Continuamos a trabalhar e, neste momento, estamos em condições de fechar todo o procedimento relacionado com a muralha de Ouguela e dando aqui uma perspetiva de visita muito interligada com a uma possível visita à Fortificação de Campo Maior, termos também aqui um ponto de ligação com Ouguela, até porque Ouguela, por si só, tem caraterísticas fantásticas, do ponto de vista da observação da natureza, os caminhos pedestres. Aqui, existe uma série de potencialidades por explorar”, adianta.
Com os equipamentos e infraestruturas de Ouguela a ficarem prontos, aos poucos, garante Luís Rosinha, é necessário capacitar e incentivar a população, no sentido de dar a esta aldeia uma nova vida. No final de contas, diz ainda, o importante é que se perceba que, em Ouguela, “existe dinâmica”, pelo que se espera que se consiga levar os visitantes a usufruir das potencialidades e do património da aldeia.
Com o trabalho a ser desenvolvido pela AVOAR, a população de Ouguela “vai ganhar capacidade de influenciar o próprio futuro”, um futuro que se quer “mais ambicioso”, garante, por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de São João Batista, Miguel Tavares. Contudo, lembra, Ouguela, hoje despovoada e com uma população maioritariamente idosa, chegou a ter entre 500 a 600 habitantes. Vivendo, há muitos anos, na base da agricultura, esta aldeia não é agora, nem há muito tempo, “apetecível para os jovens”.
A aposta em Ouguela, diz ainda Miguel Tavares, depois de cerca de 20 anos sem qualquer investimento, chegou, com a disponibilização de recursos e a luta pelos financiamentos, por altura do primeiro mandato de Ricardo Pinheiro, ao leme da Câmara Municipal de Campo Maior. O presidente da junta não esconde que há vários problemas na aldeia, mas que, por exemplo, não é possível desapropriar, para se depois se recuperar as habitações degradadas que se encontram espalhadas por Ouguela.
Entretanto, conseguiu-se já instalar um serviço de internet naquele que vai ser o centro comunitário de Ouguela, a ser brevemente inaugurado, no antigo posto de saúde da aldeia, e toda a ajuda tem sido prestada à população, dentro das possibilidades. Ouguela, recorda ainda, chegou a ser considerada a primeira Aldeia dos Sonhos, pela INATEL. Muito recentemente, foi iluminada com uma estrela de Natal da Missão Continente.
E sem adiantar grandes pormenores, Vanda Portela, do atual executivo da Junta de Freguesia de São João Batista, revela que um negócio irá mesmo nascer, muito em breve, em Ouguela. “Tentámos dinamizar a parte comercial e incentivar a que existisse algum tipo de negócio, um café, qualquer coisa”, revela, por mais que se saiba que “é difícil”. “Já está previsto e a iniciar-se um projeto que se enquadra, perfeitamente, naquilo que nós pretendíamos e que vai permitir ao proprietário ter lucro com o negócio. Vamos ajudar em tudo que seja possível para que tenha sucesso”, assegura.
Para que Ouguela tivesse mais vida e atividade, desejo antigo da Junta de Freguesia de São João Batista, garante Vanda Portela, foi com muito gosto que o atual executivo, juntamente com a Câmara, abraçou este projeto da AVOAR. O antigo posto médico da aldeia mais que espaço comunitário, vai acabar por servir como um elo de ligação entre todas as parcerias que a Junta de Freguesia e a Câmara de Campo Maior têm estabelecido, ao longo dos anos.
Em todo o país, 246 projetos foram aprovados para financiamento ao programa Bairros Saudáveis, num total de 752 candidaturas, 27 dizem respeito à região Alentejo, apenas dois, incluindo este de Ouguela, no Alto Alentejo.
A reportagem completa para ouvir no podcast abaixo: