IPP avalia impacto da Covid-19 nas Organizações de Economia Social

ipportalegre_1.jpgInvestigadores do Instituto Politécnico de Portalegre em conjunto com o Politécnico de Setúbal desenvolveram o estudo “Economia Social no contexto Covid-19”.

O estudo teve por objetivo analisar a realidade e o impacto da covid-19, ao nível da economia social, nas instituições e IPSS do país, que trabalham nas diversas áreas, onde foram avaliados um conjunto de fatores, a nível financeiro, limitações atividade prestada, entre outros, explica Joaquim Mourato, coordenador do estudo no IPP.

A redução das contribuições devido ao cancelamento ou suspensão de serviços prestados pelas instituições originou uma quebra de receita nas IPSS, “mais de 80% das instituições inquiridas manifestou este problema, por outro lado uma parte significativa revela que aumentaram as despesas com aquisição de EPI, questões de isolamento, custos com pessoal adicionais, o que levanta um problema sobre a viabilidade económica e financeira destas instituições”, refere Joaquim Mourato.

Também 19% das instituições manifestou dificuldade em honrar pagamentos com prazos de liquidez imediata, e Joaquim Mourato explica que “é importante realçar que uma parte significativa das instituições que estão nesta situação dramática financeira, são da área da cultura e artes”. “Temos várias instituições que estão em risco de fechar ou prestar serviços em algumas valências, o que pode levar ao encerramento destas instituições nos próximos dois meses”.

Joaquim Mourato afirma que “esta situação é dramática”, porque numa altura em que o país, perante a Covid-19, todas estas fragilidades e desigualdades vêm à tona e torna-se mais relevante uma resposta social, uma vez que está em causa a continuidade de serviços.

O estudo adianta ainda que 23% das OES registaram dificuldades de comunicação com entidades públicas, nomeadamente, a Segurança Social e as Câmaras Municipais.

Por outro lado “os mecanismos de apoio extraordinário não chegaram às instituições, apenas 29% recorreram ou vão recorrer, e a maior parte ao lay off”. O responsável pelo estudo no Instituto Politécnico de Portalegre alerta de que “é necessário fazer algo mais para evitar que estas instituições encerrem portas”, e demonstra-se “feliz por o Governo depois de conhecer os resultados deste estudo ter apresentado um programa de apoio às IPSS e esperamos que outras medidas surjam para salvar esta área de intervenção fundamental”.

O estudo “Economia Social no contexto Covid-19” envolveu um universo de 557 Organizações da Economia Social, de todos os distritos de Portugal (incluindo regiões autónomas), através de um inquérito online realizado entre 27 de maio e 8 de julho de 2020 que permitiu conhecer a realidade destas organizações.