A partir de maio será proibido fumar em todos os locais públicos fechados. A informação foi avançada esta semana à RTP, pelo diretor-geral da Saúde.
Francisco George garante que as estimativas apontam para que 80 por cento do tempo diário dos portugueses é passado a respirar ar interior.
O diretor-geral da Saúde defende regras mais exigentes na qualidade do ar interior dos edifícios, pois os poluentes, principalmente o tabaco, são causa de morte prematura antes dos 70 anos e da prevalência de asma nas crianças.
Com a revisão da Lei do Tabaco, o bem para uns significa o mal de outros. A nossa reportagem foi conhecer a opinião de alguns dos proprietários de cafés, no centro histórico de Elvas, onde ainda se fuma.
Nicolau Carrilho, por exemplo, só acredita quando vir a lei publicada em Diário da República, lamentando todo o investimento que fez, para que, até então, os seus clientes pudessem fumar no seu estabelecimento. Quando apareceu a lei, para que se deixasse de fumar nas casas públicas dizia-se que nos estabelecimentos com menos de cem metros quadrados o proprietário podia dizer sim ou não; nessa altura eu disse que sim, apetrechei-me de uma extração devidamente adequada, explica Nicolau Carrilho. Agora quem é que me vai pagar estes prejuízos?, questiona-se.
Isidoro Raia não tem dúvidas de que a medida vai prejudicar em muito o negócio. Temos clientes que são fumadores, que gostam de beber um café, estar de conversa e a fumar o seu cigarro, conta. Com a medida, muitos clientes, garante Isidoro, vão deixar de frequentar o seu estabelecimento.
Já António Anjo alega que, caso a medida se venha a concretizar, as pessoas acabam por se habituar, sendo que os estabelecimentos podem nem sofrer grandes mazelas com isso. Anjo assegura que havia uma maneira simples de resolver o problema: bares para fumadores e bares para não fumadores.
Conceição Carvalho, apesar de proprietária de um café onde se fuma, concorda com a implementação da medida. Tenho clientes que deixaram de o ser porque se fuma aqui, fundamenta. Além disso, acrescenta, seria melhor para a saúde de todos.