Os dois feriados religiosos suprimidos em 2013 vão ser repostos este ano. Em causa estão o dia do Corpo de Deus, um feriado móvel, celebrado sempre a uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa (este ano, celebra-se a 26 de Maio), e o Dia de Todos os Santos, um feriado fixo, assinalado a 1 de Novembro.
O padre José António Gonçalves (na foto), das paróquias da Sé e Santa Luzia, em Elvas, considera esta medida muito favorável pois é uma oportunidade para os cristãos de celebrarem dois acontecimentos centrais no âmbito da Fé.
Ouvir aqui À Conversa Com
Na edição de hoje do À Conversa Com o pároco explica a simbologia destas duas datas: o feriado do Corpo de Deus é uma festa antiquíssima na Igreja e que começou no século 13, com um acontecimento, que ainda hoje continua a sensibilizar os cristãos, relacionado com a eucaristia. Numa localidade perto de Roma, um sacerdote ao celebrar a eucaristia teve dúvidas de Fé, se realmente no pão da eucaristia estaria presente o corpo e sangue de Jesus. No meio dessa dúvida, aconteceu um fenómeno miraculoso que foi o facto dessa hóstia se transformar em carne, de onde brotou sangue que empapou o corporal causando tamanha impressão em toda a comunidade civil e religiosa.
Já o feriado de um de novembro, ainda mais antigo que o do Corpo de Deus, surge com uma sensibilidade por parte da Igreja, no século terceiro aquando nas perseguições do Diocleciano, em que morriam por dia centenas de cristãos. Com tantos mártires a morrerem, os cristãos tiveram necessidade de ter um dia para celebrar cada um. E então começou a haver esta necessidade de comemorara a memória e o exemplo dos que nos deixaram o exemplo da sua Fé.
O pároco garante que, hoje em dia, vivemos num mundo muito materialista e o materialismo é a causa principal para o afastamento de Deus. Isto não significa que haja um apagamento da Fé. O que há é um desvirtuamento.