Os operadores imobiliários tiveram de fechar portas, durante algum tempo, devido aos confinamentos, e reduzir as visitas a imóveis quase a zero. Mas a verdade é que os negócios continuaram a acontecer e até houve quem comprasse casa, vendo-a apenas através de uma simples visita virtual.
Com a pandemia, segundo Sónia Branco, da imobiliária Duplex, em Elvas, registou-se uma mudança na procura de imóveis, com o espaço exterior a ganhar uma outra importância para quem quer comprar casa. “Há uns tempos atrás, as pessoas não valorizavam o espaço exterior”, começa por dizer, assegurando que houve “muita gente a querer vender apartamentos, sem varanda”, para comprar ou um apartamento ou uma moradia com “um bocadinho de quintal”.
Com o teletrabalho obrigatório e os períodos de confinamento, não foram apenas as pessoas da região que quiseram mudar de casa, mas também oriundas de outras partes do país. “Há pessoas, de fora, a querer vir para o Alentejo”, garante a agente imobiliária, que refere ainda que, antes da pandemia, essa procura já existia, mas “não com uma percentagem tão grande”.
No concelho de Elvas, garante Fátima Ouro, a outra sócia-gerente da imobiliária, tem havido muita procura, sobretudo de pessoas de fora, por quintas ou moradias, com quintais grandes, não só na cidade, como nas aldeias.
Nas freguesias, garante Sónia Branco, a procura é agora maior, devido aos preços. “A mesma casa em Elvas custa o dobro que numa freguesia e uma freguesia não fica assim tão longe. Pode ficar a dez quilómetros, o que aqui representa dez minutos, não é como em Lisboa”, lembra ainda, assegurando que, aos poucos, as várias aldeias do concelho já vão quase sendo como “bairros” da cidade de Elvas.
A pandemia veio mudar por completo a forma de atuação do agente imobiliário, sendo que a tecnologia veio possibilitar a continuidade da atividade. As vendas à distância acabaram por ser uma realidade, num mercado que, tendo em conta a situação, se alterou em diversos aspetos. O setor, ainda assim, tem resistido à crise e tem crescido, tendo-se registado, no ano passado, um aumento exponencial do número de mediadoras imobiliárias existentes no país.