O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, reafirmou no parlamento a continuidade do ensino presencial, lembrando que as escolas “não são focos privilegiados” de transmissão de Covid-19.
“Podemos ser confrontados com uma necessidade de podermos ter de transitar, no espaço de tempo mais curto possível e no espaço territorial menos alargado possível, a termos ensino misto ou à distância”, admitiu o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, durante o debate na especialidade da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021. No entanto, o governante voltou a sublinhar que a primeira opção é sempre o ensino presencial: “A prioridade do Governo é manter a escola presencial”, até porque “as escolas não são focos privilegiados da doença”.
Uma das principais razões para manter o ensino presencial prende-se com os resultados do ensino à distância vivenciado pelos alunos no último trimestre de aulas: “As aprendizagens ficam comprometidas”, lembrou o ministro. No entanto, disse, o Governo continua “a trabalhar para ter ferramentas para que o ensino misto possa acontecer” e, numa situação de “necessidade extrema”, até tenha de passar para o ensino à distância.
Entre as medidas, está o programa Estudo em Casa que, a partir de 9 de novembro, passa a ter também blocos destinados aos alunos do ensino secundário. Além disso, “até 15 de novembro, serão distribuídos os primeiros 100 mil computadores”, recordou ainda Tiago Brandão Rodrigues.
Sobre quem serão os primeiros alunos a receber os equipamentos, o ministro voltou a explicar que serão para os mais carenciados de escolas classificadas como Territórios Educativos de Intervenção Prioritária.
No discurso inicial, o ministro disse que, este ano, o orçamento para a educação ultrapassa os sete mil milhões e para isto conta também com “uma importante bazuca financeira”, que são os 1830 milhões para a “qualificação e nas competências dos portugueses e na promoção de uma verdadeira Escola Digital que, não os dispensando, vai muito além dos computadores e do acesso à internet”. Para o ministro, a proposta apresentada é “um orçamento ainda mais robusto, ainda mais progressista, ainda mais social, numa palavra, ainda mais de esquerda”.
Em relação ao ano passado, as verbas previstas para a sua área registam um aumento de mais de 7%, “sendo adicionado em mais 500 milhões de euros e ultrapassando, pela primeira vez em mais de uma década, os sete mil milhões de euros de investimento”.