O Dia Mundial do Braille assinala-se hoje, 4 de janeiro, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância do braille como meio de comunicação na plena realização dos direitos humanos para pessoas cegas e com deficiências visuais.
O Braille é uma ferramenta essencial no contexto da educação, liberdade de expressão e opinião.
Maria do Céu Lica tem 61 anos e ficou cega aos 50 anos. Esta funcionária do IEFP fez formação em Braille para manter o emprego e conseguir ter uma vida normal. “Vi-me obrigada a ir fazer formação em algumas áreas para dar continuidade à minha vida e reunir ferramentas para poder continuar a trabalhar e sentir-me realizada. Gostei imenso do contacto com o Braille, tenho uma máquina de Braille em cima da secretaria e para pequenos apontamentos como um número ou uma frase solta registo na minha máquina Braille”.
Maria do Céu destaca a importância do Braille para as pessoas com deficiência visual. “É muito importante o Braille, porque apesar de haver atualmente muita tecnologia ao dispor dos cegos, o contacto com as letras e a formação das palavras, da forma como elas são escritas para depois serem faladas é muito importante”, portanto “o Braille nunca será extinto nem passado pelas novas tecnologias”, porque apesar de existirem smartphones e computadores que permitem gravar, o contacto com a escrita é feito pelo Braille.
O Braille permite ler livros e ter contacto com uma escrita, algo que para Maria do Céu é muito importante. “Eu pessoalmente utilizo, gosto de ler, tenho livros em áudio e tenho livros em Braille. Os livros em Braille permitem-me ficar a pensar mais nas frases, porque enquanto o áudio segue e tenho que voltar a trás para ouvir mais uma frase, no Braille estou ali em contacto com os dedos”.
O Braille é uma representação tátil de símbolos alfabéticos e numéricos usando seis pontos para representar cada letra e número, e até mesmo símbolos musicais, matemáticos e científicos. O uso do Braille permite a comunicação de informações importantes de e para pessoas cegas ou com deficiências visuais, garantindo competência, independência e igualdade.