Dívida do Estado impede situação mais estável nos Bombeiros de Campo Maior

João MonhoO presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, veio recentemente acusar o Governo de contribuir para a situação de falência técnica em que se encontram várias associações humanitárias, e reclamou o pagamento de dívidas que rondam os 44 milhões de euros.

A Rádio Campo Maior foi conhecer também a realidade da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Campo Maior, no sentido de perceber, em que medida foram lesados nas dívidas do Governo.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Campo Maior, também não foge à regra. João Monho, presidente da associação garante que “o nível de dívidas é semelhante ao de outras corporações”. No entanto, na corporação campomaiorense o “Estado não repôs dinheiro das despesas de combustível, relativas aos incêndios e não pagou os subsídios relativos à covid-19”. Relativamente ao valor, João Monho não quis falar em números certos, mas disse que “deve rondar os 9 mil euros, só na questão dos incêndios”, algo que, a ser pago, “dava um sustento diferente à corporação”.

Já no que às dívidas de hospitais diz respeito, João Monho refere que “os hospitais não devem dinheiro a esta associação, felizmente”, lembrando uma altura em que estavam atrasados, mas “neste momento as dívidas estão liquidadas” e dessa forma, “tem sido possível, por aí, ir pagando os salários aos funcionários”.

Tal como acontece com a corporação de Elvas, o que vai garantindo a situação financeira equilibrada, da corporação campomaiorense são “as ajudas do município e juntas de freguesia, sem isso, refere João Monho, “a associação tinha uma situação pior do que a que tem, neste momento as contas estão mais ou menos equilibradas, porque tem sido feito um grande esforço financeiro”, e caso não fosse essa ajuda poderiam mesmo “não conseguir pagar os ordenados”.

Se estas dívidas fossem regularizadas os bombeiros de Campo Maior estariam “numa situação mais favorável, até para comprar novos equipamentos, mas devia ser pago um valor justo e não simbólico como é pago na altura de incêndios”. João Monho considera ainda que “os Bombeiros deviam já ser considerados uma força nacional, paga pelo Estado, e não uma associação”.

João Monho diz que “as associações estão mal acompanhadas e que as distritais se deveriam juntar e pressionar o Governo para saldar estas dívidas”.