Famílias com taxa de esforço de 80% recorrem à DECO

Vania Traguedo DECOA taxa de esforço média das famílias sobreendividadas, apoiadas pela DECO desde início da pandemia, situava-se no final de setembro nos 80%.

De acordo com Vânia Traguedo (na foto), jurista na delegação de Évora da DECO, a maioria das famílias, “com um rendimento médio de 1100 euros, não consegue pagar os seus créditos. Temos que alertar porque estes 80 por cento de endividamento não contemplavam as moratórias atribuídas às famílias. Ou seja, não estavam a pagar os créditos abrangidos” por esta medida do Governo.

A jurista considera estes números bastante “alarmantes e que representam um agravamento, face a 30 de junho, uma vez que nessa altura a taxa era de 75 por cento, com os créditos a representarem 750 euros do rendimento familiar”.

Nesse sentido, a DECO defende “uma moratória para todos os créditos e não apenas ao relacionado com a habitação porque as pessoas estão em dificuldade. Prova disso, é que desde 18 de março até final de setembro, a DECO recebeu, no seu Gabinete de Proteção Financeira, 14.400 pedidos de aconselhamento, sendo que 51 por cento dizem respeito a reestruturação dos créditos por dificuldade de pagamento”.

As moratórias, aplicadas pelo Governo e Banco de Portugal, tiveram como objetivo apoiar as famílias adiando o pagamento de créditos, como o relacionado com a habitação.